quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Crítica: Um Presente do Passado (The Gift) . 2015


Escreve, realiza, interpreta. Joel Edgerton, faz o trabalho completo neste Um Presente do Passado, onde fez questão de recuperar a atmosfera dos bons thrillers dos anos 90, e adicionar a pitada creepy necessária quando se trata de aprofundar o comportamento de alguém bastante estranho.

Quando o casal, Simon (Jason Bateman) e Robyn Callum (Rebecca Hall) se mudam de Chicago para Los Angeles depois do marido ter aceite trabalho numa nova empresa, dão de caras com Gordon "Gordo" Mosely (Joel Edgerton) um sinistro ex-colega de secundário de Simon. Ficando de imediato a saber a morada do casal, Gordo começa a aparecer de surpresa, levando sempre consigo um presente. Simon começa a sentir-se extremamente desconfortável com a situação, mas a sua atitude distante e fria, para com alguém que demonstra amizade por si começa a inquietar Robyn, que tenta ser amável, querendo retribuir a gentileza de um velho amigo de infância do marido. Acontece que afinal, Gordo teria algo bem mais misterioso e sombrio preparado para o casal. Um momento traumático jamais se esquece, e alguém do passado vai fazer questão de relembrar isso.

O filme tem o seu lado Hitchcockiano, de mistério e suspeita, entrando aos poucos e poucos no lado mais intimo dos personagens, mas uma boa parte da sua envolvência, deve-se efectivamente à excelente cinematografia, uso de luz e cores que têm um papel fundamental naquilo que é suposto ser transmitido apenas através de meras imagens. O filme merece o seu devido crédito, mas não posso deixar de frisar o facto de que a sua predictabilidade, afecta o climax final. Sabemos o caminho que vai tomar, e talvez por isso as revelações finais acabem por não causar o impacto de surpresa que seria suposto. As interpretações são bastante sólidas, sendo a de mais destaque a do próprio Joel Edgerton, com toda uma intensidade e comportamento intrigante. A mensagem a passar é significativa, mas gostaria de ter visto um pouco de mais originalidade.

Um thriller agradável que sem dúvida não desaponta, mas peca por jogar pelo seguro.

Classificação final: 3,5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 24-12-2015

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