terça-feira, 21 de julho de 2015

Crítica: Mr. Holmes . 2015


Mr. Holmes é o crime/drama baseado no romance Sr. Sherlock Holmes (título original: A Slight Trick of the Mind) de Mitch Cullin. Realizado por Bill Condon (Dreamgirls, The Fifth Estate) o filme mostra o lado mais real e humano do personagem de ficção dos livros de Sir Arthur Conan Doyle.

O filme é passado em 1947 onde encontramos um Sherlock Holmes com 90 e poucos anos, refugiado numa casa de campo em Inglaterra. Com uma rotina já muito marcada, Holmes combate a solidão entre o seu escritório e apicultura, hobby que o ajuda a manter-se activo lutando contra os efeitos da idade avançada. Apresentando já alguns sinais de perda de memória, Holmes resolve escrever sobre o seu último caso, depois de ter encontrado manuscritos do mesmo. Determinado em conclui-lo Holmes tenta viajar no tempo, reavivando memórias esquecidas de um último caso que o marcou bastante, de uma tal forma que nem o próprio têm consciência. Entre a escrita e as abelhas, Holmes acaba por criar um forte vinculo de afecto com o jovem filho da caseira, que toma conta dele e da casa onde todos vivem.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Crítica: Mínimos (Minions) . 2015


Os Minions causaram furor pela primeira vez em 2010, servindo o cientista louco Gru no filme Gru - o Mal Disposto, e desde então nunca mais pararam! Depois de muitas curtas metragens especiais e uma segunda aparição em 2013, na sequela Gru - O Mal Disposto 2, chega agora o filme no qual são eles os protagonistas, e já não era sem tempo!

Em Mínimos, descobrimos que estes pequenos seres amarelos habitam no planeta desde o inicio dos tempos, e existem com apenas uma missão, servir todos os vilões da História da Humanidade. Contando no seu curriculum com a serventia de mestres como T-Rex, Drácula ou até Napoleão, os Minions fazem de tudo para lhes agradar, mas a maior parte das vezes as coisas não correm da melhor maneira. A certa altura eles decidem isolar-se na Antárctida, mas devido à monotonia e ao facto de não terem um mestre para servir, três corajosos Minions - Kevin, Bob e Stuart - partem à aventura na descoberta de um novo mestre vilão para a sua tribo Minion. Algures nos anos 60 chegam a Nova Iorque e lá descobrem que está prestes a realizar-se uma convenção de vilões (uma espécie de Comic-Con para vilões e gente malvada) em Orlando, na Flórida. Vão até lá na esperança de conquistar o coração maléfico de uma das maiores vilãs de todos os tempos, a charmosa e impiedosa Scarlet Overkill (Sandra Bullock).

terça-feira, 14 de julho de 2015

Crítica: Amy . 2015


Amy é o documentário sobre a história da emblemática cantora e compositora de jazz Amy Winehouse que faleceu prematuramente em 2011 aos 27 anos, devido a uma vida de excessos e instabilidade emocional. Contado muitas vezes na primeira pessoa, através de imagens de acontecimentos nunca antes vistos, amigos, familiares e pessoas com quem trabalhou e privou, dão o seu testemunho sobre a talentosa, divertida mas muitas vezes imprudente pessoa que Amy era.

O realizador Asif Kapadia (responsável pelo também excelente documentário Senna de 2010 - sobre a vida do piloto de F1 Ayrton Senna - e no qual este segue a mesma linha, quer em termos visuais quer em termos de edição) consegue captar a essência de Amy ao ponto de nos emocionar e tocar a passo e passo, cada vez que nos é revelado um novo aspecto do qual não tinhamos conhecimento ou tamanha percepção. Ao mesmo tempo que ficamos fascinados com a sua imponente e poderosa presença seja qual fosse a situação, também ficamos de coração partido com revelações tão tristes e profundas da vida de uma alma super talentosa que infelizmente partiu cedo demais.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crítica: J'ai Tué Ma Mère (I Killed My Mother) . 2009


J'ai Tué Ma Mère foi a estreia cinematográfica do realizador canadiano Xavier Dolan, que com apenas 20 anos realizou, escreveu e é a estrela principal deste filme semi-autobiográfico que explora uma complexa relação entre mãe e filho. Colocando uma tremenda profundidade nas cenas mais intensas e cativando bastante através do aspecto visual, Dolan faz-nos sentir constantemente na pele dos personagens.

Hubert (Xavier Dolan) um rapaz de 16 anos, está a passar por todos os problemas típicos de um adolescente da sua idade. A vontade de ser livre, ganhar a própria autonomia e a descoberta da sexualidade são os factores que mais contribuem para que não consiga ter um relacionamento saudável com Chantale (a fabulosa Anne Dorval), a sua mãe. Enquanto ele vive frustado com o facto de ter tido o pai ausente durante a maior parte da sua vida, e achar que a mãe nunca se esforçou para lhe dar uma boa educação, vivendo as emoções a flor-da-pele, amando-a e odiando-a como quem troca de camisa, ela no seu entender tenta fazer de tudo para lhe proporcionar um bom futuro, quando ao mesmo tempo inconscientemente o culpa, descarregando nele a frustração do peso de ser mãe solteira. Ela ama-o, mas ele não entende. Ele repugna as suas decisões, mas não percebe o quanto a ama.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Crítica: They Came Together . 2014


They Came Together é a comédia romântica que satiriza todas as comédias românticas, representando ao extremo todo o tipo de situações pirosas e cliché que estamos habituados a ver na maior parte dos filmes do género. Paul Rudd e Amy Poehler são dois dos melhores actores de comédia da actualidade e a sua presença faz-nos querer gostar do filme de imediato, mas por mais que o queiramos fazer, essa empatia nunca chega a acontecer.

Joel (Paul Rudd) e Molly (Amy Poehler) conhecem-se e rapidamente começam a odiar-se. Ele trabalha numa empresa que inspecciona todas as lojas de doces de Nova Iorque. Ela é dona de uma loja de doces. Mas como não poderia deixar de ser, os dois acabam por se apaixonar e depois de uma separação, ao estarem algum tempo afastados, percebem que afinal não conseguem viver um sem o outro. A partir daqui todo o tipo de situações previsíveis que possam imaginar vão acontecer.

sábado, 4 de julho de 2015

Crítica: O Amor É Uma Coisa Estranha (Love is Strange) . 2014


Love is Strange é num filme que lida com emoções complexas e realistas de forma subtil, conseguindo-se transformar por vezes em algo bastante poderoso. Uma história de carácter forte com um importante comentário social, um grande estudo de personagens e onde o amor não tem idade nem género. 

O filme conta a história de George (Alfred Molina) e Ben (John Lithgow), um casal de meia idade, que se vê forçado a sair do seu apartamento em Nova Iorque após George ter sido despedido da escola católica onde dava aulas, depois de descobrirem que este teria casado com Ben, o seu companheiro de quase 40 anos. Temporariamente vêem-se obrigados a pedir abrigo na casa de parentes e vizinhos até poderem arranjar um lugar que se adeque à sua actual situação económica, visto que Ben é um pintor reformado e a sua pensão não chega para todos os gastos.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Crítica: Vai Seguir-te (It Follows) . 2014


O terror não é dos géneros em que me sinto mais a vontade. Para além de ser o que vejo menos, é difícil sentir-me surpreendida e satisfeita cada vez que aparece um "novo" filme dentro do género. E se hoje em dia a originalidade já é difícil de encontrar, acho que é ainda mais complicado quando se trata de terror em particular. Mas o uso de ideias similares vezes e vezes sem conta ao longo do tempo, acabam por fazer com que filmes como It Follows se tornem bastante especiais.

Desde o inicio do filme que percebemos que estamos prestes a assistir a algo extremamente envolvente e misterioso. Uma rapariga corre desesperadamente pelas ruas do seu bairro, como se alguém que não conseguíssemos ver a perseguisse. Entra no seu carro e em tamanha aflição vai até uma praia, onde sozinha e em autêntica agonia faz aquele que seria o último telefonema da sua vida. Na manhã seguinte está morta, deixando no ar o feeling de que outros estão para morrer e rapidamente conhecemos a jovem Jay (Maika Monroe) que depois de ter relações com um rapaz que conheceu à relativamente pouco tempo, vê a sua vida transformada num autêntico inferno.