quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

4 anos, obrigada cinema.


Faz hoje 4 anos que criei este espaço, do qual muito me orgulho e tenho prazer em manter. Por vezes mais movimentado, por vezes mais calmo, chego aqui e reforço todos os dias a ideia de que o cinema está sempre presente no meu dia-a-dia e que este gosto imenso nunca me abandonará. Mais que um hobbie, é uma forma de cultura e aprendizagem constante, que me alarga horizontes e me faz viajar com pouco. Obrigada a todos os que continuam a perder um pouquinho do seu tempo para passar por aqui e ler as coisas que escrevo. Obrigada ao cinema por me fazer querer continuar a aprender mais e a apreciar melhor o que vejo.

Que o cinema esteja convosco, assim como está sempre comigo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

my (re)view: Eu, Tonya (I, Tonya) . 2017


Esta é a história verídica de Tonya Harding (competentemente interpretada por Margot Robbie) uma competitiva desportista de patinagem no gelo, cuja vida nunca foi muito sorridente. Apesar do seu fantástico dom para a patinagem, Tonya sofreu desde cedo com uma educação negligente por parte da mãe (Allison Janney está absolutamente fantástica no papel) com recorrentes agressões que segundo a mãe a tornavam mais forte e focada na patinagem. Tonya destacou-se no desporto desde cedo como uma das melhores e mais jovens patinadoras na história dos Estados Unidos, mas enquanto dentro do ringue tudo parecia ser glorioso, fora dele a estabilidade emocional sempre foi escassa. Aquando de competir nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1992, o ex-marido Jeff (Sebastian Stan) tem a ideia de enviar cartas com ameaças de morte à maior rival de Tonya, Nancy Kerrigan, mas ao invés disso o seu amigo e guarda costa de Tonya, Shawn, contrata dois indivíduos para a atacar à saída do treino. Uma mistura de estilo mockumentary passado no presente, com narração na primeira pessoa no passado, sendo várias as vezes em que os personagens lançam questões à audiência consoante os acontecimentos que estamos a ver, uma mistura faz com que exista uma dinâmica bastante interessante. As duas e diferentes perspectivas são apresentadas, cabendo-nos a nós tirar as nossas próprias conclusões, mas deixando sempre espaço para demonstrar o tipo de personalidade de Tonya e Jeff. A típica história de rise and fall que os americanos adoram e gostam de cultivar, e que nos toca da forma mais inesperada possível. Acredito que poderão haver mais camadas por detrás desta história, inclusivamente a nível criminal, mas mesmo que não queiramos (e que o filme venda essa ideia), acabamos sempre por ficar do lado de Tonya, ou não fosse uma marca forte e chocante do filme os abusos constantes de que Tonya foi alvo durante grande parte da sua vida.

Classificação final: 4 estrelas em 5.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

my (re)view: Linha Fantasma (Phantom Thread) . 2017


É impossível controlar o amor. É esse o exercício que Paul Thomas Anderson quis que assistíssemos desta vez na sua mais recente obra Linha Fantasma, uma luta de sexos, ilustrando as adversidades de uma relação, numa mistura de romance e mistério, com um uso da comédia que é deveras surpreendente. Um filme sustentado por três performances magnificas e uma banda sonora que nos absorve por completo para dentro da tela, representando tanto, quanto os personagens em cena. Daniel Day-Lewis é Reynolds Woodcock, um cinquentão solteiro que se cruza com a jovem Alma, que se transforma quase que num manequim humano para o seu adorado oficio, a confessão de vestidos de alta costura. Reynolds é um homem extremamente minucioso e arrogante, cheio de rotinas e manias. Esta nova paixão irá abalar o seu dia-a-dia, pois Alma recusa-se a aceitar as taras do seu apaixonado, numa luta constante de personalidades, onde observamos que o amor é demonstrado das mais variadas formas. Vicky Krieps e Lesley Manville são as magnificas forças femininas que vão contra a extrema masculinidade do personagem de Day-Lewis, onde a representação é sublime em todas as circuntancias. Um poema visual, com uma cinematografia belissima, onde até há lugar para alguns momentos mais creepy e espirituais, relacionados com os medos e fobias de um homem cuja figura é bem mais fragil do que aparente ser. Para além de algo absolutamente deslumbrante de ser visto, como é habitual da sua parte, Paul Thomas Anderson proporciona uma experiência arrebatadora, daquelas que só os grandes sabem fazer. Daquelas que permanecem connosco assim que saimos da sala de cinema. 

Classificação final: 4,5 estrelas em 5.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

my (re)view: A Forma da Água (The Shape of Water) . 2017


Saí desta experiência, meio que frustrada. Como eterna romântica que sou custa-me a crer que The Shape of Water acaba-se por se tornar um pouco superficial para mim e incapaz de me emocionar como eu esperava que acontecesse. Desde o inicio do ano que Guillermo Del Toro tem vindo a ser elogiado por esta sua mais recente obra, que para mim sofre de alguns problemas de narrativa, assim como é detentor de alguns momentos que a meu ver poderiam bem ter passado ao lado. Esta é a história de Elisa (interpretada brilhantemente por Sally Hawkins cuja expressão corporal tem forte presença visto Elisa ser muda) uma jovem que trabalha nas limpezas de um laboratório secreto do governo, num cenário passado durante a guerra fria. Quando o laboratório recebe uma estranha criatura, Elisa descobre que este é metade humano metade anfíbio, e sem saber bem explicar porquê os dois começam a criar um laço de afectividade bastante forte. A banda sonora transporta-nos para o lado mágico da coisa, sendo o filme uma clara homenagem ao celebre sci-fi Creature from the Black Lagoon, assim como uma demonstração que o amor pode ter muitas formas. Apesar do maravilhoso set design e do toque místico e de fantasia da banda sonora, The Shape of Water vive graças às performances, tanto de Sally Hawkins como de Richard Jenkins, Michael Stuhlbarg, Otavia Spencer e do magnifico vilão que Michael Shannon personifica, melhor que ninguém. Não deixa de ficar a mensagem poderosa de romantismo e de amor, que ultrapassa barreiras.

Classificação final: 3 estrelas em 5.