Mulher de Ouro é o filme baseado na história verídica de Maria Altman (Helen Mirren), uma refugiada judia a viver em Los Angeles, do seu advogado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds) e da luta que viveram em conjunto para reclamar ao governo Austríaco um famoso quadro de Gustav Klimt - Portrait of Adele Bloch-Bauer I - retrato que pertencia à sua tia, e que foi confiscado à família pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
Sempre tive particular interesse por histórias inseridas no período histórico da Segunda Guerra, todas elas continuam a impressionar e por mais vezes que sejam contadas ou recontadas no cinema, das mais variadas maneiras, acaba por ser sempre relevante relembrar um dos piores momentos que o mundo alguma vez já viveu. Esses filmes tornam-se estranhamente pessoais (mesmo que não haja razões para tal) e a emoção que causa no espectador é o mais importante. Mulher de Ouro falha precisamente nesse aspecto. Apesar de ser sem dúvida uma história interessante, a narrativa mal estruturada e os acontecimentos apressados e por vezes tão óbvios, quebram a emoção pretendida.
As performances de todo o elenco são bastante sólidas, principalmente as dos dois protagonistas. A maravilhosa Helen Mirren e Ryan Reynolds (actor que confesso, que cada vez me surpreende mais) têm uma boa química e as suas performances carregam sem dúvida o peso emocional que falta no filme em si. Os diálogos desleixados, "frases feitas", e uma edição por vezes terrível são alguns dos elementos que o fazem falhar. O balanço entre as duas épocas retratadas no filme - período de guerra e os anos de batalha jurídica - não é o mais equilibrado, mas é importante ressalvar a tocante performance de Tatiana Maslany como Maria Altman na sua juventude.
Uma história de justiça e o encerrar de um capitulo que se revela sempre difícil de aceitar, tendo em conta as atrocidades vividas nos tempos de Hitler. O encontro de uma mulher marcada pelo passado, com um homem que encontra nas suas raízes a força interior para ser bem sucedido lutando por aquilo que acredita. Infelizmente o realizador Simon Curtis (My Week With Marilyn), desperdiça aqui o enorme talento dos actores, num filme desleixado que merecia muito mais do que aquilo que lhe foi dado.
Portrait of Adele Bloch-Baeur I 'aka' Woman in Gold |
Classificação final: 2,5 estrelas 5.
Data de Estreia: 04-06-2015
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