terça-feira, 8 de novembro de 2016

Crítica: Ela (Elle) . 2016


Não é muito comum vermos retratada no cinema histórias sobre violações da maneira que esta é retrata. Paul Verhoeven (Instinto Fatal, 1992) aventura-se pela primeira vez na lingua francesa com a maravilhosa Isabelle Hupert a comandar operações. Ela é um thriller sobre insanidade e vingança, que aborda temas delicados, como se uma comédia de humor negro se trata-se.

Uma cena cruel e impiedosa dá inicio ao filme e logo de forma abrupta estamos perante uma invasão de propriedade e uma violação. A vítima é Michèle (Isabelle Hupert) é uma mulher de negócios de meia idade. Ao contrário daquilo que imaginamos, Michèle não reage de forma que estamos à espera, mas sim de forma natural e desprezível, como se nada se tivesse passado. Arruma o local do crime, não chama a policia nem sequer demonstra algum tipo de sentimentos acerca do que acabou de suceder. Ao longo do filme, vamos descobrindo alguns detalhes importantes da vida desta mulher e vamos entendendo o porquê de algumas atitudes. Mas não todas. Michèle é um personagem bastante intrigante, daquelas que mesmo depois do final de uma história, permanecem connosco e nos fazem questionar algumas das situações que acabamos de assistir.

Por vezes não é nada fácil de digerir, deixando-nos sem entender algumas das atitudes desta mulher claramente desequilibrada, mas perturbadoramente decidida e controladora. A performance da grande Isabelle Huppert, faz resplandecer o fascínio de todos, por uma mulher, na verdade amargurada e egoísta, mas que transparece um auto-controlo e auto-confiança enormes, fazendo o que quer de qualquer um. Uma mulher complexa e perigosa, com comportamentos sociopatas invisíveis aos olhos de todos. Aqui é feito um estudo peculiar sobre a sexualidade, sob um aspecto fantasioso e satírico da questão, algo que também define este filme, onde aos poucos tudo parece girar cada vez mais em torno de mentiras, ilusões e imaginação. O seu maior problema, será talvez a forma abrupta como começa, prometendo-nos muito mais do que aquilo que conseguimos obter. Não consegue manter sempre o mesmo padrão, e aos poucos torna-se bastante fácil desvendar os seus mistérios.

Apesar de ser um pouco inconsistente e previsível em geral, Ela consegue assim mesmo prender e cativar, com a mais valia de ter uma grande performance a suportar a história. 

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 17.11.2016
Exibido no Lisbon & Estoril Film Festival '16

1 comentário:

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