terça-feira, 24 de março de 2020

my (re)view: The Invisible Man . 2020

imagem via time.com

É muito difícil surpreender dentro do género do terror hoje em dia, se bem que eu não inseria The Invisible Man propriamente dentro desse género. É mais um thriller de ficção cientifica com alguns sustos à mistura, mas que funciona muito melhor pela mensagem que quer passar do que pelas semalhanças que possa ter com mais um mero filme de terror como aparentemente nos possa parecer. Para quem vá à espera da habitual história de fantasmas e das suas vinganças para além da morte, enganem-se. The Invisible Man consegue ser bem sucedido tomando decisões inteligentes apesar de irmos facilmente ligando os pontos da história. Cecile vive atormentada há muitos anos, presa a uma relação abusiva com Adrian, um riquissimo cientista obssessivo, da qual ganhou finalmente coragem para se ver livre. Já em segurança em casa de um amigo e após saber que o ex-namorado se suicidou, Cecile nunca imaginaria que o seu tormento continuaria mesmo depois do desaparecimento de Adrian. Um filme que vive bastante de silencios e de movimentos lentos ou estáticos de camera que intimidam bastante. Tudo isto mais a fantástica performance de Elisabeth Moss que incorpora na perfeição todo o terror vivido por uma vitima de violência doméstica. Para além da parte ficcional, este é um filme cuja mensagem excede aquilo que a ficção quer mostrar e por isso mesmo Moss faz-nos ganhar um carinho muito especial pela personagem que sofre psicologicamente dia-a-dia e que transparece de forma angustiante todo esse tormento. O realizador Leigh Whannell já é experiente nestas andanças quer do terror quer do sci-fi, mas aqui encontramos uma obra que apesar de alguma previsibilidade vale muito a pena pela experiência e pela forma como mexe connosco utilizando técnicas muito boas para o fazer.

Classificação 4/5 estrelas.

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