quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Crítica: Brooklyn . 2015


Há filmes simplesmente belos, que nos emocionam pela sua genuinidade e emotividade. Sem grandes complexidades, apenas retratando emoções da vida real. Brooklyn é um desses filmes. Realizado por John Crowley, baseado no romance de Colm Tóibín com o mesmo nome, esta é uma história simples sobre ultrapassar barreiras e aprender a crescer.

Passado em 1952, a história inicia-se numa pequena localidade do sul da Irlanda, onde a jovem Eilis Lacey (Saoirse Ronan) trabalha numa loja de comércio local. Sem grandes hipóteses de futuro no país, a sua irmã Rose (Fiona Glascott) organiza a sua partida para os EUA, mais propriamente para a cidade de Brooklyn, onde poderá encontrar oportunidades diferentes de vida e onde poderá também integrar-se mais facilmente visto que a comunidade irlandesa na cidade teria um número bastante substancial. Apesar de ter alojamento e trabalho garantidos com ajuda do padre Flood (Jim Broadbent) amigo da família, e da senhoria Madge (Julie Walters), Eilis sente-se completamente sozinha e amargurada num país totalmente diferente do seu, onde todos os dias a tristeza e o sofrimento abalam a normalidade do seu dia-a-dia. Mas o aparecimento de Tony (Emory Cohen) na sua vida irá mudar tudo, ou não se dissesse que o amor cura tudo.

Dotado de uma honestidade tremenda e uma capacidade e nos tocar fortemente no coração, Brooklyn prende-nos não só numa época, mas também dentro da cabeça de Eilis, que conta com o poder tremendo da interpretação da talentosa Saoirse Ronan, que apenas com um simples olhar transmite mais do que palavras. Complementando a sua forte performance, encontramos o jovem Emory Cohen (curiosamente com incríveis semelhanças faciais a Robert De Niro quando era mais jovem) que nos brinda com uma profunda humildade e fragilidade que a história requer. Momentos divertidos são nos proporcionados em algumas situações pela engraçadíssima Julie Walters e outras companheiras de casa de Eilis, momentos esses que ajudam a aliviar a tensão e seriedade do tema. E é também nos pequenos detalhes que o filme nos surpreende. O retrato da época, os cenários e o guarda roupa merecem destaque, assim como a belíssima banda sonora.

Um filme bastante simples que retrata as dificuldades de uma era e demonstra como é difícil encarar a solidão e tristeza de estar longe daqueles que se amam. O que fazer quando a vida nos prega partidas? Quais são as decisões mais acertadas? Cabe a Eilis seguir o seu coração. 

Classificação final: 5 estrelas em 5.
Data de Estreia: 14.01.2016

4 comentários:

  1. Esta "miudinha" tem futuro.

    (Não vi o filme (está na watchlist), portanto não li a tua review, apenas olhei para a nota.)

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    1. Ela é a alma do filme. É tão simples, mas tão belo.

      Sabendo do que se trata ou até vendo o trailer não dá para perceber a grandesa da história e a nota pode parecer exagerada, mas na minha opinião não é. Quando vires diz o que achaste ;)

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  2. Gostei muito e estava bem encaminhado para levar um 9/10, mas a segunda parte do filme passada na Irlanda acabou por quebrar um pouco o ritmo.

    A Saoirse Ronan é um doce ❤

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    1. É mesmo! Gosto muito dela. Acho que a simplicidade da história torna-a muito bela. Foi um filme que me tocou imenso. Não estava à espera de gostar assim tanto.

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