quarta-feira, 19 de julho de 2017

flash review : Okja . 2017


Okja, de Bong Joon Ho (2017)

Para qualquer amante de animais, é difícil não ficar emocionado com aquilo que constatamos aqui. Uma história sobre amizade, mais propriamente a amizade entre humanos e animais, que só quem sabe o valor que estas relações têm pode entender. Okja foi bastante comentado desde a sua estreia no Festival de Cannes há uns meses, e o burburinho foi tal que criou em mim diferentes ideias daquilo que estaria afinal perante mim. Muito mais que um filme sobre amizade, Okja é um filme sobre politica e direitos, que poderia ter arriscado muito mais, mas que não desaponta na bonita mensagem que transmite. Apesar da falta de desenvolvimento de algumas ideias ou da necessidade de inserir cenas em contexto, a fasquia mantém-se elevada com as magnificas performances da protagonista Ahn Seo-hyun, a camaleónica Tilda Swinton e de um Jake Gyllenhaal super tresloucado! Não podemos esquecer o adorável Okja, pelo qual aproveito para elogiar a qualidade de efeitos especiais que transportam super-porcos para os dias de hoje. Bong Joon Ho fez um filme fofinho, mas com conteúdo.

Classificação final: ★★★★

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Crítica: Baywatch: Marés Vivas (Baywatch) . 2017


Não posso mentir, ver um filme com o Dwayne Johnson está a tornar-se um serissímo guilty pleasure! O tipo tem carisma, e não é à toa que é um dos mais bem pagos do momento. Baywatch: Marés Vivas é daqueles casos em que fazer um filme sobre o tema era estritamente desnecessário, mas que já se sabe que vai facturar milhões. Basicamente, aqui estamos perante uma compilação gigante de episódios da série de sucesso dos anos 90 com o mesmo nome, com momentos de pura parvoíce de fácil gargalhada, mas de ficam um pouco à quem da originalidade, colocando-se no mesmo patamar que muitas outras que temos visto ultimamente.

O tenente Mitch Buchannon (Dwayne Johnson) e a sua equipa de nadadoras salvadoras, Stephanie Holden (Ilfenesh Hadera) e C. J. Parker (Kelly Rohrbach) vigiam e protegem as praias da Flórida criando uma divisão de elite intitulada de Baywatch. Quando uns pequenos sacos de droga começam a aparecer na posse dos frequentadores da praia, Mitch começa a investigar o que o leva até à empresária de sucesso na área, Victoria Leeds (Priyanka Chopra). Prontos a prestar provas para entrar para a equipa estão a surfista Summer (Alexandra Daddario), o nerd gorducho Ronnie (Jon Bass) e o campeão olímpico Matt Brody (Zac Efron), que apenas se prestou a provas por estar sob um acordo de trabalho comunitário. Juntos vão tentar desmantelar a rede de tráfico de drogas na área que começa a provocar insegurança e a ameaçar o bem estar em toda a costa.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

CINEPHILIA | Moulin Rouge! (2001)


Viva a celebração do amor! Moulin Rouge! pode ter todos os defeitos do mundo e mesmo assim consegue ser incrivelmente cativante, entrando no ano de 2001 para a categoria de filmes para ver antes de morrer. Baz Luhrmann constrói uma ode moderna ao romantismo, contendo todos os truques necessários para o sucesso de uma história de amor, por vezes bem lamechas, outras vezes bem original, divertido, colorido, glamoroso e apaixonante. É estranho como a sua estranheza se entranha facilmente e uma irresistível vontade de o rever cresce, provocando até aos menos susceptíveis aos temas amorosos um certo bichinho armado em cupido com graves repercussões que causam sintomas de visionamentos em loop.

Tudo se passa em 1900. Christian (Ewan McGregor), um jovem poeta britânico, decide tentar a sua sorte em Paris, considerada por muitos como cidade boémia e cheia de liberdade onde tudo é possível para um artista e triunfar é fácil. Por lá é acolhido pelo pintor Toulose-Lautrec (John Leguizamo) e seus amigos, habituais frequentadores do Moulin Rouge, o famoso bordel de Harold Zidler (Jim Broadbent), onde reina o sexo, as drogas e o cancan de inúmeras e belíssimas mulheres. A maior estrela de todas é Satine (Nicole Kidman), e Christian fica absolutamente rendido aos seus encantos. Loucamente apaixonado, Christian é confundido com o poderoso Duque de Monroth (Richard Roxburgh), potencial investidor do cabaret, e Satine acaba por se apaixonar também por ele. Christian acaba por viver uma paixão arrebatadora, percebendo o verdadeiro sentido do amor, que tem tanto de belo como de trágico, pois mais vale viver um grande amor do que nunca ter vivido amor algum.

Considerado por muitos como um dos piores dos últimos tempos, Moulin Rouge! é dos tais que se ama ou se odeia. Frenético, exagerado, extravagante é um autentico espectáculo visual que contém um pequeno toque de muitas das histórias de amor mais famosas de sempre. Baz Luhrmann usa a música para contar uma história, misturando elementos modernos e modificando letras e arranjos de forma a que sejam adaptadas e inseridas num contexto próprio. A música como elemento de cultura pop é contrastada com o ambiente La Boheme francês criando um ambiente interessante e uma forte conexão com a audiência. O enredo é inspirado essencialmente nas obras de Verdi, Puccini e Offenbach, transformando a visão do que seriam as operetas do século XIX. O componente teatral está sempre presente, desde o aspecto cenográfico à representação do elenco de peso, liderado por Nicole Kidman e Ewan McGregor, que imortalizam Satine e Christian, e os transformam num dos casais mais carismáticos do cinema. À medida que vamos avançando na história, esta fica mais sombria, nunca perdendo o encanto, mas largando aos poucos a alegria mergulhando na tristeza profunda de um amor que sabemos que não irá prevalecer. O estilo muitas vezes sobrepõe-se à substância, mas nunca tentar ser algo mais do que é suposto.

É impossível não admirar o esforço criativo de todos os aspectos do filme, que sem medo de arriscar foram pioneiros numa viragem no que toca ao estilo musical em Hollywood, onde o tradicional e o moderno se transformam e se complementam. É fácil entrar no espírito e viver esta experiência espectacular, onde a musica e as cores retratam o poder do amor.

"The greates thing you'll ever learn is just to love and be loved in return".

terça-feira, 4 de julho de 2017

flash review : The Discovery . 2017


The Discovery, de Charlie McDowell (2017)

E se num futuro próximo existissem provas de vida para além da morte? Através da descoberta de um cientista essas provas estão comprovadas e uma grande percentagem de pessoas no mundo começa a cometer suicídio. Restam apenas alguns sépticos, nomeadamente o filho desse mesmo cientista e uma mulher misteriosa que desperta o seu interesse. The One I Love (2014), o filme anterior do realizador Charlie McDowell foi tão bom que as expectativas para este estavam altas e talvez por conta disso tenha saído mais decepcionada do que satisfeita. Uma variável de grandes ideias muito mal desenvolvidas e Jason Seagle que não sobressai num papel que parece não encaixar na perfeição na sua pele. A química entre ele e Rooney Mara é quase inexistente e forçada, e nem ela nem Robert Redford conseguiram tornar isto um bocadinho mais interessante. Apesar de todo o seu potencial, a verdade é que nada aqui se destaca verdadeiramente.

Classificação final: ★★★

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Crítica : O Muro (The Wall) . 2017


A maior parte dos filmes de guerra, optam por cenários de combate onde a acção no terreno é o principal campo de batalha do bem contra o mal. Em O Muro o principal cenário são na realidade os vestígios de uma guerra que mesmo depois de acabar continua a semear dum lado um lugar que é dado por conquistado, por outro vingança e revolta. Realizado por Doug Liman (The Bourne Identity, Edge of Tomorrow) este é um thriller de ritmo lento, mas muito intenso que prende do inicio ao fim.

Estamos em 2007 e a Guerra do Iraque está oficialmente acabada. Quando Allan Isaac (Aaron Taylor-Johnson) e Shane Matthews (John Cena), dois army rangers são destacados para responder a um pedido de socorro, deparam-se com um cenário um pouco estranho. Camuflados à distancia, observam que no terreno se encontram oito corpos sem vida e algo de muito estranho se passa. Tudo indica que será um trabalho de um sniper, mas não havendo certezas Matthews sente-se demasiado confiante para descer ao terreno e investigar mais de perto. Quando aparentemente o que parecia tranquilo, transforma-se num autentico jogo de gato e rato, quando Matthews é atingido e põe também em risco a vida de Isaac que para tentar socorrer o companheiro, acaba por se refugiar, ferido atrás de um muro de pedras.

domingo, 25 de junho de 2017

Crítica: Mulher Maravilha (Wonder Woman) . 2017


A DC Comics têm deixado todos um pouco com um pé atrás. Desde os tempos da trilogia The Dark Night que os filmes têm vindo a perder o brilho e o interesse que Christopher Nolan colocou outra vez no mundo dos super heróis e foi preciso uma senhora para restituir o brilho desses tempos! Patty Jenkins realiza este Mulher Maravilha cheio de girl power, mas acima de tudo conjugando uma realização competente, com um argumento bem estruturado com uma história que segue os seus princípios até ao fim, aliada a uma mensagem importante sobre valores humanos e muito carisma no que toca aos seus personagens.

Na ilha escondida de Themyscira, casa das guerreiras amazonas criada pelos deuses do Olimpo para proteger a raça humana, nasceu e foi educada Diana (Gal Gadot), filha de Hippolyta (Connie Nielsen) e Zeus, que deixou a essas guerreiras uma arma poderosa capaz de matar o seu filho Ares, Deus da Guerra. Hippolyta acredita que Ares nunca irá regressar, mas a sua irmã Antiope (Robin Wright) treina Diana para ser guerreira, mesmo contra a vontade da mãe. Quando o avião do espião americano Steve Trevor (Chris Pine) cai na ilha de Themyscira, a ilha é invadida por militares Alemães que o perseguem, o que compromete o secretismo em torno da ilha mágica criada pelo rei dos deuses. Ao ver a fúria e o ódio dos homens perante si, Diana decide voltar para o mundo dos homens com Steve, para combater Ares acreditando que ele é o responsável pelo cenário da Primeira Guerra Mundial, que encontra assim que chega a Londres.