sexta-feira, 31 de agosto de 2018

my (re)view: Upgrade . 2018


Quando o falatório é muito, das duas uma: ou é mesmo muito bom ou não é grande espingarda. O melhor é desconfiar. Pois é, esta é mais uma daquelas promessas que pouco ou nada nos consegue cativar. Upgrade já andava nas bocas do mundo como sendo o novo Robotcop ainda por cima com o irmão separado à nascença de Tom Hardy, senhor esse que dá pelo nome de Logan Marshall-Green cujas qualidades como actor são bastante competentes, o problema está no argumento pouco eloquente onde nos deparamos com um cenário que pouco ou nada sabemos como lá chegamos, mau desenvolvimento de personagens e muita trapalhada no desenrolar da acção. É um sci-fi como 90% daqueles com que habitualmente nos deparamos durante o ano, mal estruturado mas que lá no fundo dá pena por ter potencial para ser muito mais que aquilo que nos entrega. Marshall-Green tem um bom desempenho e as cenas de pancadaria são muito bem executadas, tirando isso pouco mais é de louvar. Andam também alguns entendidos a dizer que isto será futuro filme de culto, quanto a isso não sei. Para já, deixa muito a desejar.

Classificação final: 2 estrelas em 5.

sábado, 25 de agosto de 2018

my (re)view: Mission: Impossible - Fallout . 2018


Quando sai o primeiro Mission: Impossible em 1996 com Brian de Palma no comando e Tom Cruise a fazer as honras, penso que se estaria longe de imaginar que 22 anos depois a saga continuasse de pé e ainda com pernas para andar por mais uns bons anos. Cruise entrava assim na fase a que eu gosto de chamar "filmes à Tom Cruise" ficando cada vez mais conhecido o facto de não precisar de duplos para fazer todas as cenas de acção nos seus filmes, aspecto que dá todo um outro entusiasmo quando estamos a assistir a essas cenas. As missões de Ethan Hunt (Tom Cruise) e da sua equipa ao serviço do IMF (com Ving Rhames e Simon Pegg como secundários até agora mais recorrentes) tornaram-se um sucesso sendo um dos franchises que mais dinheiro já gerou nas bilheteiras a nível mundial. Com altos e baixos no que toca a qualidade, ao longo destas duas décadas, ninguém pode negar que a acção está sempre garantia, assim como a energia do cast e entrega de Tom Cruise parecem tomar contra de tudo o resto que poderia correr mal. Com a chegada de Mission: Impossible - Fallout realizado por Christopher McQuarrie, a fasquia rebenta e sendo este um dos melhores filmes de acção dos últimos anos, juntado-se a Mad Max: Fury Road, como mais uma das provas que os blockbusters podem ser de extrema qualidade contendo um bom equilíbrio no que toca a escrita vs parte técnica. As sequências de acção vão aumentando de intensidade à medida que o plot se vai desenvolvendo, enquanto ficamos com os nervos em franja! A sequência da perseguição de motociclo em Paris é algo espectacular assim como a de Kashmir na Índia envolvendo literalmente uma luta entre helicópteros. Humor e suspense são aqui bons aliados, juntando uma banda sonora perfeita que ajuda a entranhar o espírito frenético e intenso, saindo da sala a pensar como é que é possível um simples filme de acção mexer tanto connosco, permanecendo na memória tal é a perfeição na execução de muitas das cenas. Seis filmes depois, cinco realizadores depois, mas o mesmo Tom Cruise de sempre. Quero mais, espero que igual ou melhor.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

domingo, 19 de agosto de 2018

my (re)view: Tully . 2018


Tully revela o lado sombrio da maternidade, que certamente se conecta com muitas mulheres que já passaram ou estão a passar pelas dificuldades, mas também pelas alegrias que isso acarreta. O melhor de tudo é que mesmo para quem ainda não saiba o que isso é (o meu caso) a experiência se torna emocional, com a magnifica Charlize Theron a dar tudo, para que a sua ligação connosco enquanto expectadores seja a mais real e sentimental possível. Charlize Theron, que continua a optar por escolhas muito interessantes na carreira, estando a crescer cada vez mais e seriamente a tornar-se das mais completas actrizes da sua geração. Aqui temos o factor comédia sempre ligado de forma satírica à vida familiar e ao papel da mulher enquanto dona de casa e progenitora, enquanto vemos situações que poderiam perfeitamente ser reais e inseridas no dia-a-dia de alguém comum, coisa que Jason Reitman consegue atingir em todos os seus filmes, que têm sempre um sabor agri-doce ou não gostasse ele de contar as histórias reais de pessoas que bem poderiam ser reias. Momentos fantasiosos vão-se cruzando connosco, como se estivemos dentro da cabeça da personagem principal, mas nunca desvendando o final que nos espera. Este seria provavelmente o tipo de filme onde não estaríamos à espera da um twist final e isso é o mais surpreendente de tudo e o que o torna ainda mais especial tendo em conta o tema central da história que por sinal é muito sério. Cheguei ao fim do filme com a sensação que será um dos injustiçados deste ano, mas merece grande crédito, não só pelo que significa, mas também pelo que consegue atingir através dos actores e daquilo que eles fazem nos momentos mais significativos. 

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.