quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Crítica: The Equalizer - Sem Misericórdia 2014


O nome Denzel Washington é daqueles nomes que são capazes de levar qualquer um ao cinema, mesmo sem saber sequer o que nos reserva o filme. Um actor com bastante reputação, já fez grandes papeis ao longo da sua carreira, já venceu dois Oscares e quer queiramos quer não, “um nome” influência bastante a expectativa que poderemos ter a cerca do que vamos ver. Um dos Oscares que Denzel Washington ganhou foi com o filme Dia de Treino feito exactamente pelo mesmo realizador deste The Equalizer - Sem Misericórdia, Antoine Fuqua. O que acontece por vezes é que bons nomes não conseguem salvar filmes. Infelizmente The Equalizer é um exemplo disso.

Robert tem um passado que todos desconhecem. Trabalha numa grande loja de materiais de construção em Boston, aparentemente tem uma vida bastante pacata, é um homem muito solitário e sofre de insónias. Para tentar ocupar o seu tempo lê muito e vai imensas vezes durante a madrugada a uma coffe shop que está aberta 24h por dia. Como frequentador assíduo do sitio, é lá que conhece Teri uma prostituta adolescente e os dois acabam por criar uma ligação especial. Rapidamente Robert apercebe-se que Teri pertence a algum tipo de máfia de tráfico humano e acaba por se envolver com a Máfia Russa trazendo até si imensos problemas que nem ele poderia prever.

O maior problema da história é o facto de já termos visto este tipo de filme vezes e vezes sem conta, com os mesmo clichés de sempre e diálogos bastante “corriqueiros”. O desenvolvimento dos personagens não é feito de forma correcta deixando muitas coisas que ficam por explicar, coisas que podem ser importantes para a audiência. Embora o personagem central seja bastante interessante, acabando por nos envolver até um certo ponto, derivado a todo o mistério que é gerado em torno da sua vida passada, o aspecto moralista e justiceiro acaba por ser completamente destruido com tanta atitude completamente imprópria. Compreensível por um lado, mas impossivel por outro.

No inicio do filme pensamos que estamos prestes a assistir a uma pelicula de atmosfera escura e profunda que irá respeitar muito todos os sentimentos dos personagens, mas afinal não passa de mais um mero filme de acção, onde o importante são mesmo as cenas de pancadaria (que por sinal são muito bem coreografadas) mas com imensas falhas ao longo do enredo e perdendo tempo com cenas que acabam por ser irrelevantes e apressando muitas que poderiam ter sido melhor exploradas. Teria sido ideal conjugar as duas coisas, um bom enredo e muita acção mas o filme escolhe o caminho apenas do entretenimento em estilo “One Man Army”. 

Denzel Washington dá uma prestação bastante sólida. É um actor que apesar de fazer muito este tipo de papeis ultimamente sabe faze-los de forma decente tal como muito outros que fez ao longo da sua carreira. Acho que está cada vez a ficar mais parecido com Liam Neeson nas escolhas que faz e tenho pena disso. É um actor de um grande calibre que merece outro tipo de papeis. Tanto Washington como Neeson são bons e gostava de os voltar a ver fazer papeis marcantes como já os vimos fazer outrora. A jovem e talentosa actriz Chloë Grace Moretz também está muito bem tal como era de esperar só é pena que tenha muito pouco tempo de ecrã, e sendo ela a personagem que irá levar a todo o desenvolvimento da trama principal do filme, não lhe é dado o devido desenvolvimento e importância.

The Equalizer acaba por ser uma desilusão para quem pudesse esperar por algo menos comercial e mais profundo, mas sei que certamente irá agradar a muitos especialmente a todos os apreciadores de filmes recheados de acção.








Classificação final: 2,5 estrelas em 5.

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