“Para que vivo?” - Uma das citações do personagem principal deste filme e a questão
fulcral deste filme. Logo no inicio, conseguimos prever que nos espera algo extremamente filosófico.
Em The Zero Theorem seguimos o hacker de computadores Qohen
Leth, que trabalha para uma empresa chamada Mancom. O seu trabalho consiste em
decifrar o suposto impossível “Teorema Zero”, o teorema que irá descobrir qual
é afinal o propósito da existência humana. Qohen é um homem obsessivo, muito
estranho e solitário e é constantemente interrompido pelo dono da empresa, o
imponente Management que lhe irá tentar dificultar o caminho, colocando-lhe
certos obstáculos. Qohen é muito metódico e irá ficar completamente
desorientado.
Sabemos que Qohen espera ansiosamente por um telefonema que
pelo que percebemos lhe irá trazer finalmente algo que ele tanto deseja, mas durante
todo o filme não sabemos ao certo ao que se refere e isso é por vezes um pouco frustrante.
Esta história é passada num futuro um pouco estranho onde tudo
parece ser desajeitado e tonto, mas resulta muito bem! Todo aquele mundo é
muito interessante e todos os cenários criados são absolutamente brilhantes!
Christoph Waltz é um actor muito versátil, vê-lo neste papel
complexo foi muito bom! Apesar de só entrar em muito poucas cenas no filme,
também achei interessante ver Matt Damon num papel mais bizarro do que é
costume. Tilda Swinton, mais uma vez maravilhosa num papel muito à sua medida e
também gostaria de referir o jovem actor Lucas Hedges pelo bom trabalho.
O filme mostra uma forte avaliação acerca da existência humana
onde - e passo a citar uma ideia transmitida no filme - “o caos rende”. Quando a sociedade
é levada a acreditar em algo superior - tal como Qohen acreditava fielmente que
aquela tal chamada seria a resolução dos seus problemas e o fim da sua vida
solitária – o ser humano encontra conforto e a sua vida passa a ser
insignificante, pois a espera passa a ser a razão da vida… E será essa a espera
de algo melhor depois da existência? Será que os humanos só tem o propósito de
seguir a jornada da vida com o objectivo de chegar a eterna paz e felicidade? É
essa espera que fez com que o personagem principal tivesse vivido toda uma vida
insignificante, mas quando descobre a amizade e o amor é quando se começa a
aperceber que a vida é muito mais do que ficar sentado a espera que algo bom
caia do céu.
A meu ver, o filme é uma inteira metáfora e talvez critica
controversa para aqueles que acreditam em qualquer tipo de religião. Também é
certo de que para termos fé não precisamos de pertencer a nenhuma religião específica,
mas a verdade é que a fé sempre moveu as pessoas, e se tivermos muita fé é mais
fácil de chegar a certos objectivos.
The Zero Theorem pode ser um filme estranho, mas sem dúvida
muito inteligente. Contudo acredito que não vá agradar a qualquer um.
Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Sem comentários:
Enviar um comentário