quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Crítica: A Viagem de Arlo (The Good Dinosaur) . 2015


E se há 65 milhões de anos atrás, o grande asteróide responsável pela extinção dos dinossauros, afinal, não tivesse atingido o planeta Terra? É essa opção que a Disney/Pixar explora em A Viagem de Arlo.

No filme, seguimos a história de um apatossauro chamado Arlo (voz do jovem actor Raymond Ochoa), que vive com os seus pais e os seus dois irmãos num vale. Todos estão encarregues de cuidar da quinta onde vivem, e é lá que cultivam e criam alimento para o seu sustento. Arlo é o mais frágil dos três irmãos e a sua constante insegurança faz com que não consiga cumprir os seus principais deveres e objectivos. Num trágico dia, levado pela corrente de um rio, Arlo perde-se da família, mas será com a ajuda de um jovem humano chamado Spot, que irá encontrar o caminho de regresso a casa e não só. Esta é jornada do adorável dinossauro que irá aprender a superar os seus medos e a acreditar mais em si próprio.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Crítica: A Ponte dos Espiões (Bridge of Spies) . 2015


Pela quarta vez, Tom Hanks e Steven Spielberg voltam a juntar-se num projecto e cada vez que isso acontece é sucesso certeiro. Assim o é, neste thriller A Ponte dos Espiões, que conta com a Guerra Fria como pano de fundo.

Passado em 1957, o filme retrata a história real de James Donovan (Tom Hanks) um advogado a quem é pedido que defenda um prisioneiro, Rudolf Abel (Mark Rylance), acusado de ser um espião soviético a actuar em território americano. Donovan não passa de um advogado especializado em casos de companhias de seguros e ao entrar no campo do desconhecido irá descobrir que afinal se vai encontrar numa situação muito mais frágil do que aquela que pensava inicialmente. Contratado apenas para fazer "boa figura" enquanto representante dos EUA, sendo certo que iria perder o caso com toda a certeza, Donovan começa a ganhar um interesse diferente pelo caso, e toma consciência acerca de algumas das verdadeiras intenções e relações entre os EUA e a União Soviética. Tudo se complica ainda mais quando um avião americano se despenha em território soviético e o militar Francis Gary Powers (Austin Stowell) também é feito prisioneiro. Donovan terá em mãos a responsabilidade de negociar a troca dos dois homens. Um caso muito mais complicado e perigoso do que alguma vez poderia esperar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Crítica: O Segredo dos Seus Olhos (Secret in Their Eyes) . 2015


Confesso que não é a primeira vez que vejo um remake americano, primeiro que o filme original em que foi baseado. A verdade é que muitas vezes, ficamos satisfeitos com a versão americanizada da coisa, mas arrependo-me definitivamente de ter visto isto em primeiro lugar. Escrito e realizado por Billy Ray, baseado no filme Argentino de Juan José Campanella - que venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010 - O Segredo dos Seus Olhos não passa de um filme desleixado e previsível que nem um elenco sólido consegue salvar.

Parte da história é passada em 2002, e gira em torno do assassinato de Carolyn (Zoe Graham), uma jovem violada e espancada até à morte, encontrada dentro de um contentor de lixo, próximo de uma mesquita que andava a ser investigada por Ray (Chiwetel Ejiofor), um agente do FBI que desconfia que membros desta tivessem intenções terroristas. Quando ele e a parceira Jess (Julia Roberts) chegam ao local, Ray constata que a jovem é afinal a filha de Jess. As provas do caso são quase nulas e o principal suspeito saí ileso. Entre flashbacks do passado e o presente, vemos agora Ray, 13 anos depois e ainda obcecado com o brutal assassinato que ficou por resolver. De regresso a L.A., pede ajuda a uma antiga paixão, a procuradora geral Claire (Nicole Kidman) para reabrir o caso, pois diz saber o paradeiro do homem que matou Carolyn.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Crítica: The Hunger Games: A Revolta - Part 2 (The Hunger Games: Mockingjay - Part 2) . 2015


Em 2012, a saga The Hunger Games, baseada nos best-sellers de Suzzane Collins chegava aos cinemas. Surpreendentemente mais inteligentes, sombrios e com mais conteúdo que as normais adaptações de literatura para jovens-adultos, a história chega agora ao fim, com um último filme bastante digno e satisfatório.

Agora que Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é a líder da revolução que tomou conta de Panem, o Capitólio tem os seus dias contados. Katniss e os seus amigos rebeldes preparam-se para derrubar o President Snow (Donald Sutherland), arriscando as suas vidas, eles estão prestes a enfrentar todos os perigos que Snow lhes colocará no caminho, sempre com esperança e vontade de vencer na mente. No meio disto tudo Katniss continua a ter de lidar com os complicados sentimentos que nutre por Gale (Liam Hemsworth) e principalmente com Peeta (Josh Hutcherson), ainda perturbado com a captura e tortura por parte de Snow, no segundo filme Catching Fire.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Crítica: Steve Jobs . 2015


Danny Boyle tem sempre algo de vibrante e elegante nos filmes que faz, pelo qual seria provavelmente a pessoa perfeita para conduzir um biopic sobre o génio Steve Jobs, e quando aliado com o grande argumentista, Aaron Sorkin, ainda melhor.

Inspirado na biografia escrita por Walter Isaacson o filme foca apenas três dos lançamentos mais significativos da carreira de Jobs, em 1984, 1988 e 1998. Captando os momentos passados antes de cada apresentação, é nos bastidores que vários detalhes biográficos nos são apresentados de forma bastante engenhosa e genial, tudo graças à magnifica escrita de Sorkin e à dinâmica realização e edição que nos fazem seguir ao pormenor cada personagem. A maneira hostil e egocêntrica como Jobs lidava com todas as pessoas que foram passando pela sua vida profissional e pessoal, podem ter sido concerteza dramatizadas ou exageradas, mas nunca de forma a que soem a falso. Um filme cheio de cenas intensas, frenéticas, por vezes claustrofóbicas, diálogos inteligentes, onde as várias personalidades se destacam e as suas ideias vão muito alem do óbvio. Entretenimento e substancia andam de mãos dadas, num dos melhores e singulares biopics já antes vistos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

LEFFEST '15 . (Encerramento)


Terminou ontem, a 9ª Edição do Lisbon & Estoril Film Festival. Passando por vários espaços espalhados por Lisboa e Estoril, o cinema e eventos relacionados com o mesmo, estiveram presentes durante 10 dias de Festival. Para além dos inúmeros filmes e eventos, as homenagens, retrospectivas e de ano para ano a vincada presença de muitos realizador, actores e produtores, são algo que marca bastante este festival, cada vez mais reconhecido no estrangeiro. Para além disto existe também a atribuição de prémios. Nesta edição foram atribuídos os seguintes:

Prémio Melhor Filme Jaeger-LeCoul: 11 Minut, de Jerzy Skolimowski
Prémio Especial do Júri João Bénard da Costa: Chant D'Hiver, de Otar Iosseliani
Prémio Revelação TAP - Melhor Realizador: Brady Corbet por The Childhood of a Leader
Prémio Melhor Curta Metragem: Mother Earth, de Piotr Zlotorowicz
Menção Honrosa: Marasmo, de Gonçalo Loureiro

É sempre bom descobrir o que de melhor este festival tem para nos oferecer, e em 10 dias de festival o balanço é positivo. Tive a oportunidade de visionar 10 dos inúmeros filmes que por lá passaram e confesso que as desilusões foram algumas, mas existem sempre descobertas interessantes, e muitas outras que ficam ainda por descobrir. A baixo ficam todos os links de reviews de filmes do festival. Para no ano há mais LEFFEST!

» Mia Madre, de Nani Moretti 
» Anomalisa, de Charlie Kaufman & Duke Johnson
» Profissionais da Crise, de David Gordon Green
» Manglehorn, de David Gordon Green
» 45 Years, de Andrew Haigh
» A Canção de Uma Vida, de Kate Barker-Froyland
» Diário de Uma Criada de Quarto, de Benoît Jacquot
» Room, de Lenny Abrahamson
» Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert
» 7 Chinese Brothers, de Bob Byington

domingo, 15 de novembro de 2015

Crítica: 7 Chinese Brothers . 2015


«Exibido no LEFFEST '15»

Escrito e realizado por Bob Byington, 7 Chinese Brothers é uma história bastante simples, sobre o eterno perdedor que parece não ter vontade de encontrar o caminho certo para a sua vida. Sem arriscar muito, o filme consegue ser bem sucedido derivado ao casting perfeito, pois ter Jason Schwartzman a interpretar esse tipo, dá muito mais charme à coisa. 

No filme seguimos Larry (Jason Schwartzman), um sujeito bastante peculiar, que acaba de perder o emprego num restaurante por roubar cinco dólares. No mesmo dia, consegue arranjar trabalho numa oficina de automóveis, onde de imediato se apaixona pela futura chefe (Eleanore Pienta). A sua avó carrancuda (Olympia Dukakis) tenta dar-lhe alguns conselhos para a sua vida, que Larry tende em não seguir, e nem mesmo o seu melhor amigo (Tunde Adebimpe), bem mais determinado e convicto, faz com que Larry encare a vida com outra atitude. Talvez a sua arrogância o impeça de ser totalmente feliz, mas a verdade é que mesmo assim o personagem consegue conectar-se connosco.

sábado, 14 de novembro de 2015

Crítica: Que Horas Ela Volta? . 2015


«Exibido no LEFFEST '15»

A submissão brasileira aos Oscars 2016 - Que Horas Ela Volta? - escrito e realizado por Anna Muylaert, teve a sua estreia no Festival de Sundance deste ano, onde ganhou um prémio do júri, posteriormente vindo a ganhar outro no Festival de Berlim. Um drama que explora as relações entre dois estratos sociais diferentes e também algumas ideias interessantes sob a superfície dos personagens, tanto de forma séria, como com humor.

Val (brilhantemente interpretada por Regina Casé), mulher do nordeste brasileiro, vive há 13 anos em São Paulo, como empregada doméstica na casa de uma família da alta sociedade. Depois de ter criado Fabinho (Michel Joelsas), o filho do casal, Val vive constantemente com a culpa de nunca ter criado a sua própria filha Jéssica (Camila Márdila) que teve que deixar para trás quando decidiu procurar algo melhor para o sustento da sua filha. Inesperadamente Jéssica decide ir para São Paulo, prestar provas para ingressar na faculdade, e Val vê aí a oportunidade de recuperar o tempo perdido. A convivência entre as duas não é fácil, e Jéssica irá provocar variados sentimentos em todos os membros da família.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Crítica: Quarto (Room) . 2015


«Exibido no LEFFEST '15»

O cinema tem o poder imenso de nos transportar para outros mundos e outras realidades. Consegue ter o poder de nos fazer felizes, tristes, e são grandiosos filmes como este, que por isso mesmo, nos tocam profundamente no coração. Realizado por Lenny Abrahamson (What Richard DidFrank) e baseado no romance de Emma Donoghue com o mesmo nome, Room é doce, devastador e capaz de estimular em nós inúmeros sentimentos.

Joy Newsome aka Ma (Brie Larson) e o seu filho Jack (Jacob Tremblay) de cinco anos, vivem em cativeiro na cabana de um jardim. Prisioneira de Old Nick (Sean Bridgers) desde os 17 anos, Joy educou e criou o filho dentro de um espaço mínimo, - por onde a luz passa, apenas através de uma pequena clarabóia - na verdade, o único mundo que Jack conhece. Todas as noites, o raptor visita a cabana para fornecer roupa e alimentos, e enquanto Jack dorme - dentro de pequeno armário - e viola Joy mais uma e outra vez. Desgastada física e mentalmente, ela faz de tudo para que o filho não perceba o verdadeiro porquê da situação em que vive, dando-lhe muito amor, num espaço onde as mais extraordinárias coisas acontecem aos olhos de Jack, pois a beleza do mundo existe porque a sua mãe faz com que esta aconteça, dentro dos horrores daquelas quatro paredes.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Crítica: Diário de Uma Criada de Quarto (Le Journal d'une Femme de Chambre) . 2015


«Exibido no LEFFEST '15»

Realizado por Benoît Jacquot, baseado no romance de 1900 de Octave Mirbeau com o mesmo nome, esta é a mais recente adaptação de Diário de Uma Criada de Quarto, onde são partilhadas connosco algumas das aventuras de Célestine, uma jovem arrojada que trabalha como criada.

Quando a jovem e bela Célestine (Léa Seydoux), saí da grande cidade parisiense para ir servir na província, na casa da abastada família Lanlaire, vai recordando alguns dos mais significantes momentos da sua vida, desde que começou a ser serviçal. Excêntrica demais para a época, Célestine é sempre o centro de todas as atenções, não só pela sua beleza mas também pela sua atitude, nada submissa. Enquanto tenta lidar com a intragável nova patroa e com as tentativas de abuso por parte do patrão, Célestine começa a sentir um certo fascínio por um dos empregados da casa, o misterioso Joseph (Vincent Lindon) que parece guardar alguns segredos.

Crítica: A Canção de Uma Vida (Song One) . 2014


«Exibido no LEFFEST '15»

Ainda com um pequeno percurso pelas curtas metragens, a realizadora Kate Barker-Froyland estreia-se agora nas longas com este A Canção de Uma Vida. Infelizmente, este revela ser uma tentativa falhada de um tocante romance, aproximando duas pessoas através de uma situação não muito agradável. Romance à parte, também tenta demonstrar a importância que a música tem nas nossas vidas, mas de forma pouco efectiva.

A história segue Franny (Anne Hathaway) uma antropologista que se vê obrigada a regressar a Nova Iorque, quando o seu único irmão e músico, Henry (Ben Rosenfield), sofre um grave atropelamento e fica em coma. Franny, que recentemente se tinha chateado com ele, vive agora em constante agonia e sofrimento, tentando conectar-se com o irmão e perceber o porquê do seu grande amor pela música. Frequentando os mesmos sítios que ele, ouvindo as mesmas músicas que ele, experienciando vários momentos em sítios por onde Henry passava. Um dia, vai ao concerto do artista favorito de Henry, o cantor James Forrester (Johnny Flynn), partilha com ele a história do irmão. Quase de imediato, os dois criam uma ligação forte.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Crítica: 45 Years . 2015


« Exibido no LEFFEST '15 »

45 Years é um drama realizado por Andrew Haigh, também co-escrito por ele, baseado no conto "In Another Country" de David Constantine. Sublimemente interpretado por Charlotte Rampling e Tom Courtenay, o filme dá-nos um olhar simples, honesto, absolutamente devastador, de um casal prestes a comemorar o seu 45º aniversário de casamento.

Quando Geoff (Tom Courtenay) recebe uma carta dizendo que o corpo da sua namorada de há 50 anos foi encontrado nos Alpes, a notícia abala de forma inesperada a sua esposa Kate (Charlotte Rampling), que se sente inquieta com o "reaparecimento" deste antigo amor. É partir daí, e durante a semana de preparação para a festa de aniversário de casamento, que os fantasmas do passado começam a interferir na vida do casal e atitudes de cada um, e um casamento de uma vida, começa a ser posto em causa por Kate. Será que ao fim de 45 anos, valeu a pena? Um conto que demonstra muito do quanto o ser humano gosta de guardar segredos que não compartilha com mais ninguém, que não consigo mesmo. A bela demonstração de que como uma revelação, pode mexer com a cabeça e sentimentos de qualquer um, trazendo desconfiança e dúvidas quando se pensava ter todas as certezas.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Crítica: Manglehorn . 2014


«Exibido no LEFFEST '15»

Depois do subestimado Joe (2013), David Gordon Green, resolve continuar a apostar em caminhos mas sombrios, com algo mais profundo e introspectivo, mas acontece que Manglehorn, não detém a mesma capacidade de cativar o espectador, nem mesmo com um nome como Al Pacino associado a ele. 

O filme tenta fazer o estudo de um personagem chamado Manglehorn (Al Pacino), que possui uma loja de chaves numa pequena cidade do Texas. Recatado e solitário, passa os seus dias a trabalhar e a cuidar da sua gata, pensando nos erros do passado, lamentando a vida que poderia ter tido, se a mulher que mais amou não lhe tivesse escapado das mãos. Tem uma relação distante com o seu único filho (Chris Messina) e uma simpática relação com a empregada do seu banco (Holly Hunter). Para além destes, alguns outros personagens menores são introduzidos na história, mas na verdade nenhum deles adiciona nada de relevante, e mesmo a forma como todos eles são apresentados e a dinâmica entre si, não causam grande impacto ou interesse no espectador.

domingo, 8 de novembro de 2015

Crítica: Profissionais da Crise (Our Brand is Crisis) . 2015


» Exibido no LEFFEST '15 «

Pode dizer-se que David Gordon Green é um dos realizadores mais versáteis dos últimos anos. Sem medo de se aventurar pelos mais variados géneros, abordando diferentes temas, esta foi a vez de mexer com algo bem actual que quer dizer mais sobre o mundo da política do que podemos pensar. Profissionais da Crise é o retrato mais satírico daquilo que são as campanhas eleitorais na política, mas não cativa o suficiente ao ponto de se tornar um grande filme.

Baseado em factos verídicos do documentário de 2005 com o mesmo nome, o filme gira em torno e uma equipa de americanos (Sandra Bullock, Anthony Mackie, Ann Dowd, Scott McNairy e Zoe Kazan) contratada por um candidato à presidência da Bolívia (Joaquim de Almeida), com o objectivo de o fazer ganhar as eleições desse ano. Jane "Calamity" Bodine (uma Sandra Bullock menos séria e muito mais goofy do que esperava tendo em conta o tema) é a responsável por toda a estratégia da campanha eleitoral, tendo que lidar com os obstáculos criados, por um velho inimigo nestas andanças, Pat Candy (Billy Bob Thornton) que trabalha a favor de outro dos candidatos. Revelando-se ser afinal, mais sobre Jane do que qualquer outra coisa, o cinismo e manipulação na politica passam para segundo plano, e deparamo-nos mais com um filme sobre a estabilidade emocional e dilemas de Jane, do que propriamente qualquer outra coisa mais. 

sábado, 7 de novembro de 2015

Crítica: Anomalisa . 2015



» Exibido no LEFFEST '15 «

Da mente genial de Charlie Kaufman (responsável pela criação de obras como Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Being John Malkovich ou Adaptation) chega agora o igualmente cativante e significante Anomalisa, uma animação stop-motion que para além de escrita por si, é co-realizado com Duke Johnson.


Michael Stone (voz de David Thewlis) é um escritor de livros motivacionais de sucesso, que acaba por se revelar aos poucos uma pessoa diferente da pessoa confiante que faz transparecer nos seus livros. Michael é afinal, um homem bastante solitário e deprimido. Inglês de berço, mas a viver em Los Angeles com a sua mulher e filho, teria tudo para ser feliz, mas acontece que não é bem assim. Vivendo constantemente asfixiado pelo mundo que o rodeia, rapidamente percebemos que Michael não consegue diferenciar qualquer ser humano. Quer seja, mulher, homem, criança, pessoa distante ou parente próximo (todos na voz de Tom Noonan), todos têm a mesma voz e fisionomia.  Mas é a quando de uma viagem a Cincinnati para uma conferência sobre um dos seus últimos livros, conhece Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh) alguém que aos seus olhos é completamente diferente de todos os outros fantoches que conhece. A doce Lisa, revela-se imperfeita, insegura, peculiar e é por isso mesmo Michael se apaixona por ela de imediato. 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

LEFFEST '15 . (Apresentação)



Arranca hoje a 9ª Edição do Lisbon & Estoril Film Festival. Até dia 15 de Novembro, Lisboa e Estoril vão exibir um pouco do que de melhor se faz no cinema, mas não só. Como tem vindo a ser hábito, para além da forte programação, outros eventos - como exposições, música, artes plásticas entre outros - o festival aposta sempre em actividades de interacção com o público, nomeadamente contando com a presença de realizadores, produtores e artistas que se disponibilizam para masterclasses, reflexões e debates proporcionando agradáveis experiências aos espectadores e fãs desta festa! 

O programa é sempre diversificado, e cada vez mais acessível a vários gostos. De antestreias a retrospectivas, é fácil encontrar algo interessante para ver, pelos vários espaços escolhidos pelo festival para realizar as projecções e eventos. Para quem gosta de cinema e não só, aqui fica o convite para descobrir um dos melhores e mais interessantes festivais que se faz em Portugal, que continua em constante crescimento, cada vez mais reconhecido e falado pelo mundo. O May the Cinema be with you vai andar por lá, portanto espero conseguir descobrir obras significativas para as podes partilhar convosco.

Para saber mais sobre a programação, horários e outras coisas mais consultem a página: http://www.leffest.com

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

TCN Blog Awards 2015


Mais um ano, mais uma edição dos TCN Blog Awards! Depois de ter sido nomeada pela primeira vez o ano passado (na Categoria de Novo Blog) neste segundo ano de existência o May the Cinema be with you consegue mais duas nomeações: na Categoria de Site / Portal / Facebook e na Categoria de Blogger do Ano! 

É uma honra poder fazer parte de um grupo de peso, onde constam grandes nomes da blogosfera. Parabéns a todos! Os vencedores serão revelados dia 9 de Janeiro de 2016 e ao contrario do que aconteceu em edições anteriores, não haverá votação pública, mas interna. Para saber mais sobre os prémios e outros nomeados é só consultar o blog Cinema Notebook

            

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Crítica: 007 Spectre . 2015


Daniel Craig está de volta ao papel do mais emblemático espião de todos os tempos, 007. Mais implacável que nunca, este despede-se da melhor maneira possível do personagem que marcará para sempre a sua carreira. Em SPECTRE, Sam Mendes é mais uma vez capaz de realizar de forma competente o mundo da espionagem, trazendo de volta o humor e a diversão característica dos primeiros filmes da franquia James Bond.

"The dead are alive" - E em SPECTRE, James terá que lidar com os fantasmas do passado, num enredo que junta algumas peças que ficaram perdidas em filmes anteriores, que acabam por fazer agora mais sentido. Isso não quer dizer que não funcione bem como filme individual, mas pretende terminar a formula criada desde a primeira participação de Craig como James Bond. Iniciamos a viagem no México, com um belíssimo plano sequencial - de mais ou menos 5 minutos - que certamente ficará marcado na história da franquia, seguindo-se de imediato a típica acção introdutória e créditos iniciais visualmente cativantes - com a poderosa voz de Sam Smith, com um Writing's on the Wall que de repente faz ainda mais sentido - e daí em diante uma autentica continuidade de cenas de acção, passando por vários e encantadores sítios em torno do globo, onde a palete de cores sobressai e caracteriza cada um deles de forma única, graças à belíssima cinematografia. Fique-se a saber também que este é o filme Bond mais caro de sempre!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Crítica: As Sufragistas (Suffragette) . 2015


Numa altura em que se volta a discutir alguns aspectos de igualdade entre homens e mulheres - recentemente até, na indústria de Hollywood - As Sufragistas transportam-nos até à altura em que mulheres lutavam por ter voz num mundo dominado pelos homens. Forte nas suas convicções, mas bastante irregular na profundidade que dá aos acontecimentos, o filme carece de uma maior envolvencia e amplitude.

Este é o drama, baseado em factos verídicos, sobre mulheres que na Inglaterra do inicio dos anos 20, lutaram e abdicaram de muito para se dedicarem à luta pelos direitos das mulheres. Seguimos em maior detalhe a vida de Maud Watts (Carey Mulligan), que desde muito cedo trabalha arduamente numa grande lavandaria. Forçada a obedecer a ordens desumanas do patrão, tendo inclusivamente sofrido abusos por parte do mesmo, Maud começa a tomar consciência da situação em que vive, sem qualquer tipo de liberdade, confinada a trabalhar, receber miseravelmente, subjugada a não se manifestar e apenas ser uma boa mãe e esposa. É então que por intermédio de uma colega (Anne-Marie Duff), comece a Drª. Edith Ellyn (Helena Bonham Carter) e o Movimento Sufragista, composto por activistas decididas a lutar pelo direito ao voto, liberdade e igualdade de género.