domingo, 24 de novembro de 2019

my (re)view: Le Mans '66: O Duelo (Ford v Ferrari) . 2019


Grande parte dos realizadores, não conseguem ser bem sucedidos quando toca a filmes relacionados com o automobilismo. É preciso excelência a nível técnico e sonoro para a experiência ser completa. James Mangold (Logan, 2017) consegue tudo isso e muito mais neste Le Mans 66 onde as sequências de corrida são emocionantes, transportando-nos para dentro dos carros tal não é a adrenalina dessas cenas. Esta é a história verídica, sobre a disputa entre a Ferrari e a Ford, quando a última decidiu apostar na Formula 1. Para que isso acontecesse, uma equipa de engenheiros ao comando do ex-piloto, agora vendedor de carros desportivos Carroll Shelby (Matt Damon) são contratados por Henri Ford II (Tracy Letts) para construir um Ford GT40 com o potencial de derrotar a grandiosa Ferrari na corrida 24 Horas de Le Mans em França, com o destemido Ken Milles (Christian Bale) ao volante. Apesar do modelo de narrativa ser usual, os personagens são a chave do interesse e afectividade que criamos por esta história. Christian Bale é um actor notável e tudo o que faz, faz sempre bem. Matt Damon também funciona muito bem aqui e os dois têm uma química incrível que nos faz acreditar na natureza daquela amizade. O filme não nos engana nem uma única vez e sabemos bem com aquilo que contar. Há sempre a tendência nestas histórias de resiliência e disputa, de tornar tudo demasiado sentimental e piegas para apelar à lágrima fácil e também existem desses momentos aqui, no entanto a qualidade de todos os outros aspectos fazem com que isso seja um problema menor. Para além de divertido, é emocionante e deixa na cara aquele sorriso no rosto que qualquer feel good movie sabe deixar.

Classificação final: 4/5.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

my (re)view: Um Dia de Chuva em Nova Iorque (A Rainy Day in New York) . 2019


A cada ano que passa as polémicas em torno da vida privada de Woody Allen aumentam, mas isso não parece demovê-lo da vontade de querer continuar a fazer filmes. A Rainy Day in New York viu a sua estreia banida de vários cinemas pelo mundo, nomeadamente nos Estados Unidos, onde não foi exibido em nenhuma sala. Em Portugal, Allen continua a ter um público bastante fiel, e boa receita de bilheteira com mais uma destas suas cartas de amor à cidade que tanto idolatra como sendo a melhor e mais interessante cidade do mundo, Nova Iorque. Já são várias as provas de que Allen é fiel aos seus conceitos e temas, não existindo aqui nada de novo no que toca ao material de escrita, notando-se uma certa repetição, repetição essa que se afirma claramente como opção e não falta de criatividade. Quer sejam os temas recorrentes ou não, o encanto nova-ioquino está sempre lá, assim como as dúvidas existenciais e problemas amorosos dos personagens principais. Timothée Chalamet é actualmente um dos jovens promissores mais interessantes da indústria, incorporando na perfeição o típico personagem dos filmes de Allen, neurótico e inseguro cuja namorada Ellen Fanning, se deslumbra por um realizador e um argumentista de cinema para um projecto jornalístico da faculdade. Uma viagem divertida e descontraída pela Nova Iorque boémia e artística onde Allen aproveita para criticar um pouco a indústria cinematográfica, gozar consigo mesmo e até fazer umas ligeiras provocações. Estamos assim perante mais um filme feito para os fãs de Woody Allen, aqueles que compreenderam melhor como um dia de chuva em Nova Iorque pode ser bastante especial.

Classificação final: 3,5/5.