terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

my (re)view: Eu, Tonya (I, Tonya) . 2017


Esta é a história verídica de Tonya Harding (competentemente interpretada por Margot Robbie) uma competitiva desportista de patinagem no gelo, cuja vida nunca foi muito sorridente. Apesar do seu fantástico dom para a patinagem, Tonya sofreu desde cedo com uma educação negligente por parte da mãe (Allison Janney está absolutamente fantástica no papel) com recorrentes agressões que segundo a mãe a tornavam mais forte e focada na patinagem. Tonya destacou-se no desporto desde cedo como uma das melhores e mais jovens patinadoras na história dos Estados Unidos, mas enquanto dentro do ringue tudo parecia ser glorioso, fora dele a estabilidade emocional sempre foi escassa. Aquando de competir nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1992, o ex-marido Jeff (Sebastian Stan) tem a ideia de enviar cartas com ameaças de morte à maior rival de Tonya, Nancy Kerrigan, mas ao invés disso o seu amigo e guarda costa de Tonya, Shawn, contrata dois indivíduos para a atacar à saída do treino. Uma mistura de estilo mockumentary passado no presente, com narração na primeira pessoa no passado, sendo várias as vezes em que os personagens lançam questões à audiência consoante os acontecimentos que estamos a ver, uma mistura faz com que exista uma dinâmica bastante interessante. As duas e diferentes perspectivas são apresentadas, cabendo-nos a nós tirar as nossas próprias conclusões, mas deixando sempre espaço para demonstrar o tipo de personalidade de Tonya e Jeff. A típica história de rise and fall que os americanos adoram e gostam de cultivar, e que nos toca da forma mais inesperada possível. Acredito que poderão haver mais camadas por detrás desta história, inclusivamente a nível criminal, mas mesmo que não queiramos (e que o filme venda essa ideia), acabamos sempre por ficar do lado de Tonya, ou não fosse uma marca forte e chocante do filme os abusos constantes de que Tonya foi alvo durante grande parte da sua vida.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

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