sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Crítica: Wish I Was Here (2014)


Data de Estreia: 28-08-2014

Em 2004 o actor Zach Braff estreou-se na realização com o filme Garden State. Passado 10 anos ele está de volta à realização apresentando-nos este Wish I Was Here, também escrito por ele e onde mais uma vez volta a ser o protagonista. Um filme que se balança entre o drama e a comédia.

Tal como em Garden State, o personagem principal da história é um actor, Aidan, que vive em Los Angeles, cuja carreira nunca passou por meras peças de teatro e algumas publicidades de TV. Ele continua a lutar pelo seu sonho e acredita que algum dia terá o sucesso merecido. O problema é que esse dia nunca mais chega. Aidan é casado e tem dois filhos e é a sua mulher que sustenta a família. Ele acaba então por se ver obrigado a ter de ensinar os filhos em casa (através do sistema de 'Home School' muito popular nos EUA) pois o seu pai, um judeu extremamente dedicado à religião que exigia que os netos frequentassem um colégio judeu privado, devido a uma situação trágica já não se pode dar ao luxo de lhes continuar a pagar uma boa educação. A única escola pública disponível perto da área também não é solução pois não tem a melhor reputação. Depois de tudo isto, a vida de Aidan não vai voltar a ser a mesma.

Wish I Was Here é a história da jornada interior de um homem que ainda não sabe ao certo o que é ser adulto, ter responsabilidades, filhos para educar e lidar com as situações más que existem na vida. É uma bonita mensagem sobre como não devemos desistir dos nossos sonhos, mas sempre ponderando o melhor para cada momento. É dada muita importância ao conceito de família de uma forma muito tocante, apesar de que poderia ter evitar alguns dos clichés já habituais.

Zach Braff dá um bom desempenho. Ele e Kate Hudson formam um bom par no ecrã e achei a performance de Kate Hudson particularmente boa, diferente do género que tem feito ultimamente. Num papel mais sério e de equilíbrio no filme. Espero que continue a escolher papeis que fujam um pouco das suas habituais comédias românticas. As crianças do filme são absolutamente adoráveis e talentosas, Pierce Gagnon muito engraçado e Joey King que aqui me deu razões para começar a ficar de olho nela (para quem não está a ver quem é, ela é a menina que faz de filha de Colin Hanks na serie televisiva que começou este ano, Fargo). Mandy Patinkin, que interpreta o pai de Aidan teve um desempenho nada fácil, muito emotivo concretizado de forma impecável.  O único personagem com quem não me consegui conectar por completo, talvez por ter sido pouco desenvolvido, foi o de Josh Gad, que interpreta o peculiar irmão de Aidan.

Achei muito engraçado o facto de Braff ter "pegado" no mesmo género de personagem que utilizou em Garden State como se o tivesse transportado até então, dez anos depois. As semelhanças de carácter entre os personagens dos dois filmes são evidentes. Não sei se terá sido propositado ou não, mas isso foi interessante.


Wish I Was Here (Dava Tudo Para Estar Cá) não é um filme perfeito, mas isso não lhe tira o brilho e autenticidade que Zach Braff foi capaz de lhe colocar através da emoção que conseguiu passar para o lado de cá da tela.








Classificação final: 3,5 estrelas em 5.

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