quinta-feira, 10 de abril de 2014

Crítica: The King of Comedy (1982)


O meu querido Martin Scorsese, mais uma vez aqui me provou porque é que ele é um dos meus realizadores favoritos.

Em O Rei da Comédia seguimos Rupert Pupkin um fã obsessivo do muito conhecido Jerry Langston, um apresentador e comediante que tem um programa de TV muito famoso. Vida diária de Rupert gira à volta de Langston. Ele sonha ser como ele um dia. O seu objectivo é ser admirado como um grande comediante e ele quer que Langston o ajude a chegar lá a todo o custo.

O estudo do personagem é incrível. Rupert é um homem solitário, no fundo muito triste, embora mostre ser um homem muito seguro e feliz. Isso é o que torna este filme em uma obra fantástica! Tentar entender certos comportamentos da mente humana não é fácil e hoje em dia a obsessão com as celebridade ainda está presente na nossa cultura e há pessoas que são capazes de fazer qualquer coisa por um momento de fama. Mas este não é de facto o tema principal do filme. Questões mais profundas estão relacionadas com ele.



Sem querer adiantar muito, há uma cena em particular quase no final do filme, a actuação de Rupert no talk show de televisão que praticamente resume todo o filme. Martin Scorsese não tentou apenas mostrar como o mundo da fama funciona, mas também, e acima de tudo, o que leva um homem a uma situação tão desesperada. Experiências infância traumáticas e coisas más da vida que podem mudar algumas das mentes mais fracas e levá-las à loucura.

Quando eu era mais nova costumava ver muitos filmes de Jerry Lewis, os meus pais são grandes fãs dele. Os seus filmes são muito engraçados (preciso voltar a ver alguns deles por falar nisso). Mas a coisa que mais me intrigou foi o facto de que eu saber que Jerry Lewis teria um papel sério neste filme e não iria ver o seu tom cómico habitual. Estava muito curiosa em ver este outro lado dele e posso dizer que ele foi óptimo!
Alguns actores cómicos acabam por ser muito bons em papéis dramáticos. Jerry Lewis interpreta o arrogante que está cansada dos holofotes. Ele já está acostumado a lidar com muitos homens como Rupert todos os dias e trata os seus fãs com desdém sem conseguir tolerá-los.
Sandra Bernhard dá também um grande desempenho psicótico como Masha, a amiga de Rupert, que também é obcecada por Langston.



Martin Scorsese fez uma escolha inteligente ao escolher um dos actores de comédia mais aclamados para desempenhar o papel de um artista de comédia super cínico. Mas quem realmente brilha neste filme é o Sr. Robert De Niro com um desempenho absolutamente magnífico! Ele retrata perfeitamente uma pessoa que está mentalmente instável. Rupert vive em total isolamento, ele fantasia a toda a hora com situações que são reais na sua cabeça. Ele próprio acredita nas mentiras que cria na sua cabeça.

Sem dúvida, O Rei da Comédia é outra obra-prima feita por um dos melhores homens do negócio no mundo do Cinema.


Classificação final: 5 estrelas em 5.

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