Review presente na edição nº39 (Orson Welles) da
The Stranger é um
noir empolgante que nos apresenta todos os seus factos mais reveladores desde o
início, mas não é por isso que se torna menos interessante. Um perfeito filme
de perseguição que constrói toda uma tensão que vai aumentando à medida que se
vai desenrolando.
O investigador Mr. Wilson (Edward G. Robinson) da Comissão de
Crimes de Guerra, deixa escapar propositadamente o criminoso de guerra nazi
Konrad Meinike (Konstantin Shayne) na esperança que ele o leve ao encontro de
outro fugitivo ainda maior, Franz Kindler (Orson Welles) responsável por várias
atrocidades durante o Holocausto. Quando Meinike encontra Kindler, na pequena
cidade de Harper no Conneticut ele faz-se passar por um professor, dá agora
pelo nome de Charles Rankin e esta noivo de Mary (Loretta Young) filha de um
juíz.
O filme tem algumas sequências brilhantes que são de
ressalvar, sequências essas que mostram as competências de Welles enquanto
realizador, nomeadamente a sequência de abertura - a fuga de Meinike da prisão
- demonstrando de imediato todo o ambiente sombrio e de suspeita que se manterá
durante o filme, com um excelente uso de iluminação e sombras. Outra delas, a
sequência frenética no meio da floresta – o reencontro de Meinike com Kindler –
onde a expressão corporal, facial e música dramática combinam na perfeição para
a tensão que é suposto criar. Boas performances complementam o resto,
especialmente destacando a belíssima prestação de Edward G. Robinson.
Para além de ter sido nomeado para um Óscar de Melhor Argumento Original, The Stranger marcou também a diferença por ter sido o primeiro filme em Hollywood a apresentar imagens verídicas de campos de concentração.
Classificação final: 4 estrelas em 5.
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