segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Crítica: 99 Casas (99 Homes) . 2015


Nada mais que um retrato real do capitalismo. 99 Casas, é um thriller realizado por Ramin Bahrani que faz o reflexo do pesadelo vivido por muitas pessoas após o colapso dos bancos em 2008, que as levou a perder as suas casas.

Dennis Nash (Andrew Garfield) é pai solteiro, vive com a mãe Lynn (Laura Dern), o filho Connor (Noah Lomax) em Orlando na Flórida, e ficou recentemente desempregado. Já há algum tempo que as escassas capacidades monetárias afectam a vida da família, e o pagamento da hipoteca da casa vem ficando para trás. Assim que são notificados com uma ordem de despejo, Dennis tenta lutar contra a situação, recorrendo a todos os meios para ficar com a casa em que cresceu e viu o seu filho crescer. Depois de um último aviso por parte do tribunal, inesperadamente o agente imobiliário Richard Carver (Michael Shannon) bate à porta com ordem de despejo imediata, e o mundo de Dennis abala a seus pés. Sem sitio para onde ir, ele e a família não sabem o que fazer e Dennis irá encontrar a solução para os seus problemas junto daquele que menos espera.

De forma bastante honesta o contraste sobre duas realidades completamente diferentes é feito de forma efectiva, com grandes performances que demonstram ambas as perspectivas. Tanto Michael Shannon como Andrew Garfield  brindam-nos com fortes interpretações. Enquanto Carver quer manter o seu negócio a todo o custo, levado pela ganancia, Nash é levado pelo desespero de querer voltar a viver de forma minimamente digna na casa onde sempre viveu. Uma luta sem escrúpulos, onde a ética e a moral são postas à prova. A atmosfera é tensa e os sentimentos estão à flor da pele e isso certamente passa para o lado de cá do ecrã.

Para além da importância que tem, no retrato que faz da crise económica que abalou o sistema bancário imobiliário, passa uma forte mensagem sobre a integridade do ser humano. Sobrevivência ou apenas ambição? A realidade das diferenças entre um simples membro do povo e um homem com poder para viver com a desgraça alheia.

(Apenas como nota de curiosidade) O filme é dedicado ao falecido crítico de cinema Roger Ebert, que no ano 2000 elegeu Ramin Bahrani como um dos realizadores do século. Aposto que Ebert teria ficado satisfeito com o resultado final.

Classificação final: 4 estrelas em 5.
Data de Estreia: 07.01.2016

1 comentário:

  1. Boa dica. Eu assisti no cinema e devo dizer que fiquei surpresa. Desfrutei muito pelo bom enredo e narrativa. Acho que a história nos surpreende. Além o elenco é incrivel! É um dos filmes com Laura Dern que eu mais gostei até agora. Neste filme Laura Dern HBO ela fez um bom trabalho no seu papel. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus trabalhos atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinária. Recomendo! A verdade vale a pena. Se vocês são amantes da atriz é um filme que não devem deixar de ver. Para uma tarde de lazer é uma boa opção.

    ResponderEliminar