quinta-feira, 30 de junho de 2016

Crítica: Central de Inteligência (Central Intelligence) . 2016


Confesso que por momentos cheguei a achar que isto poderia ter potencial para ser minimamente engraçado. Dwayne Johnson é actualmente uma das maiores estrelas de Hollywood e anda por todo o lado. Kevin Hart é um tipo engraçado que usa a seu favor a sua baixa estatura física. A verdade é que os dois até são capazes de manter uma boa química, mas o argumento para além de sofrer de falta de originalidade, não se destaca de mais um mero buddy cop movie sem interesse algum.

Dois colegas da escola secundária, Robbie Weirdicht - que agora dá pelo nome de Bob Stone - (Dwayne Johnson) e Calvin Joyner (Kevin Hart) reencontram-se passado 20 anos. Bob nunca esqueceu Calvin, depois deste o ter ajudado, durante um episódio embaraçoso em frente toda a escola. Enquanto Bob sofria de bullying, Calvin era o miúdo mais popular, o que teria um futuro brilhante à sua frente, mas com o passar do anos todos os seus sonhos foram ficando para atrás e para além de se sentir insatisfeito profissionalmente, também tem problemas no casamento. O reaparecimento de Bob vem agitar a sua vida, quando este descobre que o antigo colega não só mudou radicalmente a sua aparência, como é um agente da CIA com gostos bastante peculiares. Rapidamente Calvin vê-se envolvido no meio de uma investigação secreta ao mesmo tempo que se aproxima a festa de celebração dos 20 anos de secundário, à qual Calvin se recusa a ir, mas Bob está mais que entusiasmado.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Crítica: Maggie Tem Um Plano (Maggie's Plan) . 2015


Escrito e realizado por Rebecca Miller, Maggie Tem Um Plano é mais um indie cheio de personagens intransigentes que se debatem com dilemas interiores, e se cruzam por Nova Iorque, cidade recorrentemente associada a um estilo de vida narcisista um tanto ou quando snob e intelectual. Uma comédia romântica light, simpática, mas que não marca grande diferença.

Maggie (Greta Gerwig) é uma jovem nova-iorquina que decide tornar-se mãe solteira. Logo desde o inicio do filme, que as suas intenções são de imediato apresentadas. Sem capacidades para se manter numa relação por mais de seis meses, diz ela, pede ajuda a Guy (Travis Fimmel) um ex-namorado de faculdade, disposto a doar-lhe sémen, ajudando-a recorrendo à inseminação artificial. Aparentemente, Maggie acha que tem absoluto controlo sobre a sua vida, mas não contava apaixonar-se por John (Ethan Hawke), um antropólogo casado com Georgette (Julianne Moore), neurótica e também antropóloga, cujo o casamento está prestes a desmoronar. Os anos passam, Maggie casa com John e finalmente é mãe, mas os seus receios quanto a relacionamentos começam a surgir. Estaria afinal preparada para se comprometer? É então que surge a ideia de elaborar um plano, que conviria não só a si mas também a Georgette.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Crítica: À Procura de Dory (Fiding Dory) . 2016


Dory é sem dúvida das personagens mais queridas de todos os fãs da Pixar, não só pela sua irreverencia, mas também pelo facto de Ellen DeGeneres a ter transformado num ser tão destrambelhado, mas adorado ao mesmo tempo. 13 anos se passaram depois do sucesso de À Procura de Nemo e a verdade é que À Procura de Dory se transformou num dos filmes mais esperados dos últimos anos. Co-realizado por Andrew Stanton e Angus MacLane, desta vez a história centra-se no passado de Dory e nas poucas memórias da sua infância que nos aquecem com grande nostalgia o coração.

Um ano depois dos eventos passado em À Procura de Nemo, Dory (Ellen DeGeneres) vive agora alegremente com Marlin (Albert Brooks) e Nemo (Hayden Rolence). De repente, começa a ter flashbacks do seu passado, revivendo acontecimentos da sua infância com os seus pais (Eugene Levy e Diane Keaton), vivendo sensações e estranhamente se identificando com coisas que sem saber porquê lhe dizem algo que não consegue explicar. Dory é bem conhecida pelos seus ataques de inquietação, mas continua adoravelmente optimista e decide seguir o seu instinto. Está decidida a partir para uma nova aventura, atravessando o oceano, com o desejo de descobrir o que realmente lhe aconteceu até então. Ao longo desta sua jornada, as memórias vão sendo mais recorrentes, acabando por leva-la até um instituto marinho na Califórnia, onde Dory faz amigos e reencontra outros que devido à sua falta de memória não lembrava conhecer.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Crítica: Mestres da Ilusão 2 (Now You See Me 2) . 2016


Os Quatro Cavaleiros estão de volta, e era bem melhor que estivessem continuado escondidinhos. Mestres da Ilusão 2 é uma autentica trapalhada, que consegue ser ainda pior que o primeiro filme. Desleixado, banal, sem qualquer magia.

Passado um ano depois dos acontecimentos do primeiro filme (Mestres da Ilusão, 2013) os Quatro Cavaleiros (Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco e Lizzy Caplan que aqui substitui a personagem de Isla Fisher) preparam-se para mais um grande truque. Com a ajuda do detective do FBI Dylan Rhodes (Mark Rufallo) - que aqui se vê envolvido numa teia de vingança com o céptico da magia Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) que foi preso no último filme - os cavaleiros terão de escapar ao plano maquiavélico do bilionário Walter Mabry (Daniel Radcliffe), que pretende que estes o ajudem a ter acesso a um poderoso chip que tem o poder de obter dados privados de todos os dispositivos do planeta. Sabemos um pouco mais sobre os personagens, mas não o suficiente, e revelações um pouco absurdas acabam por surgir. À excepção de algumas, poucas, cenas de mais acção e divertimento, o tempo parece não passar e as duas horas de filmes tornam-se intermináveis!

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Crítica: Rainha do Deserto (Queen of the Desert) . 2015


Escrito e realizado pelo alemão Werner Herzog, Rainha do Deserto é o biopic sobre a inglesa Gertrude Bell, exploradora e aventureira que acabou por ter um papel importante na politica do Império Britânico, devido aos contactos que ia estabelecendo durante as suas viagens pelo domínio Otomano. Apesar de respeitar todo o período histórico no que toca a cenários e guarda-roupa, e ser detentor de uma enorme beleza visual e vibrante banda sonora, é pena que decepcione, tornando-se tão insignificante quando acaba por não transparecer nada do que seria suposto.

Aqui visitamos alguns dos acontecimentos da vida de Gertrude Bell (Nicole Kidman), uma mulher que queria viver para além do seu tempo. Com uma paixão imensa pela descoberta de novos lugares e uma clara energia para partir à aventura, desde cedo mostrou vontade de marcar a diferença. As divergências politicas e sociais durante o colonialismo inglês despertavam em si curiosidade e desde muito cedo escolheria enriquecer a sua personalidade procurando novas experiências. Com imagens deslumbrantes do deserto como pano de fundo, esta é a história de uma mulher inglesa no meio do mundo Árabe, que deu a conhecer melhor os seus costumes e cultura, mantendo sempre a paz e o respeito, o que os levou inevitavelmente a acarinha-la, apelidando-a de "Rainha do Deserto".

domingo, 12 de junho de 2016

Crítica: Atracção Fatal (Fatal Attraction) . 1987


Dan Gallagher (Michael Douglas) é um advogado bem sucedido que vive com a mulher e a filha em Nova Iorque. Com uma vida bastante confortável e feliz, nada faria prever o inferno que estaria para chegar. Quando a mulher e a filha vão passar uns dias fora, Dan conhece Alex Forrest (Glenn Close) uma cliente da firma onde trabalha, e os dois têm um estrondoso affair durante um fim-de-semana. Enquanto Dan vê o caso como um erro que quer apagar do passado, Alex vê as coisas de forma diferente. O segredo de Dan rapidamente é posto em risco visto que Alex se transformou numa obsessiva stalker que não vai desistir enquanto não tiver o que realmente quer. Ter Dan só para si.


Fatal Attraction é um dos mais famosos thrillers eróticos dos anos 80, que fica fortemente marcado não só pela sua carga emocional, boa escrita e grandes interpretações, mas também por ter influenciado muitos outros que se seguiram dentro do género. Facilmente poderia ser adaptado à era moderna e o é interessante como à medida que vai alcançando uma maior intensidade, se vai tornando mais aterrador e começamos a olhar para ele quase como se de um filme de terror se tratasse. Aqui o sexo é agressivo, ao mesmo tempo destrutivo, deixando os personagens suplicando por mais, com Michael Douglas e Glenn Close a mostrarem-se perfeitos para os seus papéis, especialmente Close que fascina com o seu ar doentio e alucinado, interpretando uma das vilãs mais marcantes de sempre do cinema.

As questões morais e aquilo que é a natureza humana revela-se aqui o mais importante, nunca esquecendo que a tentação é uma coisa perigosa. Não é o filme perfeito, mas sustenta muito bem a ideia que quer passar.

in Take Cinema Magazine, edição 43 Erótica.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Crítica: Carol . 2015


Um amor arrebatador. Um fascínio à primeira vista. E tal como acontece com as cativantes personagens do filme, Carol têm sobre nós esse mesmo poder. Baseado no romance de 1952 “The Price of Salt” de Patricia Highsmith, este é o relato hipnotizante de um amor proibido, levado até nós de forma magnifica por Todd Haynes

Na encantadora época de Natal de Nova Iorque dos anos 50, uma charmosa e requintada dona de casa de meia idade de seu nome Carol Aird (Cate Blanchett) conhece a simples e discreta jovem Therese Belivet (Rooney Mara) aspirante a fotografa, actualmente empregada na secção de brinquedos de um grande armazém da cidade. Ambas sentem de imediato uma forte atracção, e os encontros começam a ser recorrentes, mesmo quando a possibilidade de um relacionamento entre as duas, vai contra todos os costumes da época. Forçada a fingir sentimentos e a viver segundo padrões rígidos da sociedade, Carol terá agora que lutar pela custódia da adorada filha contra o amargurado ex-marido (Kyle Chandler) arriscando-se a perde-la, quando este a expõe perante um juiz, afirmando que a prática de uma conduta homossexual, para além de ser impropria aos olhos da sociedade, lhe irá tirar o que de mais precioso tem na vida. Dividida entre o amor pela filha e a vontade de viver uma vida com liberdade, sem segredos, Carol decide fazer uma viagem com Therese, onde encontrará todas as perguntas e respostas que precisa, ao mesmo tempo que o fascínio que sente pela jovem se apodera cada vez mais da sua mente.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Crítica: Jogos de Prazer (Boogie Nights) . 1997


Em 1988, Paul Thomas Anderson dava a conhecer ao mundo em apenas 30 minutos a história de um actor pornográfico. The Dirk Diggler Story era o short mockumentary que explorava o auge e a decadência da carreira do personagem Dirk Diggler, inspirado na figura real de John Holmes, um dos actores mais bem sucedidos de sempre na indústria pornográfica nos Estados Unidos. Em 1997, Anderson decide retomar a história com o ambicioso Boogie Nights explorando a vida do actor, algo que o faria dar o salto que precisava para as luzes da ribalta.

Eddie Adams (Mark Wahlberg, num dos melhores desempenhos da sua carreira) um adolescente que trabalha num bar, conhece um produtor de cinema pornográfico que lhe promete uma carreira de sonho na indústria. A princípio ingénuo e deslumbrado, Eddie conhece um mundo novo onde tudo lhe é permitido. Agora pelo nome artístico de Dirk Diggler, à medida que vai subindo na carreira o seu ego começa a interferir com o trabalho e a má vida que leva acabaria por afecta-lo no futuro.



Com Martin Scorsese como inspiração clara, Paul Thomas Anderson constrói uma visão cativante da indústria pornográfica durante a era disco, combinando entretenimento, onde o estilo de vida selvagem é dominado por sexo, drogas e muita festa, com bons apontamentos emocionais, que aparentemente não fariam sentido tendo em conta o tema. Boogie Nights é detentor de uma sensualidade e exotismo próprio da época em que se insere, nunca esquecendo os toques recorrentes ao humor.

O elenco oferece performances perfeitas, num filme detentor de uma grande irreverencia e atitude audaciosa, que viria a transforma-lo não só num dos melhores dos anos 90, mas também numa referência da cultura pop.

in Take Cinema Magazine, edição 43 Erótica .

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Crítica: Angry Birds - O Filme (The Angry Birds Movie) . 2016


Cada vez mais as adaptações de jogos rapidamente passam ao cinema. Angry Birds - O Filme nasce depois do grande sucesso e expansão do jogo com o mesmo nome, desde 2009, quando foi lançado pela primeira vez na Apple's App Store. Desde então o mundo inteiro sabe que estes pássaros mantém uma certa rivalidade com porcos verdes, mas não sabíamos ainda o porquê dessa rivalidade. E é isso mesmo que nos é contado aqui.

Algures numa pequena ilha paradisíaca, vive um enorme bando de pássaros com a estranha particularidade de não saber voar. Estranhamente um deles, Red (Jason Sudeikis), vive constantemente amargurado e cheio de raiva. Ao ter um ataque de raiva perante uns clientes da empresa para a qual trabalhava, Red é obrigado a ir a tribunal, e como consequência dos seus actos, terá de frequentar aulas de auto controlo, onde conhece Chuck (Josh Gad) e Bomb (Danny McBride). Quando um grupo de porcos chega inesperadamente à ilha, liderados por um tal de Porco Rei (Bill Hader), as suas atitudes intrigam Red, que em conjunto com os seus novos amigos, investigará as suas verdadeiras intenções que estão longe de ser simpáticas.