terça-feira, 18 de outubro de 2016

Crítica: Café Society . 2016


Há quem diga que a originalidade de Woody Allen está acabada, mas eu prefiro dizer que ele gosta de ser manter fiel ao seu estilo, escrevendo sobre os temas que mais lhe dão gozo explorar. Café Society é o que nos apresenta este ano, um belo tributo à Hollywood dos anos 30 com as instrospecções habituais dos personagens centrais à mistura.

Bobby Dorfman (Jesse Eisenberg) é um jovem nova iorquino, que procura uma oportunidade de vida diferente, visto trabalhar com o pai e estar saturado da rotina como joalheiro em Nova Iorque. Bobby decide então mudar-se para Los Angeles, para trabalhar com o seu tio Phil (Steve Carell) um agente de renome das grandes estrelas do cinema. Quando Phil apresenta a sua secretária Vonnie (Kristen Stewart) a Bobby este apercebe-se que ela é o oposto do estereotipo de rapariga a viver em LA e cai imediatamente nos seus encantos, mas quando se declara, ela diz-lhe que tem namorado. Entre as saídas com Vonnie e os cocktails glamorosos em casa do tio, Bobby continuar a estar bastante ligado à família, mantendo constante contacto com a mãe (Jeannie Berlin) cheia de altas expectativas para si, com as peripécias do irmão Ben (Corey Stoll) um respeitável gangster no mundo do crime e com a irmã (Sari Lennick). 


Com uma cinematografia fantástica, da autoria de Vittorio Storaro, cada imagem transporta-nos para uma Los Angeles cheia da magia dos anos 30. Para além disso, o filme está cheio de cenários e guarda roupa incríveis, também eles remetendo-nos para a época em questão. O elenco apresenta sólidas performances, mas é Kristen Stewart quem mais se destaca aqui, com uma performance charmosa que dá outro entusiasmo ao filme, mostrando as sensibilidades desta personagem que se encontra no meio de uma situação difícil. O seu maior problema, talvez seja a facilidade com que prevemos o que está para acontecer, não deixa de ser interessante por isso, ou não fosse Woody Allen um mestre da escrita, mantendo a dinâmica a que já nos habituou, continuando a cativar mesmo quando o filme acaba por não se revelar tão bom quanto alguns dos seus outros trabalhos mais fortes.

Poderia ter sido muito melhor, mas não deixa de ser encantador mantendo a habitual escrita espirituosa de Allen e o charme suficiente para nos rendermos esquecendo os seus defeitos. Recheado de grandes performances e grandioso no que toca aos visuais.

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 20.10.2016

Sem comentários:

Enviar um comentário