sábado, 5 de abril de 2014

Crítica: La Grande Bellezza (2013)


"Viajar é muito útil, exercita a imaginação. O resto é apenas desilusão e dor. A nossa jornada é inteiramente imaginária, essa é a sua força. Vai da vida para a morte. Pessoas, animais, cidades, coisas, todas são imaginárias, somente uma narrativa fictícia. Littré diz isso e ele nunca se engana. E além disso, em primeiro lugar, qualquer um pode fazer isso. Basta fechar os olhos. Esta no outro lado da vida" - Esta citação de Voyage au bout de la nuit (1932) de Louis-Ferdinand Céline aparece logo no inicio do filme e basta isso para ficarmos logo a saber que estamos prestes a assistir uma obra complexa.

Eu fiquei completamente esmagada pela beleza deste filme. Sem qualquer dúvida La Grande Bellezza é um dos mais magníficos filmes, não só do ano passado, mas para mim também dos últimos tempos.

Seguimos Jep Gambardella, um escritor rico que faz parte da alta sociedade Italiana. Na sua vida diária, ele vai a imensas festas e eventos importantes. Os seus amigos são como ele, boémios sempre em busca daquilo que eles chamam de felicidade, que incluem boas festas, bebidas, drogas, sexo casual, mas apesar de tudo isto eles são pessoas frustradas e todos estão presos fingindo estar satisfeitos com suas vidas miseráveis​​. É assim que também se sente Jep. Aos 65 anos, Jep não tem uma família e ninguém que realmente se preocupe com ele. A dor está sempre presente, enquanto ele finge viver uma vida incrível. Mas há muito mais sobre este filme que a minha descrição simples sobre a vida de Jep. Há um poder tão emocional nesta história de que nos absorve completamente para dentro dele!




Desempenho de Toni Servillo é excelente, mais uma vez tão profundo e melancólico! Ele pode consegue nos fazer olhar para este homem charmoso e importante com tanta vulnerabilidade, que é capaz de nos transmitir as emoções mais profundas e bonitas.

A cinematografia é absolutamente linda, cada imagem é tão elegante e tão bonita e é sempre seguida por uma banda sonora fantástica que se adapta perfeitamente a cada momento que estamos apreciando.

A primeira vez que o vi foi em casa, nunca pensei que chegasse a estrear cá nos cinemas, o que é certo é que estreou e eu pensei que não poderia perder a oportunidade de experimentar esta magnifica obra de arte do cinema moderno da melhor forma. E lá fui eu, vê-lo pela segunda vez na tela grande. Se eu já o adorava passei a adora-lo ainda mais! Vocês todos deveriam ter visto o sorriso estampado no meu rosto durante o filme todo! Fiquei mesmo muito feliz por tê-lo ido ver ao cinema. 






Eu sempre soube desde muito cedo que um dia o Cinema seria um hobby para mim, mas quando filmes como este acontecem é quando eu realmente percebo o imenso amor que eu tenho por esta arte.

Paolo Sorrentino fez uma obra-prima moderna que merece totalmente todo o reconhecimento que tem tido como todos os prémios que recebeu este ano. Eu apaixonei-me por este filme e posso afirmar que se tornou um dos meus preferidos de sempre.

Grandes filmes ficam connosco para sempre e este vai ficar sempre comigo. Quando um dia for a Roma tenho a certeza de que me vou lembrar de Jep Gambardella, graças ao excelente desempenho de Toni Servillo e à realização impecável de Paolo Sorrentino.




"É assim que sempre termina. Com a morte. Mas primeiro havia vida, escondida sob o blá, blá, blá... É tudo resolvido sob a vibração e o barulho, o silêncio e o sentimento, emoção e o medo. Os desvairados e inconstantes flashes da beleza. E então a miséria miserável e infeliz humanidade. Tudo enterrado sob a capa do constrangimento de estar no mundo, blá, blá, blá... Para lá disso está o que está além. E eu não lido com o que está além. Portanto... vamos começar este romance. Afinal... é apenas um truque. Sim, é apenas um truque."

Classificação final: 5 estrelas em 5.

Sem comentários:

Enviar um comentário