domingo, 10 de agosto de 2014

Crítica: The Zero Theorem (2014)


“Para que vivo?” - Uma das citações do personagem principal deste filme e a questão fulcral deste filme. Logo no inicio, conseguimos prever que nos espera algo extremamente filosófico.

Em The Zero Theorem seguimos o hacker de computadores Qohen Leth, que trabalha para uma empresa chamada Mancom. O seu trabalho consiste em decifrar o suposto impossível “Teorema Zero”, o teorema que irá descobrir qual é afinal o propósito da existência humana. Qohen é um homem obsessivo, muito estranho e solitário e é constantemente interrompido pelo dono da empresa, o imponente Management que lhe irá tentar dificultar o caminho, colocando-lhe certos obstáculos. Qohen é muito metódico e irá ficar completamente desorientado.

Sabemos que Qohen espera ansiosamente por um telefonema que pelo que percebemos lhe irá trazer finalmente algo que ele tanto deseja, mas durante todo o filme não sabemos ao certo ao que se refere e isso é por vezes um pouco frustrante.

Esta história é passada num futuro um pouco estranho onde tudo parece ser desajeitado e tonto, mas resulta muito bem! Todo aquele mundo é muito interessante e todos os cenários criados são absolutamente brilhantes!

Christoph Waltz é um actor muito versátil, vê-lo neste papel complexo foi muito bom! Apesar de só entrar em muito poucas cenas no filme, também achei interessante ver Matt Damon num papel mais bizarro do que é costume. Tilda Swinton, mais uma vez maravilhosa num papel muito à sua medida e também gostaria de referir o jovem actor Lucas Hedges pelo bom trabalho.

O filme mostra uma forte avaliação acerca da existência humana onde - e passo a citar uma ideia transmitida no filme - “o caos rende”. Quando a sociedade é levada a acreditar em algo superior - tal como Qohen acreditava fielmente que aquela tal chamada seria a resolução dos seus problemas e o fim da sua vida solitária – o ser humano encontra conforto e a sua vida passa a ser insignificante, pois a espera passa a ser a razão da vida… E será essa a espera de algo melhor depois da existência? Será que os humanos só tem o propósito de seguir a jornada da vida com o objectivo de chegar a eterna paz e felicidade? É essa espera que fez com que o personagem principal tivesse vivido toda uma vida insignificante, mas quando descobre a amizade e o amor é quando se começa a aperceber que a vida é muito mais do que ficar sentado a espera que algo bom caia do céu.

A meu ver, o filme é uma inteira metáfora e talvez critica controversa para aqueles que acreditam em qualquer tipo de religião. Também é certo de que para termos fé não precisamos de pertencer a nenhuma religião específica, mas a verdade é que a fé sempre moveu as pessoas, e se tivermos muita fé é mais fácil de chegar a certos objectivos.

The Zero Theorem pode ser um filme estranho, mas sem dúvida muito inteligente. Contudo acredito que não vá agradar a qualquer um.






Classificação final: 3,5 estrelas em 5.

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