segunda-feira, 13 de abril de 2015

Crítica: Vergonha (Shame) 2011 | Take 38 NYC


Review presente na edição nº 38 (New York City) da

Percorrendo o curto mas grande percurso de Steve McQueen como realizador, vemos que o seu trabalho reflecte sempre um estudo profundo do ser humano e das suas emoções. Shame é mais um exemplo disso, conseguindo causar um grande impacto sobre o espectador explorando emoções.

Brandon é um homem bem sucedido e aparentemente feliz aos olhos de quem o conhece, mas poucos sabem que é viciado em sexo, o que afecta o seu dia-a-dia de forma sufocante. A sua vida fica ainda mais inquieta com a chegada inesperada da sua irmã Sissy, que fica no seu apartamento por tempo indeterminado.
Uma história bem estruturada, por vezes subtil, por vezes explícita, que estuda a vida no presente dos personagens, deixando-nos a tentar desvendar os fantasmas de um passado que os próprios não nos querem revelar.

Michael Fassbender usa todo o seu enorme talento para nos dar uma performance absolutamente verdadeira e arrebatadora de um homem que se encontra perante uma angústia constante e faz-nos sentir isso a cada minuto. Usando as reacções e emoções certas para cada momento ele define o personagem como sendo alguém fascinante mas perturbador ao mesmo tempo. Não nos podemos esquecer também da grande performance de Carey Mulligan, que retracta de forma impecável uma mulher conturbada que transparece uma enorme tristeza no seu olhar.

A belíssima cinematografia mostra-nos uma cidade de Nova Iorque escura e sombria, como se também ela carrega-se sobre si a dor e sofrimento do personagem principal, fazendo com que se crie a atmosfera perfeita para esta história. É essencialmente feito de momentos, momentos esses onde por vezes nem sequer existe diálogo, mas que são mais poderosos do que qualquer palavra.

Classificação final: 5 estrelas em 5.

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