domingo, 12 de maio de 2019

my (re)view: The Beach Bum . 2019


The Beach Bum, de Harmony Korine

Às vezes são precisas lufadas de ar fresco. The Beach Bum é a comédia mais louca e provavelmente a mais divertida que já vi em algum tempo. Para além de ter saído da sala de cinema cheia daquela feel-good vibe também vim com algumas teorias interessantes na cabeça. Teorias essas que podem fazer algum sentido ou talvez sentido algum! É essa a piada deste filme. Matthew McConaughey é Moondog um poeta relativamente conhecido na Florida por já ter lançado livros com imenso sucesso, mas principalmente por estar sempre na boa, curtindo à sua maneira uma vida de sexo e drogas grande parte dos seus dias, se não todos. Moondog é uma espécie de herói improvável, um tipo agradável para todos com o pequeno senão de não ser minimamente responsável para com nada na vida, vivendo o momento, não se preocupando com mais nada. Sinto que o público em geral não saberá apreciar a qualidade do trabalho de Mathhew McConaugey aqui, não que seja improvável vê-lo a fazer papeis diferentes, mas por este ser talvez demasiado diferente do que já fez. É excelente vê-lo mais uma vez a transformar-se desta forma. O filme é afinal de contas uma espécie de odisseia da vida de Moondog, onde se vai cruzando com algumas figuras caricatas durante a jornada para se encontrar a si mesmo ou então apenas reafirmar o seu estilo de vida. O realizador e argumentista Harmony Korine conseguiu criar não só momentos hilariantes com diálogos incríveis que misturam poesia com um lado mítico ou de alucinação, mas curiosamente muitas vezes contemplativo e com a cinematografia absolutamente deslumbrante de Benoît Debie, outro aspecto invulgar tendo em conta aquilo a que estamos perante. Uma visão muito interessante sobre a vida e os seus prazeres, representados por um tipo que prefere seguir o caminho mais fácil. Na vida real, nada é tão fácil assim, mas o lema "sorrir e ser feliz" acaba por fazer parte do encanto deste filme e durante uma hora e meia esquecemos os problemas e rimos muito. Objectivo conseguido.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

my (re)view: Seduz-me Se És Capaz (Long Shot) . 2019


Acho que ninguém no planeta pensaria ver um dia Seth Rogen e Charlize Theron a fazer par amoroso ainda para mais numa comédia romântica. Pois isso aconteceu e o mundo agradece! Que química incrível e absolutamente improvável. A forma os dois encaixam super bem nesses papeis deve-se ao enorme talento de Theron e à irreverencia habitual já conhecida de Rogen. Realizado por Jonathan Levine que já conta com algumas comédias no seu cardápio, Long Shot é infelizmente e também apenas mais uma comédia. Com um par tão forte como o que descrevi a cima, desperdiça-se totalmente a oportunidade de contar uma história diferente, recorrendo apenas à inversão de papeis, cuja figura feminina ao contrário do habitual é quem tem mais poder, e o homem é aquele que se encontra numa posição mais delicada. Theron é candidata à presidência dos USA e paixoneta antiga de Rogen que volta a cruzar-se no seu caminho depois de ter sido despedido de um jornal local. O filme é feito na sua maioria de clichés habituais, mas também de momentos engraçados onde dá efectivamente para soltar umas gargalhadas mas nada de extraordinário. Os momentos de destaque não são tantos como aqueles que estava à espera, existem ainda assim uns bem bons, que infelizmente não são os suficientes para fazer deste filme algo de destaque. Não consegue passar da rom-com mediana, mas com dois fortes protagonistas. É um bocado bem passado onde afinal de contas é delicioso ver Charlize Theron e Seth Rogen a dançar ao som de Roxette. Imaginavam alguma vez isto?

Classificação final: 3 estrelas em 5.