quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Crítica: Salvé, César! (Hail, Caesar!) . 2016


Os Coen Brothers têm novo filme! Salvé, César! é o 17º filme dos realizadores e argumentistas Joel e Ethan Coen, e bem mais leve e gracioso que o seu último Inside Llewyn Davis, tendo tanto de sátira, como de homenagem à Hollywood dos anos 50, onde o enredo é bem mais simples e as coisas funcionam de forma bem mais concisa, sem grandes mistérios ou inúmeras alegorias características da sua escrita.

Em 1951, Eddie Mannix (Josh Brolin) é o responsável por manter os actores longe dos holofotes da imprensa, na produtora de cinema Capitol Pictures. Ao mesmo tempo que tem de lidar com os escândalos das estrelas dos estúdios, e com aspectos de produção dos vários filmes, Mannix está a ser pressionado para aceitar um trabalho numa empresa aeroespacial. Quando Baird Whitlock (George Clooney), o actor principal da maior produção do estúdio, "Hail, Caesar!", desaparece misteriosamente durante um dia de gravações, as gémeas cronistas sociais Thora e Thessaly Thacker (Tilda Swinton) começam a intimidar Mannix, que rápido descobre, que Whitlock foi afinal raptado por uma célula comunista intitulada de The Future, formada na sua maioria por argumentistas de cinema, tentando fazer com que Whitlock concorde com as suas ideologias políticas.

Com vários sub-plots dentro do enredo principal, personagens caricatos vão dando o ar da sua graça, com elementos que nos remetem para a era dourada do cinema, e para a forma como se fazia cinema (desde Scarlett Johansson dentro de um tanque de água a fazer de sereia, a Alden Ehrenreich como estrela western sem grandes capacidades de representação, passado por Channing Tatum num pomposo e divertido número de dança). A habitual escrita espirituosa dos Coen está bem presente, e a forma como cada personagem interage na história tem a sua importância, e o melhor de tudo, é que conseguimos imaginar como seria a vida de cada um pelos estúdios. É engraçado como acaba por ter algum tipo de conexão com o recente Trumbo, abordando num tom diferente, mais leve e charmoso, a época crítica da black list de Hollywood nos anos 50.

Recheado de deliciosas referências a Hollywood dos anos 50, não é certamente mais uma das obras primas dos irmãos Coen, mas funciona perfeitamente como uma divertida sátira, abrilhantada por um elenco de luxo.

Classificação final: 4 estrelas em 5.
Data de Estreia: 25.02.2016

5 comentários:

  1. Também gostei bastante :)
    099/2016 - ★★★★ [8/10]

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    1. Pelas notas que vi nos vários sites, a crítica até gosta do filme, o público em geral é que não gostou muito

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    2. Sim. Digo isto porque troquei algumas ideias com outros bloggers e li algumas opiniões por aí não muito favoráveis. Eu gostei. Sou fã dos Coen. Não é dos meus preferidos da filmografia deles, mas é bom.

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    3. Estou contigo, não é o melhor filme deles mas ainda assim muito bom

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