segunda-feira, 16 de março de 2015

Crítica: Chappie 2015


Quando comecei a ler que Chappie não estava a ser muito bem recebido lá fora, tanto por críticos como pelo público em geral, sempre quis acreditar que seria impossível que o novo filme de Neil Blomkamp estivesse assim tão mau. Este é apenas o seu terceiro filme, mas em 2009 ele surpreendeu todos com a sua estreia genial, Distrito 9, um dos melhores Sci-Fi dos últimos tempos. Em 2013, Elysium não esteve à sua altura, mas conseguiu ser sólido, na minha opinião. Chappie parece ser uma mistura dos dois, com elementos semelhantes de cada uma das obras anteriores, o pior é que ao contrário dos outros dois o conceito utilizado de original não tem muito e a forma como foi construído faz com que nem sequer pareça um filme do realizador que se colocou nas luzes da ribalta pelo bom trabalho anteriormente feito.


Num futuro muito próximo, robots polícia ajudam a combater o crime. Chappie é um desses polícias droid, mas tem uma particularidade especial. Ele é reprogramado e torna-se no primeiro com a capacidade de pensar e sentir como qualquer outro ser humano.

Os pontos favoráveis de Chappie não são muitos, mas incluem o próprio Chappie que consegue ser bastante divertido e cria uma boa ligação de afectividade com a audiência e onde a voz de Sharlto Copley encaixa na perfeição, passando as emoções do robot de forma efectiva. Outras das mais valias são a fantástica banda sonora de Hans Zimmer e os efeitos visuais muitos bem conseguidos, coisa que Neil Blomkamp já nos habituou nos seus dois filmes anteriores, mas infelizmente não se aproveita muito mais para além disso. A participação do grupo Die Antwoord tem os seus altos e baixos, mas não nos podemos esquecer de que não são actores e para o tempo de ecrã que têm (que é imenso) algumas das suas cenas demonstram imenso amadorismo. Hugh Jackman tinha tudo para ser o antagonista perfeito, mas ao contrario disso, visto que o seu personagem não tem o desenvolvimento devido, não percebemos as suas motivações e de repente transforma-se num tipo mau que quer "matar" tudo o que é robot para poder triunfar. Dev Patel interpreta a mente brilhante desta história, mas para alguém tão brilhante as suas decisões a atitudes são por vezes esquisitas. E por fim nem vale a pena aprofundar o facto de que Sigourney Weaver não faz nada de relevante no filme.

A última meia hora de filme é uma autêntica trapalhada onde tudo acontece ao mesmo tempo, levando-nos a um final que se revela um poupo patético. Com um tema tão interessante como a Inteligência Artificial pontos importantes ficaram perdidos entre momentos sem nexo ou real importância, pois todos os princípios que o filme tenta passar parecem não ter eficácia alguma.

Um bom conceito que não resultou da melhor forma. Espero que Neil Blomkamp volte ao bom caminho.

Data de Estreia: 05-03-2015


Classificação final: 2 estrelas em 5.

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