domingo, 4 de maio de 2014

Crítica: Joe (2013)


Um ex-presidiário chamado Joe cria um vínculo de amizade com um rapaz de quinze anos que vive uma vida conturbada por causa do seu pai alcoólico. Joe não consegue entender porque rapidamente ficou tão ligado a este rapaz e parece que o rapaz está a mexer com suas emoções e para um homem como Joe isso não é definitivamente um bom sinal. Ele é muito impulsivo e os seus problemas parecem estar sempre ao virar da esquina. O rapaz começa a vê-lo como uma espécie de figura paterna, a figura que ele desejava ver no seu pai. Joe vê como ele sofre, mas ao mesmo tempo este simples rapaz de quinze anos parece ser forte o suficiente para lidar com o inferno que é a sua vida. O destino o trouxe até Joe e ele vê-se na obrigação de o proteger.

O realizador David Gordon Green fez filmes como Pineapple Express e The Sitter. O ano passado trouxe-nos Prinche Avalanche, onde está bem presente o facto de que o humor é um pouco deixado para trás para se misturar mais com drama. Em Joe ele realmente entra profundamente no género dramático. E uma das coisas que me surpreendeu no filme é que mesmo com uma poderosa e escura atmosfera ele nunca se esqueceu de iluminar o ambiente com um pouco de humor aqui e ali fornecendo-nos algumas risadas espontâneas, sem ser ridículo e forçado. O humor foi usado exactamente nos lugares certo. A fotografia é muito bonita, com algumas cenas lindíssimas da floresta.

As performances são muito boas e desta vez Nicolas Cage merece todos os créditos! Parece que finalmente está de volta ao bom caminho! Eu adorei vê-lo como Joe, ele foi perfeito para o papel. Ele foi capaz de nos transmitir toda a raiva e dor do personagem. Acho que o jovem e talentoso actor Tye Sheridan é uma grande promessa. Eu gostei de o ver o ano passado no filme Mud, num papel semelhante ao que teve neste filme. Agora vamos esperar para ver o que ele é capaz de nos mostrar em diferentes tipos de papéis no futuro. A química entre Nicolas Cage e Tye Sheridan foi óptima! Eu adorei vê-los trabalhar juntos. Ah, e quase que me esquecia de mencionar a performance de Gary Poulter como o pai do rapaz fazendo também um trabalho fantástico! Um facto curioso sobre esta escolha foi o facto de David Gordon Green querer que o papel do pai do rapaz fosse o mais realista possível e fez um casting especifico onde escolheu Gary Poulter, um sem abrigo que mais parece que foi actor durante toda a sua vida. Li um artigo em que um familiar de Poulter disse que apesar do seu uso abusivo de álcool e drogas um dos seus sonhos sempre foi ser actor. Infelizmente Gary Poulter já faleceu, mas é reconfortante saber de que pelo menos conseguiu realizar o seu grande sonho.

Joe é muito sombrio, violento e pode ser por vezes perturbador mostrando um mundo cheio de pessoas horríveis, mas onde ainda existem também boas pessoas que na maioria das vezes são julgadas por outros mesmo sem saberem pelo que já passaram ao longo das suas vidas.

Bom trabalho David Gordon Green e bem-vindo de volta ao bons papéis Mr. Nicolas Cage!






Classificação final: 4 estrelas em 5.

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