terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Crítica: Beleza Colateral (Collateral Beauty) . 2016


David Frankel é responsável por uma das mais conhecidas e mais adoradas comédias dramáticas dos anos 00's. Grande parte da sua reputação vem do sucesso de The Devil Wears Prada (2006), onde a qualidade improvável de um filme do género o fez destacar de todos. Isso tudo está longe de acontecer aqui. Com um elenco de luxo e repleto de boas intenções, Beleza Colateral perde-se no meio de um enredo que é uma confusão e o final previsível.

Howard (Will Smith) foi outrora um homem destemido, confiante e acima de tudo feliz, até ao dia em que perdeu a sua filha de seis anos que faleceu devido a doença rara. Três anos se passaram e Howard perdeu a vontade de viver. Passa os dias tipo zombie, dorme pouquíssimo e anda loucamente de bicicleta pela cidade. Ao ver o estado perturbado em que o amigo se encontra, os seus sócios, numa empresa de publicidade de grande reputação em Nova Iorque, Whit (Edward Norton), Claire (Kate Winslet) e Simon (Michael Peña) decidem investigar o seu dia-a-dia e acabam por descobrir que Howard escreve cartas, não a pessoas, mas aos espíritos do Amor, Tempo e Morte (respectivamente interpretados por Keira Knightley, Jacob Latimore e Helen Mirren). Na tentativa de provar ao sócio que precisa de reagir e enfrentar a vida, agora de outra forma, os três têm o objectivo de enganar Howard contratando actores que irão interpretar esses mesmos espíritos, interagindo com ele em vários locais da cidade, levando-o a acreditar que está louco na tentativa de o fazer abdicar da sua parte da agência, salvando-a da instabilidade constante do seu sócio maioritário.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Crítica: Hell or High Water - Custe o que Custar! (Hell or High Water) . 2016


À primeira vista, Hell or High Water não demonstra todo o seu imenso potencial, e aos poucos vamos percebendo que estamos perante um inteligentissimo western dos tempos modernos, que apesar da sua simplicidade tem muito de belo, cruel e real. David Mackenzie realiza, e o responsável pelo excelente Sicario (2015), Taylor Sheridan escreve.

No Oeste do Texas Toby Howard (Chris Pine) é um homem divorciado e pai de dois filhos que em conjunto com o seu irmão Tanner (Ben Foster) anda a realizar uma série de assaltos aos bancos da localidade. Aparentemente têm tudo bem elaborado e o plano tem tudo para dar certo, mas a imprudência constante de Tanner vai leva-los a correr riscos, e quando se vêm sob a mira dos dois rangers do Texas, Marcus Hamilton (Jeff Bridges) e Alberto Parker (Gil Birmingham) os métodos dos dois irmãos tornam-se cada vez mais inconstantes e a personalidade de cada um começa a interferir com os seus objectivos. Aqui mergulhamos num thriller bem sucedido que nos mostra um mundo de policias e ladrões bem ao estilo americano, com uma mensagem muito mais relevante do que à primeira vista aparenta ter.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Crítica: Rogue One: Uma História Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story) . 2016


Fã de Star Wars, que é fã de Star Wars, fica sempre fascinado com tudo o que vê? Nem sempre. Rogue One: Uma História Star Wars deixa um sabor amargo na boca, quando pelo medo de arriscar, joga apenas pelo seguro, perante uma narrativa pouco fundamentada e um pouco inconsistente. Neste primeiro blockbuster da nova série de spin-offs da Disney, fica a faltar a garra de The Force Awakens (2015) e isso é um aspecto extremamente importante a partir do momento em que agora mais que nunca o universo deverá manter o interesse de todos, pois a cada ano teremos a agradável visita de mais um filme da franquia. Mas será este o rumo que queremos que Star Wars tome?

Algures no tempo entre os eventos passados em Revenge of the Sith (2005) e A New Hope (1977) encontramos em Rogue One um grupo de rebeldes que se junta para roubar os planos maquiavelicos da Death Star, que já haviam sido comprometidos por Galen Erso (Mads Mikkelsen), engenheiro de armas Imperial ao comando de Orson Krennic (Ben Mendelsohn), que o recrutou contra sua vontade para terminar o projecto que causaria o pânico em toda a galáxia. Jyn Erso (Felicity Jones), filha de Galen, que se viu obrigada a viver escondida e à margem da lei toda a sua vida, acredita que o pai vendeu a alma ao Império, mas ao descobrir quais as suas verdadeiras intenções leva avante o plano de conspiração contra o lado negro da força, estando disposta a liderar o grupo de homens corajosos, também eles dispostos a arriscar a vida por uma causa maior. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Crítica: Animais Nocturnos (Nocturnal Animals) . 2016


Escrito, produzido e realizado por Tom Ford, Animais Nocturnos é uma das melhores surpresas deste ano. Não é a primeira vez que o estilista que se transformou em realizador surpreende, tendo grande habilidade para nos prender e encantar com os seus trabalhos, como já o tinha feito em 2009 com A Single Man.

Susan (Amy Adams) é rica, sofisticada e dona de uma galeria de arte em Los Angeles. Apesar da sua vida de sonho, vive infeliz, presa ao passado e a uma vida que nem sequer chegou a ter tempo de construir decentemente com o ex-marido Edward (Jake Gyllehaal), um escritor falhado que nunca lhe conseguiria proporcionar a vida luxuosa que ambicionava, mesmo existindo muito amor entre os dois. Agora ao lado do actual marido Walker (Armie Hammer), Susan é uma mulher triste, atormentada pelas decisões erradas que outrora tomou, e ao receber em casa a encomenda de um livro escrito pelo ex-marido intitulado de "Nocturnal Animals", pedindo a sua opinião sobre este, começa de imediato a lê-lo e a ficar cada vez mais perturbada com o que lê. O livro é um thriller sobre a história de um assassinato no Texas, cujos personagens e situações têm algo de muito familiar a Susan. Mas existe muito mais do que aquilo que vemos à superfície. Uma história sobre triunfo, vingança, desespero, amargura e sentido da felicidade, com uma forte crítica social à mistura.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Crítica: Aliados (Allied) . 2016


Robert Zemeckis aposta pela primeira vez num drama passado durante a Segunda Guerra, que tem mais de thriller romanceado com muito glamour, do que propriamente algo focado no período histórico em que se insere. 

O agente secreto Max Vatan (Brad Pitt) acaba de aterrar de para-quedas no Norte de África e dirige-se para Casablaca, onde tem como missão assassinar o embaixador alemão e terá como ajuda a belissima Marianne Beusejour (Marion Cotillard) agente da Resistência Francesa. Marianne tem já o terreno preparado e quando Max lá chega, os dois têm de fingir ser casados e impressionar os nazis locais que entretanto foram criando amizade com Marianne. Ambos têm de ser credíveis não causando quaisquer suspeitas, e rapidamente a relação profissional entre os dois se torna algo mais e os dois se apaixonam. Depois da missão ambos escapam e Max pede a Marianne que volte com ele para Londres e se casem. Com esta relação a avançar tão rapidamente, suspeitas sobre a verdadeira identidade de Marianne se levantam e as suas intenções para com Max começam a ser questionadas.