quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Crítica: Kubo e as Duas Cordas (Kubo and the Two Strings) . 2016


A Laika Entertainment é bem conhecida pelas suas animações stop-motion que primam sempre por tentar criar o melhor que se faz no género da animação. Com história interessantes e um lado mais sombrio e relevante associado a elas, chega agora Kubo e as Duas Cordas, depois de surpresas como Coraline (2009), ParaNorman (2012) e The Boxtrolls (2014), todos grandes obras que recomendo.

No Japão, um pequeno rapaz com um só olho, chamado Kubo (Art Parkinson) vive com a mãe Sariatu (Charlize Theron), notoriamente frágil e debilitada, no topo de uma montanha. Todos os dias, Kubo dirige-se à aldeia mais próxima para contar histórias, onde magicamente consegue manipular através da música do seu pequeno sangen (instrumento de cordas tipicamente japonês) pedaços de papel, formando origamis que vão ilustrando os seus contos e alegrando todos os que se juntam para o ouvir. Todas as suas histórias estão centradas nas aventuras de um bravo samurai, Hanzo, o seu falecido pai. A cada por-do-sol, Kubo têm obrigatoriamente de regressar para junto da sua mãe, correndo o risco de ser encontrado ao anoitecer pelas suas tias (Rooney Mara) e pelo avó, Moon King (Ralph Fiennes) arriscando-se a perder o seu único olho, visto que o outro lhe foi retirado por eles ainda em bebé. Kubo viverá uma grande aventura, tradicionalmente japonesa e cheia de magia, onde mais tarde se juntam a ele o seu amuleto da sorte (uma peculiar macaca) e um guerreiro com a forma de uma carocha (Matthew McConaughey).

Não há dúvida que estamos perante uma das mais belas animações alguma vez conseguidas. De um detalhe e cuidado visual imenso, é impossível não ficar espantado com tanta beleza, ao mesmo tempo que constantemente nos questionamos como é possível atingir tamanha perfeição através do stop-motion, uma das mais extraordinárias e trabalhosas formas de dar vida a pequenos objectos manipulados fisicamente. Apesar dos pequenos clichés esperados no desenrolar da história, nada é demasiado empurrado para simpatizar connosco, e a sua fluidez vai-se entranhando facilmente. A beleza dos actos presentes neste simples mas tocante conto sobre memórias e perdas, eleva os sentimentos de pequenas figuras de animação, que rapidamente se transformam em pessoas reais tal não é a magia presente no ar. Os personagens são do mais adorável e sincero que há, com um casting de vozes perfeito com Charlize Theron, Matthew McConaughey, Art ParkinsonRalph Fiennes ou Rooney Mara a ajudar a dar vida a estas míticas figuras cheia de carisma, dando toda uma relevante importância à ideia de imortalidade, tudo isto acompanhado por uma banda sonora deliciosa.

Kubo e as Duas Cordas é absolutamente encantador, e assim, aos poucos, a Laika vai conquistando cada vez mais o seu lugar no mundo da animação, conseguindo chegar, a meu ver, a um publico mais alargado, estando a par de animações criadas pela Pixar, que como todos sabemos neste momento é a líder do género.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 08.09.2016

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