Existem sempre histórias interessantes por explorar sobre a indústria cinematográfica de Hollywood. Uma delas, quem foi e o que de importante fez o argumentista Dalton Trumbo. Focado na América dos anos 40 e 50, Trumbo é o biopic sobre o talento de um homem, sacrificado não só pela própria indústria como pelos colegas. É pena que saiba a pouco, acabando por se tornar num filme que se recusa a arriscar.
Dalton Trumbo (Bryan Cranston) conhecido argumentista de Hollywood, vê a sua carreira a ir por água abaixo, quando a sua militância no Partido Comunista do EUA começa a interferir no seu trabalho e nas relações com outras figuras anti-soviéticas da época. Quando é intimado a depor, acusado de propaganda escondida nos filmes que escreve, Trumbo recusa-se a responder as questões do Supremo Tribunal e é condenado à prisão, passando a constar o seu nome da black list de Hollywood, lista criada para negar trabalho a profissionais do entretenimento. Consequência que se reflectiu em grande escala também na sua vida privada, abalando a mulher Cleo (Diane Lane) e os seus três filhos, sobretudo a mais velha Nikola (Elle Faning). Humilhado, mas cheio de vontade de trabalhar, Trumbo mantêm-se fiel aos seus princípios. A reintegração na vida pessoal e profissional não vai ser fácil, mas a vontade de voltar a trabalhar no que mais gosta será aquilo que o vai mover para o continuar a fazer de que maneira for.
A performance de Bryan Cranston é sem dúvida merecedora de destaque. Nomeado este ano para o Oscar de Melhor Actor Principal, Cranston cativa com uma excelente performance cheia de maneirismos e charme, da qual constatamos estar bastante precisa, assim que vemos vídeos do verdadeiro Dalton Trumbo. Helen Mirren, Diane Lane, Louis C. K., Michael Stuhlbarg, Elle Fanning e John Goodman também fazem parte do elenco, com boas performances mas com pouco tempo de ecrã para lhes poder dar mais profundidade, sofrendo todas elas de fraco desenvolvimento. A época que retrata merecia uma abordagem mais gloriosa e profunda, o que acaba por prejudicar a experiência final. Os momentos repetitivos tornam-se uma constante e muitas situações mereciam um diferente destaque.
Sem dúvida, que vale a pena pelo interesse que a história tem em si, assim como pelas performances do elenco. Apesar de passarmos um bocado agradável, resultaria muito melhor se fosse desenvolvido como mini-serie do que como filme.
Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 18.02.2016
Concordo contigo, isto teria dado uma melhor mini-série do que um filme.
ResponderEliminar★★★ [6/10]
Sim. É um período de Hollywood interessante de ser explorado e acho que a melhor maneira de o abordar seria mesmo numa mini-série.
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