segunda-feira, 13 de junho de 2016

Crítica: Rainha do Deserto (Queen of the Desert) . 2015


Escrito e realizado pelo alemão Werner Herzog, Rainha do Deserto é o biopic sobre a inglesa Gertrude Bell, exploradora e aventureira que acabou por ter um papel importante na politica do Império Britânico, devido aos contactos que ia estabelecendo durante as suas viagens pelo domínio Otomano. Apesar de respeitar todo o período histórico no que toca a cenários e guarda-roupa, e ser detentor de uma enorme beleza visual e vibrante banda sonora, é pena que decepcione, tornando-se tão insignificante quando acaba por não transparecer nada do que seria suposto.

Aqui visitamos alguns dos acontecimentos da vida de Gertrude Bell (Nicole Kidman), uma mulher que queria viver para além do seu tempo. Com uma paixão imensa pela descoberta de novos lugares e uma clara energia para partir à aventura, desde cedo mostrou vontade de marcar a diferença. As divergências politicas e sociais durante o colonialismo inglês despertavam em si curiosidade e desde muito cedo escolheria enriquecer a sua personalidade procurando novas experiências. Com imagens deslumbrantes do deserto como pano de fundo, esta é a história de uma mulher inglesa no meio do mundo Árabe, que deu a conhecer melhor os seus costumes e cultura, mantendo sempre a paz e o respeito, o que os levou inevitavelmente a acarinha-la, apelidando-a de "Rainha do Deserto".


Quando aqui o propósito histórico seria supostamente o mais forte, assim como demonstrar a forte figura feminina de Gertrude e da sua experiência num mundo de homens e de preconceito, Herzog opta por diminuir o cenário de confrontos vividos, assim como romantiza demasiadamente as situações, nomeadamente o romance entre Gertrude e Hanry Cadogan, interpretado por James Franco, um enorme erro de casting, bastante estranho a fazer um sotaque britânico terrível. Nicole Kidman encaixaria claramente no perfil da personagem, mas vê-la ao longo de todo o filme constantemente com a mesma aparência torna-se um pouco estranho (principalmente quando é suposto aparentar ter a mesma idade que Franco, notando-se claramente a diferença de idades) para além do factor glamour estar bem mais vincado do que a presença assertiva e icónica que esta mulher eventualmente terá tido. E já que falei lá atrás em erro de casting, não posso esquecer Robert Pattinson, claramente mais um, que apesar de nos fazer soltar umas gargalhadas, deixa a desejar. Atravessamos muito mais os conflitos interiores de Gertrude do que qualquer outra coisa, e as complexidades da época ficam na sua maioria por explicar.

Fica um sentimento de frustração no final, de uma história que tinha muito de interessante para dar, mas que se perde divagando sobre o que na realidade não é assim tão importante.

Classificação final: 2 estrelas em 5.
Data de Estreia: 09.06.2016

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