quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Crítica: A Queda de Wall Street (The Big Short) . 2015


Um mero filme sobre Wall Street, pensam vocês. Ao contrário daquilo que podemos pensar A Queda de Wall Street é muito mais que isso, é uma história sobre homens que se preocuparam e debruçaram sobre algo substancialmente preocupante que viria a causar um estrondoso impacto num futuro próximo. Realizado e co-escrito por Adam McKay, o filme mantém os toques de comédia característicos dos seus filmes, mas surpreende num registo diferente do habitual, bem superior.

Baseado no livro The Big Short de Michael Lewis, seguimos no filme não só o rebentar da crise financeira de 2008, como também o lado daqueles que a conseguiram prever anos antes. Desde o inicio do filme que o espectador segue de imediato e freneticamente o detalhar dos acontecimentos através dos seus peculiares personagens. A história é narrada na primeira pessoa por Jared Vennett (Ryan Gosling) que nos vai guiando e introduzindo os principais envolvidos na questão. Dr. Michael Burry (Christian Bale), o primeiro a descobrir como funcionava o fraudulento sistema bancário de hipotecas, arriscando muito ao longo de anos para o poder provar. Mark Baum (Steve Carell) um tipo que afirma só estar feliz quando é infeliz e que apesar do stress e da ansiedade constante em que vive é incapaz de abandonar Wall Street e Ben Rickert (Brad Pitt), um bilionário com os pés bem assentes na terra, um papel mais pequeno mas encantador. Entre mais uns quantos personagens, todos eles relevantes, todos eles interessantes.


Quando pensamos que estamos prestes a entrar num filme enfadonho sobre problemas financeiros de uma enorme complexidade, uma dinâmica incrível, um ritmo frenético e muita diversão à mistura entram em acção e o filme proporciona-nos um nível de entretenimento altíssimo, que ao inicio parecia tomar um caminho entediante completamente diferente. Os termos financeiros mais complicados são introduzidos na narrativa de forma fácil e desmistificados (através de divertidas participações especiais extra, como por exemplo a de Margot Robbie dentro de uma banheira de espuma), mas mesmo assim a quantidade de linguagem económica especifica em alguns momentos torna se de difícil compreensão para o comum dos mortais, sendo talvez esse o problema que me incomodou um pouco mais. No entanto a sua força e energia são dominantes e fazem nos querer saber sempre mais.

Adam McKay é capaz de nos seduzir, transformando um filme com um tema difícil em algo cativante e muito inteligente. Cheio de grandes performances, muito activo, mas a cima de tudo importantíssimo! Um retrato assustador da realidade que é o sistema bancário.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 14.01.2016

4 comentários:

  1. Também gostei bastante deste, principalmente da realização e da edição.
    Segue-se o Brooklyn.

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    1. Ainda bem que gostaste :) Estou curiosa para saber se vais gostar ou não do Brooklyn... Não agradou a muita gente. É um bom romance à moda antiga!

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