terça-feira, 23 de setembro de 2014

Crítica: Au Bonheur des Ogres (O Bode Expiatório) 2013


Filme que vai estar em exibição na Festa do Cinema Francês.

Au bonheur de Ogres (O Bode Expiatório) é um filme baseado num famoso romance francês, com o mesmo nome, escrito em 1985 por Daniel Pennac e realizador por Nicolas Bary. Uma agradável comédia para toda a famila, mas que também foca alguns importantes pontos dramáticos. Esta conta-nos a história de uma família totalmente disfuncional, mas centrada num dos seus membros, o irmão mais velho Benjamin Malaussène.

Malaussène é um rapaz bastante peculiar, tem uma personalidade particularmente engraçada, distraído e trapalhão por natureza. Ele está encarregue de cuidar da sua família, visto que a mãe está sempre ausente e vai aparecendo em casa para “despejar” os vários filhos dos muitos namorados que vai tento ao longo da vida. Malaussène trabalha num grande armazém da cidade de Paris onde desempenha a função de controlador técnico, mas tudo não passa de esquema, na verdade ele não faz absolutamente nada. O que Malaussène é na verdade é um bode expiatório, levando a culpa por todas as reclamações dos clientes da loja. Cada vez que há uma reclamação é armada uma representação em que Malaussène é despedido em frente do cliente, fazendo com que os clientes tenham pena dele e retirem a reclamação, assim a loja nunca fica prejudicada. Uma serie de bombas começam a explodir pelo armazém e estranhamente explodem todas quando Malaussène esta por perto, começando a haver desconfiança pela parte da policia e de alguns dos seus colegas de trabalho. Mais tarde acabam por ser descobertas coisas graves que aconteceram no armazém no passado.

O filme brinda-nos com uma boa quantidade de efeitos visuais muito bem executados, que combinam bem com a magia que o personagem principal transporta consigo. Não posso também deixar de mencionar os fantásticos créditos finais, super vibrantes e cheios de cor. A sua atitude simplista, optimista e sonhadora constante faz com que a audiência se interesse minimamente pelo que esta a ver, mesmo que à partida se saiba que não estamos a assistir a nenhuma obra prima. Bastante ambicioso no que toca a realização, com planos muito bem concretizados e boas ideias mas que acabam por falhar quanto toca à parte mais seria da história que se torna ridicularizada quando é dada mais importância ao tom cómico da história esquecendo a parte mais sombria.

O elenco faz um bom trabalho, pois talvez sem a grande dinâmica existente entre o elenco uma história como esta não teriam resultado tão bem. Raphaël Personnaz é perfeito como Malaussène, todo o seu comportamento meio estranho, postura física e forma de ser consegue-nos convencer de imediato. Berenice Bejo apesar de ter um papel importante no meio da história acaba por ser um personagem meio que irrelevante, mas interpretando sempre bem o seu papel. Emir Kusturica num papel misterioso consegue sair-se bastante bem mas a meu ver foi muito mal aproveitado, merecia mais destaque.

Apesar das falhas Au Bonheur des Ogres consegue ser um filme bastante vivo e alegre, o tipo de filme que nos faz sair da sala de cinema com um sorriso no rosto, bem dispostos e só por isso vale a pena perder um pouquinho do vosso tempo a ir vê-lo.








Classificação final: 3 estrelas em 5.


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