sexta-feira, 1 de abril de 2016

Crítica: Nessuno Si Salva Da Solo . 2015


Realizado por Sergio Castellitto, Nessuno Si Salva Da Solo, é baseado no romance da sua esposa Margaret Mazzatini, aqui também adaptado por ela. Uma visão de acontecimentos passados na vida de um casal recém separado, sob o olhar de cada um deles em diferentes alturas da sua relação.

Gaetano (Riccardo Scarmarcio) e Delia (Jasmine Trinca), em tempos um casal perfeito, marcam jantar num restaurante para decidir como dividir as férias dos seus dois filhos, Cosmos e Nico. Durante o jantar, vão aos poucos e poucos percorrendo uma viagem sobre as memórias de um casamento despedaçado, que outrora chegou a ser uma bela história de amor. Através de flashbacks de vários acontecimentos do seu relacionamento, vamos passando pelos momentos mais marcantes do casal, revivendo diversas emoções desde o primeiro dia que se conheceram até à actualidade. A raiva, a amargura e os ressentimentos de ambos vão se reflectindo durante o jantar, mas rapidamente percebemos que mais que discutir sobre o que resultou bem ou mal entre os dois, procuram acima de tudo ultrapassar esta fase dolorosa. Mas estarão Delia e Gaetano realmente preparados para redescobrir a felicidade um sem o outro?


Um estudo interessante sobre o dia-a-dia de um casal, desde os tempos da paixão ardente até à formação de um lar, de uma família e da gestão de problemas em comum. Através das grandes performances de Riccardo Scarmarcio e Jasmine Trinca, acreditamos facilmente nos objectivos e ideais de cada um dos personagens e nas diferentes formas de lidar com as situações. Apesar de demonstrar de forma honesta a dor e desilusão de perder um grande amor, conseguindo em algumas situações passar as emoções de forma crua e real, não deixa infelizmente de cair em certos clichés e situações romantizadas, quando a meu ver consegue bem criar uma forte ligação com o espectador sem precisar de recorrer a isso. Fica também a faltar-lhe um pouco mais de desenvolvimento dos personagens, nomeadamente no que toca passado de cada um, antes de estarem juntos, pois quando este é mencionado, não há ligação suficiente para realmente os conseguirmos integrar.

Apesar dos seus defeitos Nessuno Si Salva Da Solo merece todos os créditos por não se fazer passar apenas por mais um filme sobre casais com problemas conjugais. As emoções transmitidas apenas no olhar de Scarmarcio e Trinca já nos dão muito do que é preciso para o compreender e apreciar. E é engraçado como nos dá sempre um certo rasgo de optimismo, mesmo quando tudo aponta para o pior.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.

@ .

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