domingo, 1 de outubro de 2017

Crítica: It . 2017


Andy Muschietti ganhou reconhecimento em 2013 com Mama, um thriller de horror, cujo o tipo de narrativa e visuais se assemelhava ao cinema de Guillermo del Toro. Depois de ter sido escolhido para a nova roupagem de It - adaptado do livro de Stephen King, que em 1990 já tinha sido adaptado para tv - as expectativas seriam as melhores. O palhaço assassino que atormentou muitas crianças na altura, vinte e sete anos depois estaria pronto para atormentar muitas mais. Só que não.

A acção decorre no final dos anos 80, na pequena cidade de Derry, onde vivem Bill (Jaeden Lieberher) e o seu irmão Georgie. Numa tarde chuvosa de inverno, Georgie decide brincar pelas ruas com um barquinho de papel, que com a força das águas caí numa valeta de esgoto. Na tentativa de retirar o barco, Georgie espreita lá para dentro e é surpreendido por Pennywise the Dancing Clown (Bill Skarsgard), que o alicia a entrar no esgoto com ele. Georgie desapareceu sem deixar rasto, e cada vez mais na cidade começa a ser notorio o número de crianças que também desaparecem. É então que Bill com a ajuda dos amigos, decide começar a investigar o desaparecimento do irmão, e juntos começam a tentar desvendar o mistério que paira sobre Derry. Enquanto isso, todos eles começam a ter visões aterradoras com o palhaço, todas elas ligadas aos seus maiores medos.

Inicialmente promete imenso, mas rapidamente o factor creepy se perde. Promovido como algo perturbador, que mexeria verdadeiramente com o psicologico, muito ao estilo dos grande clássicos do género, It é afinal apenas mais um que pouco disso mostra. O problema maior é que não há nada que na realidade marque diferença, transformando-se na maioria das vezes numa comédia aventureira do que propriamente num filme de terror. Perde-se por completo a oportunidade de explorar um Pennywise com figura muito mais assustadora do que o original, perde-se a moda antiga para o CGI, e perde-se um Bill Skarsgard que prometia dar-lhe o necessário. A figura do palhaço acaba por ser goofy, por vezes apatetada, fazendo soltar mais gargalhadas que sustos. Resta o fantástico elenco de jovens actores - nomeadamente Finn Wolfhard que rapidamente conseguimos identificar da série Stranger Things - que dão notoriedade à história que tem uma certa vibe de Goonies que promove os valores de amizade e de união faz a força.

It está muito longe de ser a obra prima de terror que muitos andam a pintar, longe de ser aquele filme que trás de volta as maravilhas contidas nos clássicos de terror dos anos dourados do género, mas satisfaz. Esperava algo verdadeiramente perturbador, mas isso raramente acontece. Vale pelo extraordinário elenco de jovens e por um Pennywise que até mete respeito, mas que não brilha tanto quanto os putos.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 07.09.2017

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