terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

my (re)view: À Porta da Eternidade (At Eternity's Gate)


At Eternity's Gate, de Julian Schnabel

"Sometimes I think maybe He chose the wrong time. Maybe God made me a painter for people who aren't born yet"

Focado apenas na fase final da vida de Vicent Van Gogh, At Eternity's Gate representa a época de maior produtividade criativa, mas também a mais negra da sua vida, tendo o filme como objectivo explorar a luta em torno da doença mental e como isso afectou os seus comportamentos e compulsividade a vários níveis. São muitos os momentos em que vemos as coisas sobre o ponto de vista do artista, os quais demonstram não só alguns dos seus demónios mas também as cores vibrantes e os seus futuros objectos de estudo existindo uma ligação muito forte aos seus rasgos de talento assim como às dúvidas constantes sobre o seu valor como criador de arte. Umas das cenas mais belas deste filme é protagonizada pelo próprio Van Gogh brilhantemente interpretado por Willem Dafoe e por Mads Mikkelsen interpretando um padre, onde ambos tentam compreender as motivações de um artista que não conseguiu triunfar durante o seu tempo. Dizem que os grandes génios da humanidade não obtém o reconhecimento em vida, Van Gogh é mais um desses casos. Já Julien Schnabel merece ser elogiado por ter realizado um trabalho que tanto absorve a alma do artista em conjunto com Willem Dafoe cujo o percurso de actor deveria ser mais vezes reconhecido e há mais tempo. Nunca é demais saber apreciar obras destas, biopics que ainda são capazes de arriscar sem seguir a linha comum de narrativa que os caracteriza.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

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