Confesso que os filmes de que
gosto mais são aqueles que se revelam mais difíceis de escrever. Goodfellas é para mim uma das mais
completas obras cinematográficas e um dos filmes de gangsters mais elogiados. Com
uma realização impecável e interpretações memoráveis, 25 anos se passaram e Goodfellas continua a ser um clássico
intemporal.
Henry Hill (Ray Liotta) narra o
decorrer da vida de poder que adquiriu quando decidiu ser gangster - "As
far back as I can remember I've always wanted to be a gangster" - diz-nos
Henry na famosa frase de abertura do filme, e cedo percebemos que será uma
fascinante viagem sobre uma vida de sonho que rápido passa para o lado negro e
obscuro da perigosa hierarquia da máfia italiana. Desde a adolescência à
ascensão no mundo do crime, vamos acompanhando o seu desenvolvimento, num
argumento inteligente e brilhantemente interpretado.
De uma excelente cinematografia e edição ao uso fantástico de música bem enquadrada a cada situação, Martin Scorsese aplica todo o seu enorme conhecimento e técnicas características, que ainda hoje são utilizadas por outros realizadores de referência. As performances são um dos aspectos que o tornam memorável. Ray Liotta, Robert De Niro e Joe Pesci formam um trio com uma química e cumplicidade de tal ordem que facilmente acreditamos na relação e laços que os personagens têm.
Sem nunca perder a atmosfera frenética
e cosmopolita, New York é retratada com charme e glamour, existindo também um
contraste com o lado obscuro e violento da cidade durante as cenas mais
sombrias. Já perdi a conta as vezes que o
vi e o brilho que emana assim permanece e não se quer perder. É isso que marca
a diferença entre os bons e os maus filmes.
Classificação final: 5 estrelas em 5.
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