segunda-feira, 22 de junho de 2015

Crítica: O Estrangeiro (The Stranger) . 1946


Review presente na edição nº39 (Orson Welles) da 

The Stranger é um noir empolgante que nos apresenta todos os seus factos mais reveladores desde o início, mas não é por isso que se torna menos interessante. Um perfeito filme de perseguição que constrói toda uma tensão que vai aumentando à medida que se vai desenrolando.

O investigador Mr. Wilson (Edward G. Robinson) da Comissão de Crimes de Guerra, deixa escapar propositadamente o criminoso de guerra nazi Konrad Meinike (Konstantin Shayne) na esperança que ele o leve ao encontro de outro fugitivo ainda maior, Franz Kindler (Orson Welles) responsável por várias atrocidades durante o Holocausto. Quando Meinike encontra Kindler, na pequena cidade de Harper no Conneticut ele faz-se passar por um professor, dá agora pelo nome de Charles Rankin e esta noivo de Mary (Loretta Young) filha de um juíz.

O filme tem algumas sequências brilhantes que são de ressalvar, sequências essas que mostram as competências de Welles enquanto realizador, nomeadamente a sequência de abertura - a fuga de Meinike da prisão - demonstrando de imediato todo o ambiente sombrio e de suspeita que se manterá durante o filme, com um excelente uso de iluminação e sombras. Outra delas, a sequência frenética no meio da floresta – o reencontro de Meinike com Kindler – onde a expressão corporal, facial e música dramática combinam na perfeição para a tensão que é suposto criar. Boas performances complementam o resto, especialmente destacando a belíssima prestação de Edward G. Robinson.

Para além de ter sido nomeado para um Óscar de Melhor Argumento Original, The Stranger marcou também a diferença por ter sido o primeiro filme em Hollywood a apresentar imagens verídicas de campos de concentração.


Classificação final: 4 estrelas em 5.

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