quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Crítica: Diário de Uma Criada de Quarto (Le Journal d'une Femme de Chambre) . 2015


«Exibido no LEFFEST '15»

Realizado por Benoît Jacquot, baseado no romance de 1900 de Octave Mirbeau com o mesmo nome, esta é a mais recente adaptação de Diário de Uma Criada de Quarto, onde são partilhadas connosco algumas das aventuras de Célestine, uma jovem arrojada que trabalha como criada.

Quando a jovem e bela Célestine (Léa Seydoux), saí da grande cidade parisiense para ir servir na província, na casa da abastada família Lanlaire, vai recordando alguns dos mais significantes momentos da sua vida, desde que começou a ser serviçal. Excêntrica demais para a época, Célestine é sempre o centro de todas as atenções, não só pela sua beleza mas também pela sua atitude, nada submissa. Enquanto tenta lidar com a intragável nova patroa e com as tentativas de abuso por parte do patrão, Célestine começa a sentir um certo fascínio por um dos empregados da casa, o misterioso Joseph (Vincent Lindon) que parece guardar alguns segredos.

A narrativa, dividida entre presente e passado, vai nos mostrando um pouco da personalidade de Célestine, maravilhosamente interpretada por Léa Seydoux. Ambiciosa, mas bastante verdadeira quanto aos seus sentimentos, a personagem central revela-se fascinante, muito misteriosa fazendo-nos querer saber mais sobre ela. Mas é quando esta começa a demonstrar inquietude em relação a Joseph que a história se torna pouco convincente, e tudo avança rápido demais. Talvez se mais pormenores a cerca dos dois tivessem sido apresentados, não ficaria uma certa insatisfação no final. Conseguindo obter uma obra de época bastante moderna, tanto na forma como foi adaptada (pelo próprio Jacquot em conjunto com Hélène Zimmer), tanto na belíssima forma como está realizado, a época é belíssimamente retratada, com lindas paisagens provincianas, e lindos cenários e guarda roupa. 

Um retrato de uma sociedade não muito distante, onde estratos sociais mais elevados prevalecem num patamar à frente, enquanto os de menos tentam lutar por uma vida melhor e mais digna. Há coisas que parecem não querer mudar.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.

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