sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Crítica: As Duas Faces de Janeiro (The Two Faces of January) 2014


Data de Estreia: 30-10-2014

O elegante, envolvente, muito misterioso e cheio de boas interpretações, As Duas Faces de Janeiro, transporta-nos até umas férias glamorosas na Grécia, férias essas que estavam longe de se transformar num pesadelo.

O glamoroso e carismático milionário americano Chester MacFarland (Viggo Mortensen) está em Atenas com a sua jovem e bonita esposa Colette (Kristen Dunst) para umas férias de luxo. Lá conhecem o guia turistico, também americano, Rydal (Oscar Isaac) que rapidamente fica fascinado com a beleza de Colette. Impressionado com aquela vida extravagante, Rydal, aceita um convite do casal para jantar e rapidamente se percebe que ambos são homens com semelhantes convicções na vida. Ambos ambiciosos, ganânciosos e escondem secredos.

As Duas Faces de Janeiro é um thriller muito bem construido, que apesar de ser bastante simples no que toca à sua história, consegue ser muito inteligente. Conseguimos encontrar semelhanças com os filmes do mestre do suspense Alfred Hitchcock e até se poderá dizer que será uma homenagem ao seu brilhante trabalho. O facto de ser tão "Hitchcockian" dá-lhe com certeza um brilho especial. Suspense, intriga, mentiras, revelações perigosas e até uma atmosfera de paranoia e claustrofobia, funcionam sempre bem com a intensidade necessária para cada momento. O filme retrata muito bem a época dos anos 60 e conta também com uma bonita cinematografia.

No que toca a interpretações é sem dúvida Viggo Mortensen que se destaca mais neste filme e consegue convencer, pois tanto demonstra uma profunda calma sendo um homem bastante subtil e refinado, como derrama um sentimento de fúria e frustração quando necessário. A bonita Kristen Dunst e o também talentoso Oscar Isaac têm ambos boas interpretações, aos poucos explorando as virtudes e defeitos dos seus persongens com pequenos e interessantes detalhes que mostram aquilo que cada um é, e quando digo isto o mesmo se aplica à performance de Viggo Mortensen, que é muito bem apoiado por estes dois.

Um grande thriller sobre dois homens que o destino cruzou, que rapidamente descobrem que têm mais em comum do que aquilo que esperavam. Dois completos estranhos que percebem que querem exactamente o mesmo na vida. Uma casualidade do destino que funciona como o reflexo de um futuro.










Classificação final: 4 estrelas em 5.

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