quarta-feira, 27 de abril de 2016

Crítica: Todos Querem O Mesmo (Everybody Wants Some) . 2016


Depois de Boyhood - Momentos de Uma Vida, Richard Linklater regressa com Todos Querem o Mesmo, uma espécie de sequela espiritual do seu filme de 1993 Dazed and Confused, mas sem qualquer ligação em especifico. Mais uma das suas odes ao passar dos tempos, trazendo até nós a nostalgia de uma era, transmitida com simplicidade.

Estamos em 1980. Conhecemos Jake (Blake Jenner) um promissor jogador de basebol, preparado para começar uma nova etapa da sua vida numa universidade do sul do Texas. Jake muda-se para uma casa onde terá que viver com os seus colegas de equipa, e é recebido das mais variadas maneiras. Alguns dos colegas demonstram a arrogância e desprezo pelos caloiros, com uma atitude a principio fria de quem já marca território, o caso de McReynolds (Tyler Hoechlin) o melhor jogador do grupo, ou outros com personalidades mais amigáveis, que se sentem bem quando no papel de líderes, influenciando as decisões dos mais novos membros, o caso de Finnegan (Glen Powell) ou Dale (J. Quinton Johnson). Cabe agora a Jake integrar-se e passar pelas experiências da vida de caloiro da melhor maneira possível, aproveitando com os novos amigos os dias antes do começo das aulas.

Richard Linklater demonstra mais uma vez que é capaz de transformar o natural em algo completamente interessante. E sem grandes complexidades estamos perante uma obra coerente e cheia de fantásticos detalhes que retratam a época da melhor maneira. Desde figurinos, cenários, maneirismos, e é claro as referencias pop da altura, todos estão incorporados numa narrativa fluída que aborda a juventude como uma altura de afirmação e despertar sexual. Todos estes jovens encontram-se perante os efeitos da sua masculinidade, como se isso fosse a principal razão para as suas atitudes. E aí entra também a abordagem de algumas questões morais na história. A critica social, principalmente no que toca à cultura americana e ao que ela impõe nos seus jovens, está presente, mas sem ofender ninguém, quase como que naturalmente culpando a flor da idade, onde todos os erros são perfeitamente corrigíveis aquando da entrada na idade adulta. Pois no final de contas, todos querem o mesmo, ser bem sucedidos no futuro.

Não há dúvida que Richard Linklater é excelente a capturar momentos. Simples, natural, cheio de nostalgia. Mais um filme bem sucedido.

Classificação final: 4 estrelas em 5.
Data de Estreia: 28.04.2016

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