Se ter um Tom Hardy já é muito bom, o que se pode dizer quando temos dois? Fascinante. Interpretando os criminosos gémeos Reggie Kray e Ronald Kray, Hardy continua a demonstrar o porquê de ser um dos melhores actores da actualidade. Só é pena, que o filme não consiga ser tão efectivo quanto as suas performances.
Idênticos fisicamente, mas muito diferentes no que toca a personalidade, Reggie é subtil, descontraído e possuidor de um charme natural que acaba por também o favorecer nos negócios. Ronald é mentalmente instável, imprevisível e ao mesmo tempo detentor de um humor perverso e desbocado. Partimos para esta história verídica, sabendo que à partida será algo que irá retratar a vida de dois dos mais perigosos gangsters da história do Reino Unido, e é precisamente neste aspecto que desaponta. Uma imagem muito glamorosa e estilizada, do que propriamente visceral, daquilo que foram e representavam nos tempos em que marcaram território nas ruas de Londres.
Optando por se focar muito mais na história amorosa entre Reggie Kray e a sua mulher na década de 60, Frances Shea (Emily Browning), o filme perde todo o entusiasmo quando não desenvolve com profundidade os personagens centrais, dando a Hardy pouco com que trabalhar. A verdade, é que mesmo com pouco consegue brilhar, sendo as suas performances sem dúvida o melhor do filme. Faltam mais momentos intrigantes e tensos, falta um retrato mais obscuro e perigoso do mundo do crime que se torna demasiadamente romantizado, pela presença activa de Frances durante todo o enredo. Acaba por se transformar numa representação superficial da vida dos dois perigosos homens, do que nas suas cruéis actividades impróprias.
Apesar das suas falhas, é certo que por vezes consegue atingir uma atmosfera sombria, assim como surpreendentes momentos de humor. Acaba também por mostrar bons toques de inspiração no trabalho do grande Martin Scorsese (com direito a plano sequencial ao entrar num clube nocturno que nos remete de imediato para uma mitica cena de Goodfellas), assim como boas sequências de brutalidade e extrema violência. A belíssima cinematografia é outro ponto a salientar.
Classificação final: 3 estrelas em 5.
Data de Estreia: 29-10-2015
Humm... Por acaso, era um dos filmes que estava curiosa por ver. O Tom Hardy started to grow on me... nos seus filmes mais recentes. Deu para esquecer aquele fiasco com a Reese Witherspoon e o Chris Pine.
ResponderEliminarPelo Tom Hardy vale muito a pena! Se puderes dá uma espreitadela ;) Mas o filme desaponta no que toca ao enredo. Opta por romantizar a história ao invés de nos dar algo muito mais brutal e intrigante, e era isso que estava à espera.
Eliminar(E sim, o This Means War é péssimo hehe)