sexta-feira, 21 de agosto de 2020

my (re)view: The King of Staten Island . 2020

 


Judd Apatow continua a centrar toda a sua carreira de realizador e argumentista em projectos que são uma mistura entre o humor e experiencias menos boas da vida. É fácil criar empatia com os personagens e nos identificarmos com algumas situações ou não fosse a comédia das melhores coisas para saber levar a vida. O actor Pete Davidson que aqui se juntou a Apatow como co-argumentista, transporta para o personagem principal Scott, à semelhança da sua experiência de vida pessoal a morte do pai, bombeiro, que acidentalmente perdeu a vida num incêndio quando este era criança. Scott não tem interesse nenhum em ser bem sucedido, passa os dias sem fazer nada com os amigos e afoga as suas magoas a fumar erva culpando a morte do pai por tudo o que lhe corre mal na vida. Fazemos o percurso habitual dos filmes de Apatow onde a vida dos personagens não podia estar mais caótica e as suas inseguranças se reflectem em decisões constantemente falhadas. Somos capazes de criar empatia por Scott por mais desleixado e pouco esforçado que seja, mergulhando cada vez mais na inércia que é sua vida. Bem equilibrado entre o divertido e o dramático, com performances muito sólidas arrasta-se um bocado na sua excessiva duração. Perde-se talvez demasiado tempo com a teimosia de Scott quando já percebemos qual é a intenção, mas ao chegar ao final chegamos a um lugar que aquece o coração e que podemos classificar de satisfatória como feel-good movie sem pretensiosismos cujo sorriso no rosto e a esperança que dias melhores estão para vir. Um bocado bem passado.

Classifiação final: 3,5/5 estrelas.