sábado, 2 de abril de 2016

Crítica: Suburra . 2015


Nos tempos da Roma antiga, Suburra era um distrito bem conhecido por ser frequentado por gente de classe inferior, prostitutas, onde reinava a criminalidade. Realizado por Stefano Sollima e baseado no romance de Carlo Bonini e Giancarlo De Cataldo, Suburra mostra exactamente uma Roma dominada pela criminalidade do mundo da máfia e a corrupção politica, que se complementam e conectam por interesses comuns.

O filme decorre no ano de 2011, ano de inicio do colapso económico em Itália. O governo facilmente concede grandes favores aos maiores criminosos da cidade, onde os mais variados esquemas beneficiam ambas as partes, muitas vezes chegando até a envolver o Vaticano. Aqui seguimos vários sub-plots que se vão interligando em certos momentos da história. Conhecemos o respeitado politico Filippo Malgradi (Pierfrancesco Favino), deputado no parlamento, homem extremamente ganancioso e depravado; Sebastiano (Elio Germano) aristocrata responsável pela organização de muitas festas VIP, guardando perigosos segredos; Número 8 (Alessandro Borghi) mafioso que coordena todas as ilegalidades em torno da costa; e Samurai (Claudio Amendola) o grande e temido lider do maior grupo de mafiosos de  Roma. Ligados a estes personagens encontramos ainda outros, que irão revelar-se peças chaves no desfecho desta história.


Este relato de eventos, visualmente cativante, que busca inspiração tanto no neo-noir como em versões de thrillers clássicos, leva-nos numa contagem decrescente até ao dia do "Apocalipse", como nos é anunciado no inicio do filme, dia em que o governo caí e muita coisa é posta em risco. Acontecimentos graves que envolvem a vida de cada um dos personagens, são nos apresentados e as performances sublimes dos actores retratam na perfeição isso. As ambições e objectivos destes seres humanos, são aqui exploradas, todos eles levados pelo poder, luxo e pelo dinheiro. Aqui tudo é posto em jogo, onde cada um leva apenas a cabo os seus interesses pessoais. A banda sonora está toda por conta da banda de música electrónica M83, e a verdade é que assenta na perfeição.

A quantidade de personagens e histórias a desenvolver são aquilo que acaba por prejudicar este filme. O material é tanto, que o tempo é pouco para desenvolver tanta coisa simultaneamente. O sucesso deste filme já fez com que a Netflix tivesse interesse em lança-lo como série, uma ideia extremamente perspicaz, com capacidade de ser bem sucedida se levar a cabo os aspectos que aqui alcançou. Fico à espera. 

Classificação final: 4 estrelas em 5.

@ .

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