Data de Estreia: 28-08-2014
Em 2004 o actor Zach Braff estreou-se na realização com o
filme Garden State. Passado 10 anos ele está de volta à realização
apresentando-nos este Wish I Was Here, também escrito por ele e onde
mais uma vez volta a ser o protagonista. Um filme que se balança entre o drama
e a comédia.
Tal como em Garden State, o personagem principal da
história é um actor, Aidan, que vive em Los Angeles, cuja carreira nunca passou
por meras peças de teatro e algumas publicidades de TV. Ele continua a lutar
pelo seu sonho e acredita que algum dia terá o sucesso merecido. O problema é
que esse dia nunca mais chega. Aidan é casado e tem dois filhos e é a sua
mulher que sustenta a família. Ele acaba então por se ver obrigado a ter de
ensinar os filhos em casa (através do sistema de 'Home School' muito popular
nos EUA) pois o seu pai, um judeu extremamente dedicado à religião que exigia
que os netos frequentassem um colégio judeu privado, devido a uma situação
trágica já não se pode dar ao luxo de lhes continuar a pagar uma boa educação.
A única escola pública disponível perto da área também não é solução pois não
tem a melhor reputação. Depois de tudo isto, a vida de Aidan não vai voltar a
ser a mesma.
Wish I Was Here é a história da jornada interior
de um homem que ainda não sabe ao certo o que é ser adulto, ter
responsabilidades, filhos para educar e lidar com as situações más que existem
na vida. É uma bonita mensagem sobre como não devemos desistir dos nossos
sonhos, mas sempre ponderando o melhor para cada momento. É dada muita
importância ao conceito de família de uma forma muito tocante, apesar de que
poderia ter evitar alguns dos clichés já habituais.
Zach Braff dá um bom desempenho. Ele e Kate Hudson formam um
bom par no ecrã e achei a performance de Kate Hudson particularmente boa,
diferente do género que tem feito ultimamente. Num papel mais sério e de
equilíbrio no filme. Espero que continue a escolher papeis que fujam um pouco
das suas habituais comédias românticas. As crianças do filme são absolutamente
adoráveis e talentosas, Pierce Gagnon muito engraçado e Joey King que aqui me
deu razões para começar a ficar de olho nela (para quem não está a ver quem é,
ela é a menina que faz de filha de Colin Hanks na serie televisiva que começou
este ano, Fargo). Mandy Patinkin, que interpreta o pai de Aidan teve um
desempenho nada fácil, muito emotivo concretizado de forma impecável. O único personagem com quem não me consegui
conectar por completo, talvez por ter sido pouco desenvolvido, foi o de Josh Gad,
que interpreta o peculiar irmão de Aidan.
Achei muito engraçado o facto de Braff ter "pegado" no mesmo
género de personagem que utilizou em Garden State como se o tivesse
transportado até então, dez anos depois. As semelhanças de carácter entre os
personagens dos dois filmes são evidentes. Não sei se terá sido propositado ou não,
mas isso foi interessante.
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