segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Wes Craven (1939-2015) .


A grande lenda americana do cinema de terror, Wes Craven, faleceu ontem dia 30 de Agosto, aos 76 anos de idade. Conhecido pela realização e escrita de filmes de culto como A Nightmare on Elm Street ou a franquia Scream, foi grande influência no género, aterrorizando todos com a criação de assassinos psicoticos que ainda hoje causam grande impacto. Apesar de serem estas as suas obras mais faladas, Craven também foi responsável por filmes como The Last House on the Left, The Hills Have Eyes, ou Red Eye, e esteve também ligado à escrita e produção de muitos outros dentro do género.

Presto aqui a minha pequena homenagem a este grande nome e influência, que deixa um vazio no mundo do cinema. Foram muitas as vezes que em miúda, Freddy Krueger me atormentou o sono, e a máscara e enredo de Scream foi motivo de brincadeira na escola. Memórias que ficaram guardadas, mais especiais ainda para quem é fã de cinema. Será sempre lembrado com saudosismo e as suas obras sempre marcadas na história do cinema.

Thank you, Wes Craven.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Crítica: As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto . 2015


Depois de ter estado na Quinzena de Realizadores no Festival de Cannes 2015, ter tido uma aceitação extraordinária por parte da crítica e do público, e posteriormente ter ganho o prémio de Melhor Filme no Festival de Sidney 2015, chega agora a todas as salas portuguesas, o primeiro segmento da trilogia As Mil e Uma Noites do realizador português, Miguel Gomes. A obra, que no seu todo conta com aproximadamente 6 horas, dividida em 3 partes, apresentando-nos múltiplas histórias seguindo a estrutura do épico "As Mil e Uma Noites", onde uma série de histórias são contadas ao rei Xeriar, pela esposa Xerazade.     

Este é o genial retrato de um Portugal actual, com as suas virtudes e os seus defeitos, com a austeridade como pano de fundo e as consequências da mesma sempre bem presentes, balançado entre a comédia e o drama, recheado de momentos brilhantes, criativos, alguns até bastante peculiares, mas todos eles cheios de um enorme significado. Em As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto encontramos um tom bastante nostálgico, onde as diferenças entre classes são uma certeza, onde a realidade vs ficção se encontram de forma complexa mas ao mesmo tempo bastante simples. Fazendo por vezes uma clara sátira ao estado do país e do governo, o povo é sempre enaltecido demonstrando a sua força e perseverança perante variadas situações, mas também mostrando um forte lado emocional quando necessário.

Crítica: Nos Somos Teus Amigos (We Are Your Friends) . 2015


Ser DJ está mais que na moda e Hollywood já tinha em falta o filme do género para integrar as sempre badaladas estreias de Verão. De co-apresentador do programa Catfish da MTV, directamente para o grande ecrã, Max Joseph estreia-se na realização com este drama sobre o mundo da noite e da música electrónica, seguindo um jovem que luta pela sua primeira grande chance no panorama musical.

Cole (Zac Efron) é um jovem DJ de 23 anos que sonha um dia vir a ser um grande produtor musical. Quando conhece um famoso e experiente DJ (Wes Bentley), que rapidamente se torna uma espécie de mentor, Cole apaixona-se pela sua namorada, Sophie (Emily Ratajkowski). Como podem imaginar, perante uma premissa que tem tudo menos de original, o que está para vir é mais que evidente. Num instante, Nos Somos Teus Amigos, transforma-se na história de sonho que muitos adolescentes desejam hoje em dia. O pior é que não passa de uma desilusão, graças ao argumento que pretende ser extremamente significativo, tentando passar mensagens forçadas e politicamente correctas. Ao mesmo tempo e muito estranhamente, consegue por vezes ser ambíguo em algumas das questões que aborda. Mas afinal ser DJ é cool, ou não? As vezes, parece que sim. Outras vezes, parece que não.

domingo, 23 de agosto de 2015

Crítica: Descarrilada (Trainwreck) . 2015


Judd Apatow, é um dos nomes mais sonantes da comédia americana com uma carreira dividida entre a realização, escrita e produção de grandes sucessos do género (como Virgem aos 40, Bridesmaids ou Pineapple Express). A verdade é que mesmo com uma carreira com altos e baixos o seu nome associado a um filme é o suficiente para suscitar a atenção. Descarrilada é o seu mais recente trabalho e desta vez encarregue da realização e produção do filme, deixou a escrita para a mais recente e adorada comediante nos EUA, Amy Schumer, que também protagoniza o filme.

Amy (Amy Schumer), jornalista numa revista masculina, tem uma vida social bastante activa e despreocupada. Com uma personalidade forte, postura e linguagem absolutamente desbocadas, ela não acredita em relacionamentos sérios e a sua filosofia de vida passa pela descrença na monogamia. Amy começa a reconsiderar esses pensamentos quando para um artigo da revista, conhece o Dr. Aaron Conners (Bill Hader), um médico que trabalha com grandes individualidades do desporto americano. Muito inteligente e divertido, Descarrilada não é de certo uma comédia hilariante do inicio ao fim, mas segue uma linha consistente mesmo quando não consegue evitar os clichés.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Crítica: Outro/Eu (Self/Less) . 2015



O conceito da juventude eterna é mais uma vez explorado no grande ecrã. Outro/Eu, de Tarsem Singh (Mirror Mirror, Immortals), é um thriller de ficção-cientifica que pretende analisar a ideia de uma mente saudável ser introduzida num corpo jovem. Infelizmente a má estrutura da narrativa e a predictabilidade da história fazem com que todos os momentos relevantes o tornem num filme vulgar.

Quando o milionário Damian Hayes (Ben Kingsley) é diagnosticado com um cancro terminal, encontra um cartão de uma misteriosa empresa que proporciona aos seus clientes a possibilidade de transferir a sua consciência para um corpo jovem (Ryan Reynolds) e perfeitamente saudável, através de um processo chamado "shedding" coordenado pelo professor Albright (Matthew Goode). Já a viver na sua nova pele, Damian começa a descobrir que afinal nem tudo é como pensava e cada vez mais detalhes e segredos sobre a sua nova condição são desvendados. O pior é que na tentativa de enveredar por caminhos mais filosóficos, coisas essenciais ficam a faltar, guiando a história por caminhos pouco originais e previsíveis que lhe tiram todo o suspense.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Crítica: Férias (Vacation) . 2015


Passados 32 anos, uma nova geração da família Griswold está de volta à estrada para a road-trip da sua vida! Em 1983, nascia a série de filmes National Lampoo's Vacation (em português Que Paródia de Férias) que seguia as aventuras de uma família cujas tentativas para passar tempo de qualidade juntos saíam sempre frustradas, constantemente confrontados com as mais variadas situações, todas elas desastrosas e estranhamente excêntricas. Férias é o quinto segmento da franquia e base de inspiração segue exactamente a linha do primeiro filme.

Rusty Griswold (Ed Helms) decide quebrar a tradição de férias em família e relembrar os bons momentos (ou não) que passou com os seus pais e irmã, numa das mais loucas viagens que fez quando era jovem até ao parque temático Walley World. Ele, a sua mulher (Christina Applegate) e os seus dois filhos (Skyler Gisondo e Steele Stebbins) têm pela frente uma viagem de 4000 km ao longo dos EUA, tal como o seu pai fez há mais de 30 anos atrás. Ao longo da jornada - que todos fazem contrariados menos o entusiasta Rusty - as mais doidas situações estão prestes a acontecer, o pior é que por mais desejosos que estejamos para dar uma gargalhada, as vezes em que isso acontece são poucas ou nenhumas. Piadas forçadas, algumas extremamente indelicadas ou demasiado cliché não ajudam e passamos o tempo todo a espera de gloriosos momentos que pouco ou nada surpreendem.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Crítica: A Família Bélier (La Famille Bélier) . 2014


Repleto de humor e sensibilidade, A Família Bélier é incapaz de não tocar corações através da forma divertida e emocional como demonstra a vida de uma jovem cujos pais e irmão são surdos. Realizado por Éric Lartigau (Les Infidèles) o filme teve um enorme sucesso de bilheteira em França, recebendo 6 nomeações aos César (que por assim dizer, são os Oscars da França) acabando por ganhar um deles, na categoria de actriz promissora para a jovem protagonista Louane Emera.

Paula, vive com os pais e o irmão numa pequena quinta e com apenas 16 anos é o forte pilar da sua família, sendo ela a principal responsável em ajudar o negócio dos pais, visto ser a única com a capacidade de comunicar através das palavras. Um dia descobre que tem um enorme talento para cantar e encorajada por um dos seus professores decide começar a treinar para fazer audições numa prestigiada escola de música em Paris. Paula terá então de enfrentar um dilema. Optar por seguir o seu sonho ou deixar a sua família. As performances por parte do elenco são sólidas e é realmente admirável ver a forma pitoresca como são retratados os personagens, um trabalho adorável por parte de Karin Viard, François Damiens, Luca Gelberg e Louane Emera, que para além da representação brilha com belos momentos vocais (visto que está foi semifinalista no concurso The Voice em França).

Crítica: Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos (Little Miss Sunshine) . 2006


Review presente na edição nº40 (Verão) da 

Não há nada melhor que um filme onde o magnifico trabalho de um excelente elenco consegue fazer jus a uma boa história, repleta de interessantes personagens. Little Miss Sunshine não é nem mais nem menos que um estudo fascinante e divertido sobre um conjunto de pessoas bem peculiares, diferentes umas das outras que subtilmente (ou não) nos vão alertando sobre alguns aspectos importantes da vida.

De uma família claramente disfuncional fazem parte seis membros. Frank (Steve Carell) o tio homossexual suicida, Sheryl (Toni Collette) a mãe que acredita nos valores da família, Richard (Greg Kinnear) o pai obcecado com sucesso, Dwayne (Paul Dano) o filho revoltado a fazer um voto de silêncio, Edwin (Alan Arkin) o avô expulso de uma casa de repouso devido a comportamento impróprio e por fim mas não menos importante, Olive (Abigail Breslin) a filha mais nova e aspirante a miss num concurso de beleza. Apesar de todas as diferenças e arrelias entre familiares, o amor que sentem uns pelos outros é mais forte que tudo, e uma longa viagem a bordo de uma velha VW, em busca de concretizar um sonho da pequena Olive, será algo que irá reafirmar isso mesmo.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Crítica: O Segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain) . 2005


Review presente na edição nº40 (Verão) da 

Dotado de uma grande sensibilidade e emoção Brokeback Mountain surpreendeu a crítica e o público em 2005, quando retractou o drama romântico sobre um amor impossível entre dois homens cowboys da região do Oeste Americano, entre 1963 e 1981. O realizador Ang Lee, vencia assim o seu primeiro Oscar de Melhor Realizador com o romance que ainda hoje mantêm lugar no top 10 dos dramas românticos de melhor bilheteira de todos os tempos.

Jack (Jake Gyllenhaal) e Ennis (Heath Ledger) conhecem-se em 1963, enquanto trabalham juntos durante o Verão na vigia de ovelhas, na fictícia montanha de Brokeback, no estado de Wyoming. Entre eles nasce de imediato um forte e complexo relacionamento emocional e sexual que se mantêm ao longo de 18 anos. Ambos vivem um intenso amor proibido, e visto que têm outras vidas para além dos bons momentos que passam em Brokeback, as famílias conservadoras e as memórias que os atormentam não serão fáceis de lidar, vivendo em constante ansiedade, divididos entre o que os faz serem felizes e o que a sociedade é capaz de aceitar. As alegrias e as tristezas destes dois homens são representadas com grande honestidade, quase que de forma lírica e é impossível não ficar comovido com as suas histórias.

Crítica: Massacre no Texas (The Texas Chainsaw Massacre) . 1974


Review presente na edição nº40 (Verão) da 

Clássico intemporal do género de Terror, The Texas Chainsaw Massacre, de Tobe Hooper, é um marco na história do cinema, continuando ainda nos dias de hoje a ser fonte de inspiração para muitos outros realizadores devido ao impacto que sempre causou.

Dois irmãos decidem viajar até ao Texas para se certificarem que o túmulo do seu avô se encontra em plenas condições, depois de terem ouvido no rádio que o cemitério da região andava a ser alvo de actos de vandalismo. Na viagem levam consigo mais três amigos, o namorado da irmã e um casal amigo. Enquanto preparam tudo para se instalar ao chegar à propriedade da família, o casal entra numa casa nas proximidades para pedir combustível, e logo se depara com a crueldade o famoso e emblemático Leatherface. O que se segue podemos de imediato imaginar. O pesadelo estava prestes a começar, quando afinal se tratava da casa de uma velha família de canibais loucos que usam dos recursos mais macabros e sinistros para capturar e depois transformar as suas vítimas em banquete.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Crítica: O Primeiro Verão . 2014


Review presente na edição nº40 (Verão) da 

Vencedor de dois prémios no Festival IndieLisboa 2014, O Primeiro Verão é a estreia cinematográfica de Adriano Mendes, que para além de realizar, também é o argumentista, actor, editor e responsável pela banda sonora do filme.

Isabel (Anabela Caetano) conhece Miguel (Adriano Mendes) numa aula de condução e desde então começam aos poucos a tornar-se mais próximos, começam a sair mais vezes e uma grande cumplicidade entre os dois nasce. Este é o coming-of-age que mostra como o primeiro Verão de Isabel e Miguel - aquele que realmente os faz crescer e descobrir sentimentos novos, responsabilidades novas - é um dos mais importantes das suas vidas, e será sempre aquele que facilmente irão lembrar pelas marcas que deixa. A ingenuidade e leveza dos personagens no início do filme, gradualmente se vai transformando em algo mais pesado e duro, sinal do crescimento dos próprios personagens ao longo do filme.

domingo, 9 de agosto de 2015

Crítica: Os Descendentes (The Descendants) . 2011


Review presente na edição nº40 (Verão) da 

O Havai costuma ser o cenário perfeito para aventuras de Verão, onde o clima quente e afectuoso cai bem, onde coisas harmoniosas e aprazíveis estão sempre a acontecer. O que é certo é que este pensamento é totalmente contrariado neste The Descendants de Alexander Payne.

O advogado Matt King (George Clooney), descendente de uma das mais importantes famílias do Havai encontra-se naquela que será provavelmente a pior altura da sua vida. Com a esposa em coma, depois de ter tido um acidente de barco, Matt terá agora de lidar sozinho com as suas duas filhas (Shailene Woodley e Amara Miller), uma ainda pequena e outra adolescente em constante rebeldia. Para piorar ainda mais as coisas, os primos pressionam-no a vender terras da família sob ameaça de penas futuras por parte do estado, e já depois do acidente da esposa, descobre que esta mantinha um caso amoroso com outro homem. Com uma série de coisas complicadas a acontecer, Matt vê-se perante uma quantidade de decisões e resoluções que o farão repensar na sua vida enquanto homem, marido e pai, naquela que será uma bonita jornada sobre crescimento interior e conexão entre pai e filhas perante a pior das situações.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Crítica: Quarteto Fantástico (Fantastic Four) . 2015


Miles Teller, Kate Mara, Michael B. Jordan e Jamie Bell são as novas caras do reboot do franchising Quarteto Fantástico, realizado por Josh Trank que teve a sua estreia como realizador com Chronicle, em 2011. Depois do sucesso e boa aceitação da crítica, o rápido salto para algo maior poderia ser o caminho mais óbvio, só é pena que o resultado tenha sido um pouco desapontante. Quarteto Fantástico não é um filme extremamente mau, mas revela-se um tanto ou quanto desinteressante.

Reed Richards/Sr. Fantástico (Miles Teller) um prodígio da ciência inventa com o apoio do seu amigo de infância Ben Grimm/Coisa (Jamie Bell), o tele-transporte para um universo alternativo que posteriormente os irá transformar fisicamente, a eles e a mais três amigos Sue Storm/Mulher Invisível (Kate Mara), Johnny Storm/Tocha Humana (Michael B. Jordan) e Victor Von Doom/Dr. Doom (Toby Kebbell), que através de radiações cósmicas, ganham habilidades nunca antes vistas. Como se poderia esperar, um deles acaba por se tornar um perigoso inimigo, e em equipa deverão unir os ser poderes para salvar a Terra das ideias maléficas de Dr. Doom.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Crítica: Homem-Formiga (Ant-Man) . 2015


Homem-Formiga é o mais recente filme do Universo Marvel, sobre as origens do super-herói mais pequeno do mundo! Bastante light e divertido, conjuga algumas mensagens de valor moral e familiar com a acção e entretenimento ao nível que a Marvel já nos têm vindo a habituar.

Depois de ter saído da prisão, Scott Lang (Paul Rudd) quer dar um novo rumo à sua vida, na esperança de poder ser um bom pai para a sua filha, largando de vez o mundo do crime. Scott é um bom homem, mas a forma melhor que encontra para fugir aos problemas nem sempre é a mais correcta. Como é ex-condenado, manter um emprego é complicado, e deixando-se aliciar por um grupo de ex-condenados liderado pelo seu amigo de cela Luis (Michael Peña), começam a planear assaltar a casa do milionário Dr. Hank Pym (Michael Douglas), mas para espanto de Scott a única coisa que encontra no cofre é um fato que tem a capacidade de o conseguir encolher para o tamanho de uma formiga. É então que Scott descobre que foi o escolhido para a importante missão de travar a antiga companhia do Dr. Pym (a Pym's Technologics), na venda da poderosa criação dos Yellowjacket à maléfica organização Hydra, desenvolvido pelo louco Daren Cross (Corey Stoll), o que poderá ter graves consequências para o mundo.