quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Crítica: O Prodígio (Pawn Sacrifice) . 2015


Robert "Bobby" James Fisher (Tobey Maguire) foi um dos maiores prodígios de sempre na história do xadrez, e alguém que poderá ser desconhecido da maior parte de nós, mas com importância significativa num momento decisivo para os EUA. Com a Guerra Fria como tensão principal no enredo, o filme pretende demonstrar a representatividade que Bobby Fisher teve como jogador, derrubando russos um a um no tabuleiro, com o propósito de assumir o lugar de melhor do mundo, pertencente ao russo Boris Spassky (Liev Schreiber). Fenómeno em todo o mundo, herói nos EUA, Fisher era digno de grande reconhecimento e inteligência, mas os seus próprios mistérios eram maiores que tudo, lutando diariamente contra os demónios dentro da sua cabeça.

Aqui é capturada toda a essência dos distúrbios da sua mente, perturbações que nunca o moveram do seu principal objectivo, ser o melhor no mundo do xadrez. Os momentos mais paranóicos são sem dúvida o melhor do filme, onde a edição frenética demonstra a complexidade de sentimentos e ansiedade vividos por Fisher. Falha maioritariamente, quando se trata de relatar o seu passado enquanto criança e adolescente, os problemas com a mãe nunca chegam a ser desenvolvidos com profundidade, assim como existem alguns momentos no filme que se tornam desnecessários.

Apesar de apenas abordar superficialmente aquilo que é o xadrez como desporto, o filme preocupa-se em focar a rápida degradação da saúde mental de Bobby Fisher, algo que atribui bastantes pontos a Tobey Maguire que tem, provavelmente aqui, a melhor performance da sua carreira. A entrega ao personagem é bastante óbvia e a forma como este interpreta Fisher é absolutamente fantástica, fazendo-nos acreditar que estamos realmente perante alguém que sofre de psicose paranóica. As performances secundárias não desapontam com Peter Sarsgaard (excelente actor, que infelizmente parece ser esquecido perante um leque de performances secundárias que nunca lhe dão espaço suficiente para brilhar), Michael Stuhlbarg, Lilly Rabe e Liev Schreiber numa performance mais física e figurativa que qualquer outra coisa.

Edward Zwick realiza um filme que de surpreendente tem pouco, mas que faz um bom trabalho no que toca ao retrato da época e do próprio protagonista, brilhantemente interpretado por Tobey Maguire.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 22-10-2015

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