quinta-feira, 17 de março de 2016

Crítica: Orgulho, Preconceito e Guerra (Pride + Prejudice + Zombies) . 2016


Ora, estamos perante uma mistura improvável. De um lado temos Pride and Prejudice de Jane Austen, um dos mais conhecidos e aclamados romances de todos os tempos. Do outro, temos zombies. Orgulho, Preconceito e Guerra é o mashup baseado no livro de Seth Grahame-Smith, que mistura elementos do clássico de Austen, com a comédia e o terror de algumas histórias mais conhecidas de zombies. Adaptado ao cinema pelas mãos de Burr Steers, o resultado final fica muito aquém das expectativas.

Algures num universo paralelo, o período da Regência em Inglaterra é invadido por uma praga de zombies que aterrorizam o dia-a-dia de todos. A irreverente Elizabeth Bennett (Lilly James) e as suas quatro irmãs, vivem no campo com os seus pais e são altamente treinadas em artes marciais, preparadas para enfrentar a eminente praga do exército zombie. Quando o jovem abastado Charles Bingley (Douglas Booth) se apaixona por uma das irmãs Jane (Bella Heathcote), Elizabeth cai nos encantos de Mr. Darcy (Sam Riley) um dos maiores caçadores de zombies na região, mas também um dos homens mais presunçosos, arrogantes e vaidosos da região. Enquanto negam a atracção um pelo outro, os ataques surpresa vão sendo cada vez mais recorrentes, e pelo meio do clássico que todos conhecemos (ou pelo menos já ouviram falar), lá vêm os mortos vivos à baila.



É uma pena que esta versão não tenha tomado os caminhos certos, pois no que toca à versão de Jane Austen até que a história está relativamente bem apresentada. O carisma de Lilly James ajuda muito e a verdade é que Sam Riley assenta bem nesta versão mais roqueira de Mr. Darcy. Apesar de conseguir encontrar no filme divertidos momentos de puro entretenimento, o fraco desenvolvimento de algumas situações relacionadas com o aparecimento de zombies prejudicam muita coisa. As ideias realmente interessantes a explorar nunca chegam a ser evidenciadas o suficiente, já para não falar de outras sem nexo que simplesmente ficam esquecidas no limbo. A tentativa de abordagem - e digo tentativa porque nunca é aprofundada na sua plenitude - à critica social é significativa, e até original, mas é mais uma das ideias que se vai perdendo pelo caminho, assim como o medo de arriscar na violência mais gráfica, que daria toda uma outra graça, visto que o gore é a principal característica dos filmes em que vai buscar inspiração.

Infelizmente, Orgulho, Preconceito e Guerra não passa de uma tentativa falhada que tinha tudo para se tornar marcante. Mas ao invés de arriscar mais, prefere jogar pelo seguro.

Classificação final: 2,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 17.03.2016

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