segunda-feira, 18 de julho de 2016

Crítica: O Amigo Gigante (The BFG) . 2016


Steven Spielberg volta a apostar numa aventura para toda a família! O Amigo Gigante, baseado na obra homónima de Roald Dahl, chega finalmente ao grande ecrã, depois de ter sido adaptado anteriormente para tv e teatro. Muito mais que uma obra que presta homenagem ao sentido da amizade, seja ela entre quem for, foi também o regresso da colaboração entre Spielberg e Melissa Mathison (responsável pelo argumento de E.T.), o seu ultimo projecto, depois de ter falecido em 2015, sendo o filme dedicado à sua memória.

Algures no centro de Londres, a viver num orfanato, conhecemos a inteligente e muito rebelde Sophie (Ruby Barnhill). Uma noite, já bem tarde, na varanda do seu quarto, a corajosa menina vislumbra do outro lado da rua aquilo que aparentemente parece ser um gigante. Ao ver que Sophie o teria apanhado, o Gigante (Mark Rylance) captura-a e leva-a consigo para a terra dos Gigantes, onde Sophie terá de viver o resto dos seus dias em segredo, longe de qualquer um que pudesse revelar a existência de tais criaturas na Terra. Enquanto Sophie terá de lidar com as peripécias dos outros gigantes que habitam o local, nomeadamente o facto de a verem como uma refeição, também irá aprender um pouco sobre o oficio do seu novo amigo a quem atribui o nome de "O Amigo Gigante" (ou BFG - Big Friendly Giant). A existência do Gigante representa para todos algo muito mais importante do que Sophie poderia pensar, visto que este captura sonhos e encarrega-se de os distribuir pelos humanos durante o sono. Será isto tudo verdade? Ou será apenas fruto da imaginação? As duas hipóteses ficam em cima da mesa, neste conto onde os actos e o valor da amizade são a principal mensagem a passar.

Contando uma história à moda antiga, nunca perdendo o toque de modernidade que a evolução dos efeitos especiais conseguem fazer hoje em dia, este gigante e o seu mundo são muito bem capturados, onde algumas das sequências são realmente de tirar o fôlego, devido ao elevado nível de execução na construção entre o mundo real e o mundo imaginário. A novata Ruby Barnhill não poderia ser melhor escolha e sem dúvida que a sua química com Mark Rylance (que através da sua magnifica motion-picture performance dá um brilho especial ao filme) acrescentam ao filme imenso charme. Mais do que uma aventura, o filme é feito de momentos cheios de significado, mas onde o argumento que se preocupa mais com o desenvolvimento na relação dos personagens centrais, do que propriamente qualquer outra coisa, o que poderá ser mais interessante para um adulto do que para uma criança, sendo esse o seu maior problema. A verdade é durante quase toda a primeira metade do filme, não acontecem situações surpreendentes, mas as mensagens importantes estão todas lá. O seu lado mais goofy nem sempre é bem balançado com os momentos de mais tensão, com a menos valia de ser não ser tão tolerável perante um público mais jovem. 

Ficando longe de ser surpreendente, O Amigo Gigante não deixa de ser enternecedor, correndo o risco de resultar melhor para os adultos do que propriamente para o seu público alvo. Aqui fica também demonstrado que a colaboração Spielberg Rylance tem mesmo pernas para continuar a andar.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 07.07.2016

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