terça-feira, 12 de maio de 2015

Crítica: Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road) 2015


Pleno esplendor, no mundo dos loucos! George Miller faz assim renascer de forma brilhante a magnífica distopia que criou há mais de 30 anos atrás. Com uma jovialidade imensa, narrativa inteligente com grande peso social e sequências de acção de se ficar de queixo caido, Mad Max: Estrada da Fúria é muito mais que um blockbuster é o ressurgir de uma trilogia de culto que nos deixa ansiosos por mais.

Sendo este o quarto filme da Trilogia Mad Max, não se pode dizer que Fury Road é uma sequela ou um reboot, mas sim mais um pedaço da jornada de Max Rockatansky (Tom Hardy, interpretado por Mel Gibson nos três filmes anteriores) num mundo pós-apocalíptico onde impera o totalitarismo que oprime toda uma sociedade. Cada vez mais atormentado pelas sombras do passado, Max sempre optando por seguir um caminho solitário pela sobrevivência, deixa-se cair nas garras do prepotente Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne, que interpretou Toecutter no primeiro filme Mad Max em 1979, aqui totalmente irreconhecível mas estranhamente familiar) acabando mais tarde por se ver envolvido numa fuga planeada pela Imperatriz Furiosa (Charlieza Theron). Completamente desvairado com a traição de Furiosa, Immortan Joe reúne o feroz e implacável bando de rebeldes naquela que será a mais impiedosa perseguição na estrada que Max já viveu.

Personagens tresloucados é o que não falta nos filmes de Mad Max, neste mais que nunca! Enquanto o mundo se vai degradando e a falta de recursos aumentando, cada vez mais a loucura se apodera da mente dos mais fracos. Max continua a ser o mesmo de sempre e Tom Hardy capta isso mesmo, seguindo o legado que Mel Gibson deixou nos anteriores filmes. Também o trabalho do resto elenco é notável, Charlize Theron que transporta apenas num simples olhar a tristeza e emoção que o personagem requer, Nicolas Hoult absolutamente descompensado como Nux ou Hugh Keays-Byrne que trás de volta o factor creepy que já carregava consigo no primeiro personagem que interpretou na franquia, mas desta vez em dobro! 

Todos os filmes da franquia tem a sua devida importância e o factor social é extremamente significativo. Dos diferentes personagens, aos diálogos, magníficos cenários ou até figurinos, tudo é pensado ao pormenor, dando diferentes perspectivas e interessantes visões daquilo que Miller quer passar para além do que estamos a ver. Muito mais que uma obra visualmente deslumbrante, este glorioso universo criativo é um subtil retrato daquilo que é o nosso mundo. Para além de toda a sua substância, nada melhor do que juntar o factor entretenimento que nos proporciona algumas das sequências de acção mais brilhantes que o cinema já viu, com veículos dos mais variados tipos e feitios surgindo das maneiras mais inesperadas em acrobacias fantásticas, ao som de uma poderosa banda sonora.

George Miller coloca toda a alma neste novo filme que transparece logo desde o primeiro minuto a dedicação que nele colocou. Mad Max: Estrada da Fúria carrega consigo toda a essência daquilo que Miller criou em 1979, com a impecável ajuda da evolução tecnológica que o faz resplandecer em termos visuais. Sem dúvida, a não perder!


Classificação final: 4,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 14-05-2015

4 comentários:

  1. Vou revê-lo assim que tiver um tempito! Até as fotos mostram o quão brilhante o filme é visualmente.

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    1. Podes crer! Eu também estou a pensar em fazer o mesmo ;) Nunca pensei que fosse assim tão tão bom.

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  2. Ainda intermitente se o verei ou não. Tenho boas memórias do Gibson nesse papel/filme.

    Bom texto. É um filme que guardo boas recordações.

    Já agora, se tiveres oportunidade visita o meu espaço que tem uma nova imagem:
    http://cinemaschallenge.blogspot.pt/

    : )

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    1. Obrigada. Recomendo sem dúvida a todos, quer sejam fãs da trilogia ou não. O filme carrega consigo de forma inteligente o legado dos anteriores e o Tom Hardy faz um bom papel, seguindo a linha do Gibson. Espero que gostes.

      Okay, vou passar por lá! Obrigada pelo comentário :)

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