quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Crítica: Blackhat: Ameaça na Rede (Blackhat) 2014


Data de Estreia: 29-01-2015

Blackhat: Ameaça na Rede é o mais recente filme de Michael Mann (Thief, Heat, Collateral) sobre o crime cibernético, uma das principais ameaças da sociedade de hoje em dia. Mann usa as suas melhores técnicas caracteristicas, dando um ar visualmente interessante, a um filme que falha na sua coerência e lucidez.

As autoridades Americanas e Chinesas juntam-se para por fim a uma conspiração que envolve um criminoso cibernético. Nicolas Hathaway (Chris Hemsworth) é um hacker condenado a 15 anos de prisão e irá ajudar as autoridades a perseguir o criminoso de Chicago até Hong Kong.

O enredo do filme é super inconsistente, confuso e o ritmo por vezes não é o melhor. Ora acontecem imensas coisas ao mesmo tempo, ora não acontece nada. Por vezes é dada informação tecnológica a mais, outras vezes parece que ser hacker é a coisa mais fácil do mundo. Tudo isto não abona para o realismo que a história quer passar. Apesar de tudo, o filme consegue ser bem sucedido no factor de entretenimento, pois mesmo com imensas falhas, algumas cenas conseguem despertar a atenção e curiosidade do espectador.

Não é que Chris Hemsworth tenha um mau desempenho, mas confesso que foi dificil olhar para ele e vê-lo com um hacker. Talvez a sua figura frequentemente utilizada para papeis mais sedutores ou por vezes mais rudes ou imponentes (como por exemplo o super-herói Thor) faz com que todo o seu look não seja o melhor para o filme e não se torne realista a cem por cento. Também o facto de associarmos a figura de um hacker a alguém com um ar extremamente intelectual não ajude.

As relações entre todos os personagens não são bem construidas nem desenvolvidas, especialmente as dos dois personagens principais, cuja relação é extremamente forçada. É criada uma situação amorosa, totalmente desnecessária. A história passava bem sem isso, e talvez fosse mais importante focar outros aspectos, pois haveria mais potencial para isso do que investir numa relação "à pressão".

Blackhat - Ameaça na Rede, passa assim a fazer parte das desilusões deste ano devido aos problemas de enredo, dividido por momentos bons e maus que o tornam bastante inconsistente, deixando imensas questões no ar que ficam por responder.







Classificação final: 2 estrelas em 5.

9 comentários:

  1. Terminei de ver o filme a 3 minutos e vim para a internet em busca de comentários, parece que a maioria concorda comigo. Uma historia até que envolvente, mas muito "atropelado". Se o filme tivesse mais meia hora e não falhasse em alguns aspectos de conexão entre os personagens, talvez se tornasse uma ótimo filme. Mas terminou sendo apenas "mais um filme".

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    1. É mesmo, concordo. Esperava muito mais dele e também acabei desiludida.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Em algumas partes confesso que o filme faz com que a atividade hacker pareça fácil. Por outro lado, gostei de algumas

    coisas no sentido oposto disso, exemplo: quando indagado para desencriptar um código o hacker disse que levaria um mês

    (no caso dependeria da computador); outro exemplo fala a respeito de sistema de segurança que no momento estava

    praticamente à prova de invasões, sendo que o hacker deveria ir até lá "pessoalmente"...

    A história é um pouco confusa mesmo, mas gostei do fato de mostrarem a engenharia social em algumas vezes.

    Achei estranho o fato de conseguir hackear um supercomputador em pouco tempo, enganando um "expert"...

    No começo eu realmente achei estranho a personagem do hacker, era um pouco incondizente. Entretanto, parece verossímel

    pois ele ficou muitos anos na prisão, conforme ele próprio disse, e há uma cena que mostra ele fazendo exercícios, ou seja,

    ele ficou forte para sobreviver na prisão, e a forma como ele mata os hackers inimigos é prova disso, ele usa faca, chave de

    fenda...

    Agora, pelo tanto que ele ficou preso ele provavelmente estaria desatualzadíssimo para hackear algo, apesar de dar a

    impressão que de alguma forma ele se atualizáva, conforme vemos no início do filme ele invadindo um banco com um dispositivo móvel.

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    1. É uma perspectiva justa e credível, esse facto de ele ter de se integrar na prisão e adquirir uma aparência física e postura diferentes da ideia que temos de um hacker. Mas o maior problema do filme é mesmo a sua inconsistência e essas pequenas coisas que não fazem sentido acabam por interferir no seu todo.

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    2. Sem contar também com os termos que são coerentes com a realidade, como RAT (Remote Access Tool) e pelo código em C e os comandos apresentados nos terminais Linux. Tudo deveras fidedigno. Só quem mexe com Linux, C e programa RATs pra entender.

      Em relação ao pdf, é plausível sim, que um agente da NSA caísse. Aquilo foi uma bela de uma engenharia social.

      Tirando as firulas de apresentar "sons" no computador a cada comando que é dado, este sem sombras de dúvidas foi o filme mais coerente de hackers que já vi até hoje.

      É por isso que deve ter tirado nota baixa no IMDB, já que são poucos, os que estão preparados pra entender plenamente o que se passa no filme.

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    3. Quem sabe talvez seja essa a razão do porquê da maioria das pessoas ter ficado desiludida com o filme... Ao que parece para quem entende do assunto, as tais "falhas" sobre a maneira de um hacker agir e sobre os conhecimentos que têm, afinal não estão assim tão erradas (e eu faço parte das pessoas que não estão bem dentro do assunto). Mesmo assim o filme continua a ter outros problemas que resultaram na minha decepção.

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  4. Blackhat é composto por um boa história, mas tem uma prolongação desnecessária n a trama e a um final bem previsível.

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