domingo, 12 de fevereiro de 2017

Crítica: Elementos Secretos (Hidden Figures) . 2016


Nunca é demais mostrar que em tempos, infelizmente não tão distantes como isso, a América vivia consoante o seu "esquema das cores", onde o factor racial era definitivo para alcançar uma carreira de sucesso. Elementos Secretos conta a história verídica de três mulheres que quebraram uma importante barreira, que se tornou determinante. É acima de tudo um feel-good movie que até consegue transmitir a mensagem inspiradora que carrega, mas da forma mais trivial possível.

Baseado no livro homónimo de Margot Lee Shetterly, Elementos Secretos conta a história de três matemáticas afro-americanas a trabalhar na NASA, em particular na pessoa de Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson) que calculou ou trajectos do Projecto Mercúrio - programa espacial americano cujo objectivo seria colocar um homem em orbita e trazê-lo de volta à Terra em segurança - que colocava os americanos à frente na corrida espacial contra a União Soviética durante os anos 50/60. Num mundo maioritariamente liderado por homens, em tempos em que ainda estavam à frente de tudo as diferenças raciais, este é um filme sobre a luta pela igualdade não só de género mas também racial, em que a principal mensagem é transmitir que o sentido de união faz a força e assim se consegue marcar toda a diferença.

Elementos Secretos é apenas mais um simpático biopic que em contextos menos significativos dramatiza demasiado as questões, acabando por subjugar a intenção e importância de todas elas, e quando o deve fazer é como se as ignora-se. O filme segue a mesma estrutura de muitos outros que anteriormente já abordaram questões raciais e de minorias, percorrendo o caminho mais certo e mais seguro até chegar ao seu objectivo sem grandes surpresas ou apontamentos novos. A grandeza desta história merece ser mostrada, mas esse sentimento de grandeza nunca chega a ser verdadeiramente transmitido, usando uma estrutura simples e performances razoáveis, talvez com o maior destaque a ser dado a Taraji P. Henson, com Octavia Spencer e Janelle Monae a não ficarem muito atrás. 

Não percebo o porquê de tanto burburinho em torno disto, nem o porquê de estar a ser tão destacado este ano na award season. Houveram propostas em 2016 muito mais interessantes do que esta.

Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 02.02.2017

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