quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Crítica: Turbo Kid . 2015


Em 1997, num suposto futuro pós-apocalíptico, onde a água é o recurso mais poderoso, um órfão apelidado de The Kid (Munro Chambers), passa os seus dias a vaguear de bicicleta pela cidade tentando encontrar objectos de valor para que possam ser trocados por bens mais preciosos. Um dia dá de caras com uma jovem bem peculiar chamada Apple (Laurence Leboeuf), com quem começa a nutrir uma relação de afectividade, coisa que não sabe o que é desde que perdeu os seus pais. A cidade é liderada por Zeus (Michael Ironside), e as suas regras sempre prevalecem, mas a bravura e imaginação de The Kid irão leva-lo mais além, travando uma batalha épica e mudará para sempre a vida de todos os seres que habitam aquelas terras.

Claramente influenciado pelos anos 80, mistura elementos retro com o toque moderno que os recursos actuais do cinema lhe podem dar. A sua cinematografia é absolutamente deslumbrante e a atmosfera intrigante, num mundo onde cowboys, vilões desgovernados, dinossauros, robots e super poderes existem, todos bem acompanhados por uma banda sonora à la John Carpenter style. Há claramente algo de Max Rockatansky em The Kid, e a estrutura da história está definitivamente colada aquilo que George Miller fez nos Mad Max, mas conseguimos facilmente olhar para ele como uma forma vibrante, colorida e absolutamente louca de retratar um mundo semelhante a esse. O humor é usado em grande dose, e o gore em excesso, mas tudo sempre contribuindo para nossa diversão, chegando a satirizar, por vezes em exagero os particulares b-movies.

As duas performances centrais são adoráveis e a química entre os dois é notável. Enquanto Chambers transporta consigo profundidade e sofrimento, Leboeuf é super energética e muito engraçada. E assim, no meio de tanto senso de humor e violência gráfica, Turbo Kid mostra o lado sensível e indulgente do ser humano, transparecendo também uma forte mensagem de amizade e esperança.

Uma mistura de várias ideias e vários estilos, que carrega consigo uma enorme nostalgia, algo memorável, que será certamente lembrado durante muito tempo e talvez quem sabe um dia, considerado um filme de culto.

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.


Exibido no MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror 2015.

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